Capítulo dois

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Louis descobriu duas semanas depois, quando Harry estava próximo do segundo mês de gestação.

Seu corpo ainda era quase o mesmo, a pequena elevação em sua barriga ainda quase imperceptível. Quando Louis chegava do trabalho e ambos se arrastavam para a cama, Harry ficava esperando que seu marido notasse a diferença – mas Louis estava sempre muito exausto, dormindo imediatamente.

Harry continuava na cama, silenciosamente olhando sua barriga, se perguntando quando ela começaria a crescer de verdade.

Era estranho porquê Louis costumava notar tudo, até as pequenas mudanças no humor de Harry. As vezes, quando ele estava muito irritado, Louis era o primeiro a arrasta-lo escada a cima e dar-lhe uma série de beijos doces que melhoravam seu dia.

Mas desde a morte de Mark, quando Louis assumiu definitivamente os negócios da família – o oficina mecânica – ele trabalhava o dobro e estava sempre exausto demais. Sendo assim, ele não notava mais as mudanças no humor de Harry ou sua barriga que crescia cada vez mais.

Em uma manhã quando Louis saiu para o trabalho, Harry sentou sozinho na cozinha e chorou. Ele estava grávido e seu marido nem sequer encontrava tempo para estar em casa. Foi a primeira vez em que Harry sentiu o desespero correndo em suas veias – quer dizer, ele nem ao menos sabia se Louis ainda queria aquilo. Se ainda estavam no mesmo lugar.

Ele secou suas lágrimas com mãos trêmulas e adiou a conversa por mais uma semana.

Em todas as noites quando Louis se arrastava sob as cobertas da cama e o abraçava, Harry silenciosamente observava sua barriga. Ainda era a mesma, a pequena elevação ainda estava do mesmo tamanho – seu bebê, seu pequeno bebê, não havia crescido muito mais.

Meu bebê, Harry disse a si mesmo. Aquele era o seu bebê, sendo gerado em seu ventre. Eles tentaram aquilo por dois anos inteiros, talvez algumas semanas mais, e é claro que Louis nunca os abandonaria.

Aquele era o bebê deles.

Feito do amor deles.

No dia seguinte, Harry estava em uma das lojas de maternidade no centro da cidade. A vendedora o parabenizou com um sorriso grande – muito grande – e o ajudou com as compras.

Naquela noite, quando Louis chegou em casa, o jantar estava pronto. Ele costumeiramente deixou seus sapatos ao lado da porta, as chaves sobre a mesa de café, e entrou na cozinha.

Seu beijo de boas vindas ainda era tão bom quanto o primeiro – de anos atrás – e as mãos de Louis esfregavam deleitosamente os quadris de Harry e o fazia ronronar em apreciação.

— O que você tem ai, hein? – Louis perguntou, sentando-se na mesa de jantar.

— Fettuccine Alfredo com frango grelhado e—

— E?

— Brócolis – disse Harry.

Louis grunhiu, apreciativo: — Eu te amo, bebê.

— Bem, sim. Eu sei – disse Harry – Mas você é um interesseiro.

Louis sorriu, e Harry murmurou que o amava enquanto o enchia com doces beijos. Eles jantaram juntos, trocando sorrisos e carícias, a mão de Louis sempre encontrando a sua sobre a mesa.

Sentaram-se na sala mais tarde, como faziam nas noites de sábado quando Louis chegava do trabalho – mesmo ainda sendo quarta-feira –. A maratona de Friends esquentava a Tv e Harry sentia suas pernas doloridas, felizmente ele não havia tido nenhuma crise de enjoo na última hora.

— Então, o que você fez hoje?

— Compras – Harry disse, balançando os pés distraidamente – Foi divertido.

At LastWhere stories live. Discover now