Fomos seguindo o GPS até o lugar, eu não sabia o que ia acontecer com a gente, mas eu nem estava pensando muito nisso.
- Ceci, se alguma coisa acontecer com a gente, eu te amo.
- Eu também te amo Ricardinho, pra sempre. Pra sempre nós dois.
- Pra sempre nós dois.
Aquilo parecia um tiro no meu peito, puta merda.
Eu não tinha nem forças pra sorrir milimetricamente pra ele, porque a dor que me consumia não me deixava mais raciocinar, olhei pra ele e ele entendeu, ele entendeu o quanto eu amava ele.
- Vamos?
Ele fez que sim com a cabeça e me deu a minha arma, eu era capaz de tudo pelo Ricardinho e pelo meu pai.
Coloquei a arma na minha cintura e o Ricardo segurou a dele.
Descemos do carro e puta merda, estava um breu enorme.As portas do barraco estavam caindo aos pedaços e não foi difícil pra eu chegar ja chutar tudo, eu fui tomando a frente de tudo, estava uma escuridão tão grande, eu tava com tanto medo mas eu precisava ver o que tava acontecendo.
Pensei "só essa que me faltava, um endereço falso" mas alguns passos a frente, vi um fecho de luz passar entre uma porta sanfonada.
Cheguei na porta e abri com uma mão, com a outra segurei minha arma
- Olha só D2, temos visita.... - Disse o mesmo cara que me bateu antes
- Papai...
- Pirralha, porque você veio?
- Eu não ia te deixar aqui.
Tentei olhar pro meu pai, ele tava todo desconfigurado de tanto apanhar, ele tava cheio de sangue, tipo cheio mesmo. Olhei pra mão dele e ela realmente tava sem um dedo, aquilo partiu meu coração.
- Vamos colocar as armas no chão? Eu nem me apresentei né? Eu sou o Davi, tio do Ricardinho...
- Como assim? - disse o Ricardinho
- Ah, eu esqueci que vocês não sabem da historinha de mentiras dos seus pais... - dizendo isso, ele deu uma coronhada no meu pai - enquanto vocês ficarem com essas armas nas mãos, ele vai apanhar.
O Ricardinho logo colocou a arma dele no chão mas eu sabia que se eu colocasse aquela arma no chão, os 3 estaríamos mortos.
Destravei rapidamente a arma e atirei no Davi, mas infelizmente o tiro atingiu a porta.
- Eu mandei COLOCAR A PORRA DA ARMA NO CHÃO, SUA PIRRALHA DOS INFERNO - disse isso dando um tiro no pé do meu pai
Eu coloquei a arma no chão assim que ouvi os gritos do meu pai.
- Boa garota, agora sentem no chão, vou amarrar vocês enquanto conto a historinha da família de vocês.
Eu sentei de frente pro meu pai, o Ricardo sentou do lado dele.
- Tudo começou quando anos atrás, seu pai, Cecilia, namorava a Monique, ela era bem parecida com a sua mãe sabe? Só que bem mais esperta - disse isso prendendo as pernas do Ricardo - Um belo dia, a Monique sumiu, o Eduardo conheceu a doce Manuela e eles tiveram você. Linda a história né? - disse ainda fazendo um nó nos braços do Ricardo
Enquanto ele contava toda essa história, meu pai me encarava e olhava a arma que estava perto dele, eu não conseguia entender direito o que ele queria, mas ele me mostrou que as mãos dele não estavam amarradas. Ele contou até 3 e chutou a arma pra mim.
- A unica coisa que seu pai esqueceu de te contar é que o Ricardo é filho da Monique e do meu irmão, que morreu aqui nesse mesmo lugar, porque a sua mãe matou eles.
Assim que peguei a arma e ouvi o que o Davi tava falando, eu não conseguia pensar direito, eu apenas sai atirando, eu nem sabia o que eu tava fazendo, um dos tiros pegou de raspão no Ricardo mas pelo menos o Davi tinha caído. Meu pai desamarrou as pernas dele e tirou a arma da minha mão e descarregou a arma no Davi.
Enquanto ele fazia isso, ajudei o Ricardinho a se desamarrar
- VAMO CECILIA, agora você vai ter que correr e muito, não olha pra trás. Me deixa aqui, vocês tem que sair daqui.
- Pai, a gente nunca vai te deixar aqui - disse o Ricardinho
Eu sorri e ajudei o Ricardinho que estava com uma bala alojada no ombro mas estava melhor que meu pai, saímos o mais rápido que conseguimos dali, coloquei o Ricardinho e meu pai dentro do carro e acelerei o máximo que pude.
- EU NÃO SEI PRA ONDE IR PAI
- Eu sei pra onde você tem que ir- disse logo falando um endereço que o Ricardo mesmo se contorcendo de dor colocou no GPS
Parecia que tudo tava bem, até eu ver um carro seguindo a gente, se o Davi tinha morrido, quem era agora? Inferno, a gente não tem um momento de paz.
Continuei correndo o máximo que eu pude, seguia a instruções do meu pai mas ele tava se babando todo de dor, ele gritava e se revirava no carro, eu tava com medo dele não resistir.
Segui as coordenadas do meu pai até parar em uma rua sem saída, ali pensei "ferrou!"
- Ceci, agora quando eu te falar, você vai dar ré com toda a velocidade que esse carro aguentar.
- Pai, a gente vai morrer.
- CALA BOCA CECILIA, PORRA, SÓ FAZ O QUE EU TE FALAR, CACETE! - disse ele, muito irritado comigo - 1, 2, 3 AGORA!
Dei ré como se minha vida dependesse daquilo e realmente, deveria depender. Enquanto eu dava ré, o carro que nos perseguia, atirava no nosso carro sem parar, ele era blindado mas eu não achava que ele ia aguentar muito, meu pai pegou a arma que estava no chão do carro e atirou tantas vezes que eu fiquei meio zonza.
Assim que meu pai conseguiu furar um dos pneus do carro, eu continuei seguindo até o endereço que ele tinha me dado.
Era uma casa imensa, uma casa que eu nunca pensei que existia, cheia de seguranças mas parecia que papai conhecia ali e sabia o que ele tava fazendo.
ESTÁ A LER
Me apaixonei pelo filho do dono do morro
Teen FictionAgora as coisas tinham mudado de figura. Não era mais um amor proibido pela classe social, pela diferença de mundo. Essa batalha tinha sido vencida pelos meus pais. Agora essa era a história de um casal que não poderiam ficar juntos jamais. Eu nu...