Sweetie Little Jean

To be back beside you

 Sweetie Little Jean 

Capítulo 10 - Final

I only hope

That someday to be back beside you

I, I want you back

(Semanas após a morte de Eun Woo)

 

— Não dá. — Baekhyun escondeu o rosto no travesseiro. O quarto com paredes de madeira e casas de marimbondo nos cantos estava totalmente escuro, apesar de um dia bonito nascer do lado de fora. — Não consigo.

A mãe deste estava ajoelhada ao seu lado, os dedos acariciavam os cabelos longos e escuros, e ela se segurava para não chorar junto a ele. Nunca gostou do namorado do filho, mas vê-lo destruído daquela forma simplesmente a fazia desejar passar toda a dor para si própria. Deus, realmente não podia fazer nada? Tinha que somente sentar e observá-lo sofrer por meses e meses a fio? 

— Você vai conseguir. — Fungou o nariz. Baekhyun tinha o rosto coberto por lágrimas e catarro que escorria de seu nariz. Não conseguia abrir os olhos. Eles ardiam pela noite em claro. — Precisa comer, filho. Vai melhorar.

Quanto tempo fazia desde que havia levantado para fazer alguma coisa, senão chorar em outro cômodo da casa? Duas semanas? Uma e meia?

— Como se faz isso, mãe? — As palavras saíam atropelando uma a outra. Ela mal conseguia entender o que dizia. 

— Eu não vou te deixar. — Sentiu a testa dela se aproximar da sua e abriu os olhos. Conseguia ver o semblante cansado que a mulher tinha. Sabia que ela havia ficado acordada ao seu lado, apenas para pegá-lo no colo quando sonhava com o acidente. De novo e de novo. Se tornou uma rotina. Sonhava com ele, acordava chorando, vomitava, chorava mais um pouco, voltava a dormir. Cansativo para ambos. — E uma hora, filho, você vai ser feliz de novo. Mas precisa comer.

— Eu não quero. N-Não sei como começar a fazer isso. — Com “isso”, Baekhyun queria dizer viver sem Eun Woo ao seu lado. Fungou novamente, e engasgou nas próprias palavras. Ela rapidamente alcançou o balde que estava usando desde o dia anterior para vomitar, mas por mais que tossisse, nada saía. 

— Pode começar comendo. E abrindo a cortina. — Ela suspirou, os olhos lacrimejando. — Você vai amar outra pessoa de novo, Baekhyun. Quando se sentir preparado. 

— Não. Ele era… e-era o amor d-da minha vida. — Voltou a chorar. Deus, aquilo parecia que não ia ter fim.

— Eu sei — suspirou. — E daqui em diante, vai ser diferente. Sempre vai se sentir diferente. Mas não tenha pressa. Um dia, você vai ser feliz de novo, da sua própria maneira.

Levou as mãos aos cabelos do garoto e então, antes que ele pudesse reclamar, puxou as cortinas até que a claridade ficasse à vista, a incomodar seus olhos. — Deixe a luz entrar, meu amor.

Com muito esforço, ele deixou. E daquele dia em diante, Baekhyun iria aprender a abrir as cortinas por si só, e a deixar a luz entrar. 

                                           [...]

Baekhyun tinha Hae Jin no colo. Ainda que estressado com o quão irritadiço o amigo estava com a possibilidade de os pais de Yeo-Jeong não aprovarem o ambiente em que o neto estava crescendo, tentava fazer seu melhor para não piorar a situação. A aura do cômodo estava muito tensa. O bebê de nove meses chorava em seus  braços, esticando o corpo para tentar alcançar seus pais, ocupados demais com a tarefa de acender a lareira. Estavam no começo de novembro, seis meses após Chanyeol deixar a Coreia e ir trabalhar na Itália por sabe-se lá quanto tempo o contrato durasse, e Baekhyun acabou por acatar o pedido do casal de amigos quanto estes imploraram para que olhasse o filho, que estava engatinhando pela casa, correndo o risco de enfiar o nariz onde não podia. Os pais de Yeo-Jeong eram muito estritos e nunca gostaram de Junmyeon, pois como ambos não eram almas gêmeas, eles acreditavam que o amor que o homem sentia pela filha não era verídico. Mesmo assim, quando ela se casou e engravidou dele, foram os primeiros a comemorar. Amavam demais o neto e faziam questão de que ele estivesse crescendo em uma casa grande, bonita e com um jardim para brincar. Foi por isso que resolveram se mudar.