- Como eu deveria estar me sentindo, Nigel?
- Eu não sei... Apaixonada, excitada...
- Chega, volte para sua sala, pois tenho mais o que fazer.
- Tudo bem, tudo bem. – Nigel começou a se levantar, mas foi interrompido pela voz de Miranda.
- O que Andrea tem a ver com o meu comportamento em Runway?
- Quem tem que me responder isso é você, querida. – Ele respondeu simplesmente e se adiantou para a saída deixando uma Miranda pensativa.
- Andy, como decidiu que seria escritora? – A Priestly mais dócil questionou a morena enquanto voltavam para a mansão após uma longa jornada.
- Ah, essa é fácil! Minha mãe costumava me contar histórias toda vez que me colocava na cama. Ela começou a fazer isso quando eu era apenas um bebezinho pequenininho e mesmo depois de grande, eu insistia para que ela o fizesse... Todas as histórias eram inventadas por ela e eu amava cada uma. Então eu sempre soube que um dia criaria histórias tão boas quanto as dela.
- Mas fez jornalismo... Por que não fez algo relacionado a literatura? – Continuou Caroline.
- Porque jornalismo paga melhor o aluguel. – Ela da uma risadinha. – E depois, na faculdade, eu vi que gostava também dessa área.
- Mas você não trabalha como jornalista agora. – Criticou Cassidy.
- Não... Agora eu decidi voltar a focar no meu sonho.
- O que mudou? – As gêmeas perguntaram juntas.
- Bem... Quando eu me mudei para Boston com Nate, tive que deixar meu emprego aqui e lá era impossível encontrar algo relacionado a jornalismo, além dele insistir que eu não precisaria me preocupar com isso. Assim, comecei a escrever algumas coisas e acho que estão prontas para eu enviar a alguma editora.
- Mamãe conhece várias editoras, tenho certeza que ela te ajudará com isso, não se preocupe. – Caroline garantiu.
- Não entendo como alguém inteligente possa estar com alguém tão...
- Cass... – Repreendeu Andy. – E qual o motivo da curiosidade, meninas? – Andy perguntou enquanto se despediam de Roy e entravam na casa Priestly.
- Bem, eu... Eu gosto muito de escrever, Andy e gostaria de saber se você me daria algumas dicas e tal... – Carol perguntou um pouco sem jeito.
- Mas é claro que sim! – Andy respondeu animada e olhou para a outra gêmea.
- Oh, não! Eu nasci para gerenciar um império. – Disse convicta.
- Assim como sua mãe?
- Não mesmo! – Pareceu ofendida. – Para ser como Miranda Priestly, é preciso não ter filhos e eu quero ter filhos.
- Não entendi... Ela tem vocês, ora. – A confusão de Andy arrancou um revirar de olhos da mais nova.
- É verdade, permita-me corrigir a sentença. Para ser como Miranda Priestly, é preciso não ser uma mãe e eu quero ser uma mãe. – Ela deu um sorriso de escárnio e subiu as escadas sem esperar por uma resposta. Andrea a olhou chocada, ela pode sentir o quanto Cassidy guardava um certo rancor da mãe.
- Eu vou poder ler algum dos seus manuscritos? – Carol tentou suavizar o clima.
- Posso pensar sobre isso enquanto preparamos o jantar, o que acha? – A ruiva remanescente apenas sacudiu a cabeça em concordância e acompanhou a morena até a cozinha.
- Emily.
- Sim, Miranda.
- Traga o livro, hoje eu mesma o levarei para casa. - Miranda estava completamente exausta. Já era quinta-feira, estava tarde e ela só queria ir para casa ver suas filhas, sua adorável amante e lidar com o livro bem confortavelmente em seus pijamas. Ela já finalizava de colocar suas coisas na bolsa quando uma assistente aterrorizada entrou em seu escritório com as mãos vazias.
- O sr. Ravitz está com o livro. – Miranda a encarou e a assistente sênior sentiu seu corpo carbonizar e quase desequilibrou-se ao sentir a editora passando por ela rapidamente.
A porta do escritório de Irv foi aberta de forma brusca assustando o pequeno homem que analisava atentamente o material em sua frente.
- Miranda, que agradável surpresa. – Irv fingiu simpatia.
- Serei bastante breve e espero me fazer clara. – Miranda começou em um tom baixo e gélido, fazendo o homem engolir a seco. – Jamais toque neste livro sem o meu consentimento outra vez. – Ela fechou livro ainda nas mãos dele e pegou para si. – Você só tem autoridade neste andar.
- Eu tenho o direito de ver o trabalho que me custou milhares de dólares já que você mudou toda a coleção.
- Graças a mim você tem milhares de dólares para gastar, não se esqueça disso. Então, use essa coisa que está pendurada em seu pescoço e pense muito bem antes de entrar na sala de edição da Runway outra vez. – Ela virou-se para sair, mas voltou a olhar para o homem. – E se alguma vírgula dessa boneca aparecer na concorrência, você será o prato principal no próximo jantar do conselho. – O homem ia abrir a boca para falar alguma coisa, mas foi interrompido. – Isso é tudo. – Ela virou em seus calcanhares e saiu.
Andy e as gêmeas lavavam a louça quando ouviram a porta principal ser aberta. As três faces encheram-se de entusiasmo, que logo morreu ao notarem a grande carranca que Miranda trajava.
- Ei, meninas, acho melhor irem arrumar suas coisas para o fim de semana, não é? Não fizemos isso hoje. – Andy disse para gêmeas assim que a mulher mais velha trancou-se em seu escritório. Elas assentiram e subiram rapidamente, enquanto Andrea abriu a porta do cômodo vagarosamente revelando apenas seu rosto curioso. – Boa noite, estranha.
- Andrea, sem brincadeiras hoje, por favor. – Miranda não havia a encarado ainda.
- Ei! Você está em casa, não se esqueça disso. – A morena aproximou-se. – E o mau humor do nosso trabalho, devemos deixar no trabalho, não acha? – Miranda finalmente a encarou e logo suas expressões suavizaram.
- Tem razão. – Ela tentou um sorriso e puxou a mais nova para sentar em seu colo. – Onde estão as meninas?
- Subiram aterrorizadas pela sua expressão. – Andy foi sincera. – Pedi para que elas arrumassem as coisas para o fim de semana. – A morena acariciou o cabelo nevado que tanto gostava e Miranda sentiu seu coração se contrair com o fato de que assustara suas filhas. – Ei... É só ir conversar com elas... Compartilhar o que aconteceu... Elas vão entender.
- É, farei isso depois de um banho e talvez algo mais. – Ela disse beijando o pescoço de Andy, que inclinara dando-a mais acesso.
- É... Talvez... – Foi o que Andy disse antes de tomar os lábios da editora e começar o que havia prometido por ali mesmo.
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Guerra é Guerra
Fanfiction"-Tenha uma coisa em mente: Miranda Priestly pode perder uma batalha, mas nunca a guerra." * Capa feita pela minha bff designer @novosoftware (user instagram) * Essa é uma obra ficcional não lucrativa baseada no filme The Devil Wears Prada. * As per...
Capítulo X
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