Capítulo 05

2.9K 307 165
                                    

Eu atirava com a pistola nos alvos com a cara fechada, me concentrando apenas neles. Suor descia pela minha testa e pescoço, por conta do calor que estava fazendo naquele fim de tarde, mas eu não estava tão incomodado com isso.

A sensação de disparar com arma me deixava mais calmo, seu tremelicar deixava minhas mãos secas, o que era esquisito por conta de todo meu corpo estar um pouco suado.

Quando terminei os disparos com a Pistola Ponto 40, peguei o Fuzil Tático M4A1 e novamente fiz todo o processo, correndo para os carros e os usando como cobertura. Eu acertava sempre nos centros dos alvos, peito, juntas das mãos e pernas e na cabeça. Os abafadores de som tremiam nos meus ouvidos por conta do coice da arma, que eu aparava com meu ombro.

Quando terminei, apoiei o fuzil no ombro e soltei o ar num suspiro pesado. Tirei os óculos escuros e a claridade fez meus olhos doerem.

- 32 segundos. - Boyd assobiou. - Ainda mais rápido do que a última vez, não me admira que seu filho seja tão bom. Ele teve a quem puxar.

Olhei para onde Boyd estava olhando e vi Tyler junto aos outros cadetes, encarando meu rápido treinamento. Todos pareciam bastantes surpresos com o que tinham acabado de ver, mas ele se manteve neutro, os braços estavam cruzados mostrando seus músculos e seu rosto inexpressivo.

O corte ainda estava bastante aparente no seu lábio interior, um lembrete da atitude errada que tomei durante a madrugada.

É certo que Tyler restava mais errado do que a mim, porém acredito que eu não precisava ter batido nele. Durante todo esse tempo eu nunca havia batido em seu rosto. Uma vez, quando Tyler estava usando drogas, eu acabei explodindo e bati nele com o cinto. Tyler não deu um único pio, ficou quieto, chorando em silêncio. Foi um dia antes de Derek também bater nele e toda confusão de fato acontecer ainda mais grave.

O grande ponto, é que eu estava me sentindo mal de uma tal forma que não conseguia nem mesmo olhar em sua direção. E ele me encarava de propósito, disposto a me lembrar do que eu tinha feito.

Durante o café da manhã ele havia sentado a mesa junto de Chris e Erika, suas risadas e o bom humor que vinha daquela mesa fez minha cabeça pipocar incomodada. Tyler havia mesmo transado com aqueles dois e eu não sabia que fica puto ou excitado ao imaginar a cena.

Tyler era um homem bonito que sabia que era bonito. Eu conhecia aquele garoto desde criança e sabia do que ele era capaz. Não foi a toa que um dia Derek e eu fomos chamados na escola por conta de terem pego ele comendo a professora, casada, na sala de aula, durante o intervalo. Ele tinha quinze anos na época e eu só não prendi aquela mulher por pedofilia por que soube que ela tinha duas filhas ainda pequenas, então sua exoneração da escola foi o bastante pra mim.

Meu filho não mudou absolutamente nada nesses anos todos, e ele ter ido para a cama com aqueles dois provava isso. Tyler com certeza tinha arrancado alguma coisa deles, de Chris principalmente, e eu não fazia ideia do que. Eu pelo menos achava que ele tinha feito isso, em outra hipótese, Tyler só estava fodendo com todos ali para me deixar o mais louco possível.

E estava funcionando. Por Deus, estava funcionando pra caralho. Eu nunca havia sentido tanto ódio dos meus companheiros quanto naquele momento, o que era muito imaturo da minha parte por conta de um deles, Chris, ser o capitão do departamento de polícia onde eu trabalho. De qualquer forma, durante o banho nos vestiários, acabei notando que o corpo de Chris estava cheio de marcas avermelhadas e um sorriso bobo estava em seus lábios, provavelmente se lembrando da noite.

Em Erika, durante o café da manhã enquanto os três conversam e flertavam, notei marcas em seu pescoço. Em Tyler não vi nada aparente, mas tenho certeza que em seu corpo deveria ter alguma coisa. Pelo que sabia, por experiência própria, Tyler gostava de se manter totalmente dominante durante o ato sexual, isso explicava as marcas nos outros dois.

Desejo Proibido (Sterek/Mpreg)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora