— Será que vai demorar muito? — pergunto.

— Agora sabemos de duas crianças desparecidas na mesma região, precisamos seguir pistas. Alberto sugeriu pegar algum Bianchi e torturar, mas acreditam que não falarão nada.

— Um grande esquema. — presumo. — Ninguém vai falar.

— Vai dar tudo certo. — Adriana aperta minha mão. — Teremos Melina.

— Nem falo tanto sobre isso, e sim sobre o ''após''. Se não desmontarmos essa quadrilha, se todos os envolvidos não forem presos, talvez nunca tenhamos paz.

— Marina continua viva e vivendo em paz. — olhamos para Eve. — Aparentemente essa quadrilha é sobre pessoas próximas, a família de Marina se foi, fim, ninguém liga para ela, ao que parece. Talvez seja isso, eles não querem se vingar de quem pegar seus comparsas, talvez nesse negócio seja cada um por si.

— Ou seja, se só forem os Bianchi, Ferragamo, Morgana e Moisés, eles precisarão morrer. — Adriana chama a minha atenção. — Mortos não se vingam. O certo é morrerem.


(...)


Carta de alforria assinada!

É uma carta de alforria mesmo! Pois era uma escrava de Morgana e Moisés.

Não precisei de horas de exames, nem horas de conversas com psiquiatras e psicólogos, Bruno adiantou tudo para mim... Corrupção, claro!

Mas agora estou livre da interdição!

Ontem mesmo os ''seguranças particulares'' de Bruno pegaram minhas coisas em casa. Lembranças de Melina, minhas roupas, eletrônicos... E, claro, formatei tudo, já que poderia ter um programa espião neles. Passei horas vendo as fotos da minha filha, mostrei orgulhosamente para todos como Melina era uma bebê linda. As crianças estão eufóricas para conhecer Melina e ter mais uma amiga para brincar.

E, agora, aqui estou eu, lendo os papéis assinados pelo juiz.

— Pronto, chega de lágrimas. — enxugo meu rosto, já dentro do carro, voltando para a fazenda. — Vamos manter a cabeça erguida e seguir em busca de respostas.

— Demorou cinco anos e tudo resolvido em dois dias. — Bruno sorri para mim, segurando minha mão.

— Nem sorri na frente de juiz, para não parecer idiota. E agradeço não ter sessões com especialistas para dizerem se sou apta ou não, talvez não esteja...

— Poderia falar, não significa que não seja apta para comandar sua própria vida.

— Eu tenho ansiedade e tenho paranoias, por conta de Melina e sua volta, isso me afeta também. Pensei que saber que está viva fosse melhorar tudo, mas agora fico nervosa com o reencontro e se a reencontraremos. — suspiro. — Por isso recorri as drogas. Drogas era fácil, era a necessidade de apagar minhas memórias daquela noite, agora sabendo de Melina, tenho a força de não querer drogas que me destroem, já os remédios me apagavam e me tranquilizavam, ou seja, menos riscos. Porém, um comprimido não tinha efeito e me dava raiva, por isso eu tomava mais comprimidos e era um ciclo sem fim. Mesmo sentindo todas essas coisas, preciso me controlar sozinha.

Infelizmente, sobre remédios, eu sei que sou fraca. Porque remédios faziam mais efeitos tranquilizantes que drogas, então não tomar remédio é minha meta.

— Pode me perturbar para passar a vontade de remédios. Sei que sou bom em te distrair. — coloca o braço ao redor do meu ombro. — Só não sou mais eficaz porque não fico tão vermelho.

Uma família para o mafioso - Em busca da filha perdida (Livro 1 e 2)Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora