5 - Lado A

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"Sinto falta"

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"Sinto falta"

CARTA III - Jared

    Fiquei por um bom tempo sentado na calçada pensando na minha vida e talvez uma parte do tempo em que fiquei lá foi por esperar que Sam voltasse andando calmamente e se sentasse ao meu lado, mas não foi isso que aconteceu; amanhã voltariam as aulas e eu não estava preparado, eu não estava bem para voltar; não digo isso pelos meus machucados no rosto, pois para falar a verdade o roxo já estava praticamente invisível e os machucados como não foram muitos já não estavam totalmente visíveis.

    Não estou preparado para chegar na escola e ouvir coisas como: "Meus pêsames", "Sinto muito pela sua amiga" e "Ela era uma ótima pessoa", acho que a única verdade que eu irei ouvir é que ela era uma ótima pessoa, na verdade, ela era a melhor pessoa! Ela era perfeita! Mas mesmo assim se foi e não acho que as pessoas se importem uns 2% com a morte dela, as pessoas da escola só sabem se preocupar com o que alguém fez de errado ou o que comprou, fora isso olham apenas para o próprio umbigo, agem como que se fossem santos, mas sempre que podem tomar conta da vida de alguém e falar mal pelas costas lá estão.

    Oliv, Sam e eu não éramos convidados para as festas que eles davam ou coisa do tipo, sempre que resolviam fazer algum tipo de encontro regado a cerveja ou sabe-se lá o que mais deixavam um claro: "Ei trio esquisito! Só não deem as caras por lá viu?!" E nunca aparecíamos, na verdade teve uma vez em que convidaram somente Olívia, como a pessoa doce que era, ela foi, mas nos fez a buscar poucas horas depois dizendo que "não aguentaria mais dois minutos perto daqueles animais da escola" e acredito nela, ninguém aguentaria, talvez nós três fossemos antissociais demais para conseguir agir como os outros adolescentes da nossa idade, o fato era que:

    a) Era irritante ficar sorrindo e fazendo coisas bobas apenas para chamar atenção o tempo todo.b) As pessoas nunca estavam realmente interessadas em nós, era apenas um fingimento idiota. E c) Sempre fomos nós três e sabíamos disso, sabíamos que não havia nada no mundo melhor do que uma noite de filmes cheia de pipoca, salgadinhos e refrigerante.

    Há dois anos tínhamos 16 anos de idade e estávamos no primeiro ano do ensino médio, conversávamos e comíamos na mesa de sempre do refeitório quando Lucas, um garoto da nossa sala se aproximou de nós com seus óculos quadrados de lentes grossas ...

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    Há dois anos tínhamos 16 anos de idade e estávamos no primeiro ano do ensino médio, conversávamos e comíamos na mesa de sempre do refeitório quando Lucas, um garoto da nossa sala se aproximou de nós com seus óculos quadrados de lentes grossas e seu fone no pescoço.

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