Capítulo II - Uma vida normal

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– Olá, muito prazer – o deus do trovão falou acenando com a mão e se sentindo totalmente deslocado naquele ambiente.

– Nossa, tio, mas o senhor é glandão – Narfi comenta impressionado fazendo os mais velhos rirem divertidos. O coração de Thor se encheu de amor ao ouvir aquele pequeno ser lhe chamando de tio. Peter se levantou e foi até os deuses, atrás dele estavam Lana e MJ.

– É um prazer conhecê-lo, senhor – Parker cumprimentou educadamente estendendo a mão e lhe oferecendo um sorriso amistoso. Seus olhos castanhos brilhavam de curiosidade, seu pai nunca escondeu sua verdadeira natureza, mas também não falava muito do passado.

– Não precisa me chamar de "senhor", pode ser só Thor – respondeu sorrindo encantado com a educação do menino. Ele parecia um pequeno homem, e tinha um olhar tão doce que o fez lembrar de Loki na infância.

A mulher e a menina também cumprimentaram o deus trovejante; Loki pediu que se sentasse porque iria lhe servir o café da manhã, também. Thor observa rapidamente a cozinha; o cômodo era simples, apesar da pequena bagunça em cima do balcão, era bem organizado. As crianças voltaram a conversar entre si, Loki e a mulher, que agora sabe que se chama Lana, começaram a falar amenidades, o deus do trovão se sentiu ainda mais deslocado no meio deles.

Seu irmão colocou um prato na sua frente com uma comida que ele não conhecia, mas como todos os presentes estavam comendo e apreciando, Thor resolveu apenas imitá-los e quase ajoelhou para agradecer aos deuses quando colocou na boca o primeiro pedaço daquela massa; então entendeu porque a mulher ficou feliz quando Loki lhe ofereceu uma porção. O deus do trovão comeu mais rápido que todos os presentes, as crianças acharam graça da velocidade que ele engolia as panquecas, o deus mais jovem apenas revirou os olhos pela falta de modos do irmão e Lana se segurava para não rir.

Quando Thor abriu a boca para pedir mais uma porção daquela comida divina, um som estranho fez Loki e a mulher levantarem-se da mesa e começarem a apressar as crianças, os meninos subiram apressados deixando o deus trovejante ainda mais confuso sobre o que estava acontecendo.

– Peter? Narfi? Está aqui o almoço de vocês – Loki falou entregando pacotes de cor de terra aos meninos, assim que retornaram à cozinha carregando bolsas nas costas.

– Se apressem pirralhos, o ônibus não vai esperar por muito tempo – MJ chamou saindo de casa acompanhada da mãe.

– Comportem-se meninos e cuidem um do outro! Não coloquem fogo ou quebrem as coisas, entenderam? – Loki irmão indagou com seriedade.

– Sim, papai! – ambos responderam.

– Ótimo! Tenham um bom dia, eu amo vocês – beijou a cabeça dos garotos e ficou na porta olhando eles saírem em direção ao ônibus que os levariam para a escola.

– Para onde eles foram? – Thor indagou chamando a atenção do irmão.

– Escola e eu tenho muita coisa para fazer, então, se você já terminou de comer, vou arrumar a mesa – informou.

– Na verdade, eu queria um pouco mais dessa coisa que você chama de panqueca – pediu sem graça, fazendo o deus mago revirar os olhos.

Thor observava as costas do irmão enquanto ele mexia na panela no fogão, queria perguntar tantas coisas, porém, não tinha coragem de fazer isso. Desde quando tem medo de falar com o próprio irmão? Acontece que esse Loki nem de longe se parece com o que conheceu, o rapaz introvertido ficou no passado, para falar a verdade, nem mesmo aquele Loki, ele conheceu bem e não foi preciso muito para perceber que realmente tinha construído uma vida em Midgard, mas não consegue entender o porquê ele não querer ir para Asgard. Afinal, Loki também tem uma vida lá, ou ao menos tinha.

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