Capítulo 16

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Eduardo narrando:

Eu estava na mesa para almoçar, à esquerda de meu pai, como todas as vezes, coloquei o guardanapo no colo e esperei alguém me servir, olhei para minha mãe, depois para meu pai e ambos estavam rindo de alguma coisa, eu não escutava o som da risada nem de nenhuma conversa, eu estava preso em meus pensamentos. Eles olharam para mim confusos por ver minha expressão séria e perguntaram alguma coisa, depois de muito meu pai chamar por mim eu o escutei.

— Eduardo, meu filho, tá tudo bem com você? 

Assenti e voltei a olhar para o prato com comida. Uma voz ecoava em minha mente e acompanhado disso um rosto: "Lorena… Lorena…" eu não parava de pensar nessa garota. Soltei os talheres e limpei os cantos da boca com o guardanapo, pedi licença e me retirei indo para meu quarto.

Bati a porta, me joguei na cama e afundei meu rosto no travesseiro. Aquela garota insuportável não deixava espaço para mais nada em minha mente, tudo bem que ela era bonita, engraçada, inteligente, gentil, tinha um sorriso contagiante e um perfume único, mas todas as outras garotas também tinham isso.

Meus pensamentos fugiram por um milésimo de segundo ao ouvir alguém bater na porta, perguntei quem era e permiti a entrada de Daniela. Ela se aproximou da cama devagar e eu disse que se a mesma quisesse sentar ali, poderia.

— Não quero incomodar, só vim dizer que você tem aula de economia e também de equitação hoje.

— Pra que diacho eu tenho que aprender a montar num cavalo!? Um dia meu carro vai quebrar no meio da estrada e vou ter um cavalo na carroceria, então monto e vou até a oficina chamar um reboque, porque vou ter esquecido o celular em casa e não tenho como ligar. 

— Meu menino, o que você tem hoje? Tá passando mal? Não é normal você fazer esses tipos de piadas.

— Eu estou bem Dani, é só que… — Hesitei antes de continuar

Dani tinha um jeito único e carinhoso comigo, desde pequeno eu gosto de pedir ajuda a ela quando não conseguia resolver um problema. Coloquei minha cabeça em seu colo e ela começou a acariciar meu cabelo, então continuei a falar.

— Tem essa garota, Lorena, ela tá mexendo comigo de uma forma diferente, eu nunca senti nada assim antes e talvez eu esteja com medo de assumir isso.

— Essa menina parece ser muito especial e te faz mais feliz, talvez ela sinta o mesmo por você e também esteja confusa e com medo de dizer.

— O que eu deveria fazer? — Virei para olhar o rosto de Daniela.

— O primeiro passo é aceitar esse sentimento e depois contar para ela. Não perca essa chance, pode se arrepender depois — Ela beijou minha testa e se levantou.

— Obrigado, Dani — sorri — Você me ajudou bastante.

Ela saiu do meu quarto e logo pensei em falar com Bruno, ele já tinha pedido Júlia em namoro então poderia me ajudar com Lorena.

Eduardo on:

Eu: Ei parça, agora eu que vou precisar da sua ajuda.

Bruno: Ajudo no que eu puder, afinal tô te devendo uma mesmo.

Eu: Sabe a Lorena, aquela que tava no clube comigo?

Bruno: Sei sim, a da festa.

Eu: Então... Meus pais fizeram um acordo com os pais dela. Inventaram uma história de casamento arranjado e estávamos fingindo ser namorados só na frente deles.

Bruno: Caraca mano! Que maluquice essa história de casamento arranjado, mó coisa do século passado.

Eu: Também achei isso desnecessário, mas você conhece meus pais né.

De Repente Amor Where stories live. Discover now