I'm sorry love for all the damage done

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 Sweetie Little Jean 

Capítulo 9

I pushed and I pulled 'til I pushed you aside

Now all that is left are the tears that you cried

I'm sorry love for all of the damage done



Estava chovendo. Apesar do clima estar frio, as nuvens nubladas e as árvores peladas como sempre estiveram naquele inverno longo e rigoroso, Baekhyun agradecia por não estar gelado o suficiente para a  neve se formar. Estavam prestes a entrar na primavera, e as temperaturas aos poucos estavam aumentando. Sua mão estava molhada, e enquanto segurava o guarda-chuva, Chanyeol estava de joelhos, em frente à lápide da avó. Ele não disse nada, nem mesmo no caminho até lá. Baekhyun não tentou forçá-lo. Talvez devesse dizer alguma coisa para deixar o ambiente menos desconfortável, certo? Merda. Não sabia como agir naquela situação.

O funeral de Eun Woo fora totalmente diferente. Não teve lápide, porque não aguentou ficar lá até o momento em que ele fora enterrado. Lembrou-se de quando tentou dizer algumas palavras para quem estava presente — o ex não era muito adorado dentre a família, então não muita gente — e acabou soltando várias lamúrias misturadas com engasgos nas próprias lágrimas. Tinha certeza de que ninguém entendeu nada do que estava lendo naquele papel, escrito em uma letra desengonçada de quem passou a noite em claro. Nem mesmo o ex, caso houvesse alguma forma de ele o ouvir. Mesmo assim, ainda lembrava de cada sílaba, e tinha o bilhete guardado. Iria repetir assim que tivesse a chance, e dessa vez, ele entenderia, mesmo que não estivesse vivo para escutar.

— Tudo bem? — indagou, ajoelhando-se ao lado dele. Chanyeol suspirou.

— É. Tudo bem. ‘Tá tudo se arrumando aos poucos, sabe? — disse, ainda que com lágrimas nos cantos dos olhos. — Eu perdi tanto em tão pouco tempo, Baekhyun.

— Eu sei. 

— Estou tentando ser positivo, agora. — Se levantou, limpando a terra molhada dos joelhos. — Eu ganhei muito também!

Baekhyun riu do quanto aquilo parecia ser forçado. 

— Ah, é? E o que você ganhou? — Chanyeol se aproximou e posicionou sua mão em cima da de Baekhyun, segurando o guarda-chuva junto a ele.

— Não dificulta. Eu disse que estava tentando. — Ele riu. 

Mesmo assim, o Park respondeu mentalmente, enquanto caminhavam até a saída daquele cemitério. Afinal, bem que já sabia a resposta: Família. 

                                [...]

No mês que havia se passado desde o dia do hospital, Chanyeol desafiou a si mesmo. Como sempre, não hesitou antes de enfrentar seus medos de frente. Sozinho, enquanto Baekhyun trabalhava, ele foi à igreja com Minseok. Para alguns, era um ato cotidiano, sem importância, talvez até soasse desgostoso para aqueles que tinham asco de atividades religiosas. Mas ir até aquele lugar, após tanto ouvir que não era bem-vindo, era um passo a ser tomado, e sentia que o precisava fazer.

— Tem certeza? — O amigo perguntou, com uma mão reconfortante em seu ombro e um semblante incerto sobre aquilo. 

Chanyeol sorriu, de leve, apenas para acalmá-lo. 

— Tenho, Seok. Não precisa se preocupar, tudo bem? — Engoliu em seco, voltando a olhar sério para a portaria. — Acho que nunca estive neste lugar por vontade própria antes...

O Kim agarrou-lhe pelo braço e grudou em si. Era óbvio que o amigo não gostava de estar naquele âmbito, e seu desconforto não passava despercebido pelo Park. Os dois caminharam daquela forma até a entrada, onde o padre já começava a se posicionar no palco. Era uma construção grande, com muitos bancos e uma cruz de madeira na parede. 

Sweetie Little JeanOù les histoires vivent. Découvrez maintenant