10. Millions of Pounds Sterling

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Louis estava tendo um dia péssimo. Aliás, a maioria de seus momentos na empresa eram regados de estresse e ameaças de cabelos brancos. Quis amassar a folha que Marie colocou em suas mãos, estava tão enfurecido! Seus esforços eram em vão. O Mentaberry foi um fracasso, assim como o Chocodream. O único chocolate que mantinha suas vendas nas alturas era o CocoLatte, mas não era o suficiente para suprir o valor de milhões da dívida.

- Eu sinceramente não sei o que fazer. - grunhiu, vendo o Balanço Patrimonial fechando no negativo. Respirou fundo e jogou a folha na mesa. Ergueu-se e foi até a mesa de bebidas. Normalmente teria se servido com o café, mas estava irritado demais para algo tão fraco. Encheu um copo com whisky e voltou para a mesa, dando um longo gole. - Tentamos de tudo, Marie! Como perdemos tanta credibilidade assim? Céus, estávamos bombando no começo do ano!

- Bem, existem novos concorrentes, com preços mais baratos e sabor mais doce. - ela cruzou as pernas, séria. - As fabricantes de doce conhecidas mundialmente continuam crescendo.

- E os pequenos concorrentes? Os locais? Do Reino Unido, como nós?

- Crescendo. Todos estão crescendo. - suspirou. - E nós afundando.

- Não sei o que fazer. - passou as mãos pelos cabelos. - Estou tão cansado disso.

- Venda as fábricas brasileiras.

- Mesmo se eu quisesse, o que alguém daria por elas? Três usinas pequenas para transformar a cana em açúcar e um laboratório para a extração de xilitol. - balançou a cabeça. - Não vai cobrir um terço da dívida. Aliás, essas fábricas podem nos salvar. Não a Chococandies, mas você e eu. Sabe que é uma profissional muito competente e certamente eu a manteria do meu lado em outro negócio.

- Não estão no nome da Chococandies, estão?

- São do grupo Chococandies. - murmurou. - Céus, quando meu pai souber disso vai comer o meu fígado flambado na tequila. - balançou a cabeça. - Não queremos que o Sr. Tomlinson-Pai apareça aqui. Temos que resolver por nós mesmos.

- Ainda acho que deve vendê-las. - Marie insistiu. - Vai cobrir uma parte da dívida, pequena, mas já é uma ajuda. Além disso, não vai gastar com depreciações ou manutenção dos equipamentos. - suspirou. - Volte para as fórmulas originais, criadas pelo seu avô. - ele fez menção de retrucar, mas ela ergueu a mão. - Sei que aspartame e acessulfame de potássio estão entre os componentes, mas no momento é a opção mais viável. - afirmou. - Mais barata também. Quando a Chococandies voltar a ser a líder de mercado do Reino Unido, pode arranjar um fornecedor de xilitol, estévia ou qualquer outra coisa.

- Não sei se devo fazer isso...

- Você deve. Ou você faz isso, ou a Chococandies não resiste até a Páscoa. - ergueu-se e apoiou as mãos na mesa. - Os fornecedores não querem renovar contrato conosco, estamos em dezembro e temos pouco tempo até quitar as dívidas. Caso contrário, ficaremos sem matéria-prima porque eles não vão vender para uma empresa que não paga! - alterou o tom de voz e logo se recompôs. - Resolva isso antes do fim do mês ou no próximo ano não teremos um centavo! - alertou e caminhou para fora da sala.

Ele assentiu, sozinho, e terminou de beber seu whisky. Estava totalmente desesperado, não podia afundar o império que sua família construiu. Louis passou as mãos pelos cabelos, desfazendo o topete, e soluçou. Permitiu-se chorar baixinho, colocando suas emoções para fora, tudo o que havia guardado desde quando a Chococandies começou a declinar.

Havia perdido suas esperanças. Nunca deveria ter assumido aquela empresa, para não vê-la ruir diante de seu nariz. Mark Tomlinson, seu pai, deveria estar naquela cadeira, mandando na Chococandies. Ele e Johannah eram uma dupla imbatível nos negócios e certamente saberiam o que fazer, mas Louis não era seus pais. Não queria contatá-los porque sabia que seria visto como uma vergonha.

Chococandies | Larry StylinsonWo Geschichten leben. Entdecke jetzt