SELFISH -Jikook

I - O começo por Jimin.



Quando se é um alfa lúpus, você aprende na marra que ser estereotipado como uma pessoa muito forte está longe de ser algo bom. As pessoas aprenderam desde cedo a terem medo de mim, e eu aprendi desde cedo a me sentir superior a elas. É assim que esse mundo funciona, é uma hierarquia. E eu estou no topo. Park Jimin, alfa lúpus de família honrosa, um clã antigo, linhagem pura do primeiro elo.

Mesmo em tempos modernos, era como se eu fosse da nobreza, fui criado como uma príncipe destinado a ser rei. Soa clichê não é? Eu sei, é um fardo que carrego. Eu não nasci com afeto, eu nasci porque tinha que nascer, os Park precisavam de um herdeiro. Então, no meio de um jogo sujo para unir duas empresas de magnatas, eu nasci. Isso sobe a cabeça, eu aprendi desde pequeno que só existia uma pessoa acima de mim, e não, não era Deus. Era meu pai, Park Ji Sung, alfa lúpus, empresário, gênio dos negócios e acima de tudo, egocêntrico, mesquinho e manipulador. Não o julgue tanto, ele foi criado para ser isso, assim como eu, criado para mandar e ser obedecido, não aceitava ser confrontado, nunca se deixava ser passado para trás, ele se sente o centro do mundo e ninguém pode lhe dizer o contrário.

Nossa família ajudou a Coreia ser o que ela é hoje, meu avô a  ajudou o governo a investir em cultura, ele fez com que a nossa cultura fosse exportada para mundo. Se o mundo conhece a onda hallyu* agora, foi graças também ao investimento dele. Após a guerra meu clã foi o único que ainda era rico, e não foi um mérito  honorável, enquanto milhares eram torturados, meu avô se manteu ao lado do Império Japonês, ele viu seu povo morrer e sua fortuna aumentar. Isso é um segredo dos Park, nosso nome se ergueu em cima do sangue, da mentira. Agora meu pai é o CEO e acionista majoritário da ON entertainment, e seus negócio vão muito além, atuamos no ramo alimentício, tecnológico e na moda.

Como eu disse é um Império, e eu sou o herdeiro. Por longo tempo eu fui sozinho, literalmente, meu pai obviamente não tinha tempo, minha mãe também não, ela também era uma mulher de negócios, ensinada a gerenciar, comandava com vigor ao lado de meu pai, era tudo bem separado, cada um com as áreas que se destacavam mais, ambos faturando milhões. É aqui que vocês se perguntam,  onde fica um filho no meio disso tudo? Bom, eu me acostumei a ter babás, depois me acostumei a ser sozinho.

Isso nunca foi um grande drama, na verdade, eu não tinha outra opção. As pessoas não se aproximavam nem por interesse, elas tinham medo. Eu era inalcançável, mesmo para as pessoas que também eram ricas e do mesmo elo. Minha família não era só milionária, era influente, e todos sabiam que nós sabíamos muito bem usar de nossa influência, uma família de lúpus puros e elos altos, quando menos percebi, fui mitificado. Eu era intocável,  invejado e acima de tudo, temido.

Menos por uma pessoa, um ômega de cabelo verde, uma pessoa nunca foi tão abusada comigo na vida. Min Yoongi, ômega mestiço, terceiro elo e o mais baixo. Me lembro bem, eu tinha 16 anos quando fui visitar a fábrica de tecelagem, ele era só um operário, esbarrou em mim e reclamou que eu estava atrapalhando o seu desempenho. Eu amacei, e quis lhe demitir, ele simplesmente não se importou, " Escuta aqui seu mimadinho, você acha mesmo que ligo de ser demitido? Acha que isso aqui é o que? Emprego do sonhos? Se não reparou, eu já estou na merda, não tenha nada que você possa fazer para piorar." A voz rabugenta ainda é fresca na minha memória.

Foi assim que ganhei meu primeiro amigo.

Quando eu disse ao meu pai que queria Min Yoongi para trabalhar lá em casa, ele não se importou, só me fez prometer que não deixaria que ele se sentisse muito à vontade, nem parte de família, mas que era tudo bem eu manter uma "amizade". Minha mãe também não ligou, na verdade gostou muito do moleque, diferente de muitos ela não ligava muito pra classificações ou elos.