Capítulo 21

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Lorena narrando:

Despertei com o barulho do toque do meu celular, ainda desnorteada, olhei para os lados e quando meus olhos chegaram até a janela percebi que já era noite. Peguei o celular, aquele barulho já estava me irritando, vi a foto do Eduardo, isso significava que ele estava ligando. Eu estava bem mais calma e menos pensativa, a soneca que tirei renovou minhas forças, estava pronta para atendê-lo.

— Oi meu amor — falei

— Desculpa, te acordei?

— Não, não, eu já estava entrando no banho pra poder me arrumar e a gente sair — menti.

— Então tá mesmo de pé nosso rolê? — senti entusiasmo em sua voz.

—  Claro, meu bem! Imagina se eu ia deixar de sair com você, logo aqui nessa cidade maravilhosa. Afinal a gente veio pra curtir, lembra?

— Lembro sim, minha pequena — Eduardo sabia que eu não gostava de ser chamada assim, mas falou pra implicar comigo.

— Pequena? Eu? Só sou alguns centímetros mais baixa que você, não sou pequena.

— Imagina... Só uns dez centímetros, no mínimo  quase nada — debochou e consegui ouvir sua risada.

— Eduardo! Não me faça repensar a ideia de sairmos — disse séria.

— Desculpe minha prin ce sa — soletrou ele.

— Assim está melhor, agora vou indo rapidinho me arrumar.

— É melhor ir mesmo, senão não sairemos daqui hoje — riu.

— Ei! Você está muito implicante hoje, sabia?

— Eu não aguentei, você fica muito fofa quando fala bravinha — Mais risadas.

— Vou desligar, tchau!

Saí disparada em direção ao banheiro, peguei um roupão do cabide e levei para dentro do box comigo. Fiquei imaginando para quais lugares iria e qual roupa eu usaria, a segunda coisa era meu maior problema, mas eu tinha esperança de que alguma coisa naquela mala servisse.

Quando saí do quarto, já arrumada, vi Eduardo me esperando no sofá com meu pai do lado. Meu queixo caiu ao ver ele, seu mais badboy veio a tona, jaqueta de couro preta, calça jeans rasgada, aquele gel em seu cabelo escuro, e claro, o perfume que até quem estava na portaria conseguiria sentir. Olhei para meu namorado, do topete até a sola do tênis branco combinado com sua camisa e ali percebi o quão sortuda eu era de ter seus olhos voltados para mim e seu coração como morada.

Eduardo narrando:

Cheguei na sala de estar da suíte onde a família de Lorena estava e após cumprimentar todos por ali, procurei sentar no sofá, seus pais me receberam muito bem como sempre, senhor e senhora Zimmer parecem gostar mesmo de mim.

Seu pai, um cara quase que da minha altura de cabelos grisalhos e um sorriso meio amarelo, era bem simpático e começou a falar sobre carros comigo, perguntou coisas do tipo "você pretende comprar qual carro quando tirar carteira?" Ou "qual melhor marca na sua opinião"... começamos a bater um papo divertido até Lorena abrir a porta e aparecer para nós (já que o quarto era quase em frente ao sofá onde estávamos).

Eu não consegui resistir, ao ver minha amada com aquele vestido preto e colado marcando suas curvas, senti-me ficar boquiaberto:

— Uau, amor! Que linda que você está! — elogiei.

— Que nada, nem me arrumei tanto assim! — deu de ombros sendo modesta.

— Linda é pouco para definir o que estou vendo, sinto-me em um museu de arte moderna observando uma escultura esculpida cuidadosamente por Deus, nem as obras de 'da Vinci' conseguem chegar aos teus pés.

— Quanto mimimi de vocês eim… — disse senhora Zimmer revirando os olhos  — Agora eu quero passar uns avisos a vocês, cheguem até as 22:00, vocês não conhecem a cidade direito e 4 horas são suficientes para se divertirem...

— Pode deixar sogrinha, trago ela até a porta, sã e salva.

— Eu não acabei ainda! Prestem atenção, não bebam demais, e juízo, muito juízo.

— Mãeeee — Lorena replicou com um olhar sério — Não se preocupe, a gente não fará nada que você e papai já não fizeram antes.

Engoli em seco e sorri nervoso.

°•°•°•°•°

Chegamos em um barzinho perto da ponte de Manhattan, o lugar estava bem animado, com luzes neon na frente o que chamou bastante nossa atenção, então decidimos entrar. Segurei forte a mão de Lorena, havia muita gente para um espaço tão pequeno e a música estava muito alta. Pedimos um drink no balcão e ficamos por lá encarando a multidão dançando. Olhei para minha namorada e ela estava observando as pessoas enquanto colocava o canudo na boca, sua cabeça fazia uma volta completa pelo lugar e quando seus olhos encontraram com os meus ela soltou o copo sobre o balcão e sorrindo, disse:

— Vem — Falou ela me puxando rumo à pista — Vamos dançar.

Começamos a dançar como dois loucos, pulando e sorrindo como se só existisse nós dois ali, em parte não sentimos vergonha por não conhecer ninguém ali e mesmo se conhecêssemos continuaríamos dançando daquele jeito. Aquilo tudo me fez lembrar de uns meses atrás quando conheci ela naquela festa antes de todas as loucuras do destino começarem. Vendo o sorriso dela, me dispersei, já não ouvia mais a música e tudo se resumia a alegria daquela garota e minha vontade de fazê-la feliz. Ela me puxou para mais próximo do palco e notei então o DJ ali.

— Aquele não é o DJ famoso que veio do Brasil pra ganhar fama no exterior? 

— É ele mesmo!!! Que emoção, vamos falar com ele? — disse ela empolgada.

Concordei com a cabeça e sorrindo chamamos atenção dele, ele fez sinal de espera com a mão direita e foi isso que a gente fez, esperou. A música acabou e o DJ falou que ia dar um intervalo, era nossa chance

— Hi, please!? Do you speak portuguese? — Tentei falar inglês caso fosse engano.

— Falo sim por quê?

— É ele mesmo!! Me dá um autógrafo — Lorena gritou.

— Vocês também são do Brasil? Que saudade daquele país.

— Somos sim, viemos fazer essa viagem principalmente pra comemorar nossos aniversário de namoro — interferi.

— Felicidades ao casal, e como presente, vou tocar uma música mais lenta em homenagem a vocês.

— Nem acredito!!!! Obrigada mesmo — Os olhos de Lorena brilhavam ao pronunciar aquelas palavras.

— É o mínimo que posso fazer, não é todo dia que vejo alguém da minha terra por aqui.

O DJ voltou para seu posto, depois de tirar fotos com a gente, e falou em inglês algo que todos começaram a olhar para nós e aplaudir, depois começou uma música lenta e todos arrumaram um par rapidinho, eu e Loh dançamos agarradinhos.

Estava um clima maravilhoso, minhas mãos estavam apoiadas em sua cintura e os braços dela, estava sob meus ombros abraçando meu pescoço, parecia coisa de filme clichê que ela me fazia assistir na Netflix.

Puxei ela pra mais perto de mim, e começamos a nos beijar, nossos corpos estavam colados e sincronizados conforme a música, minhas mãos inusitadamente apertavam sua cintura, o clima parecia está esquentando, até que a música parou e desnorteado voltando para o mundo real perguntei:

— Quer beber alguma coisa?

— Quero sim, algo bem gelado, pode ser um coquetel de frutas? 

— Certo, já volto minha garota — sorri de canto enquanto andava até o bar com os olhos ainda em Lorena.

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