Capítulo Quize

1.3K 150 17
                                    

O viaconde de Clyvendon e a Srta. Steele vão se casar!

 Esta autora precisa aproveitar a oportunidade para lembrar ao querido leitor que o casamento foi previsto pela coluna. Não nos passou despercebido que sempre que este jornal noticia uma nova ligação entre um cavalheiro qualificado e uma dama solteira, as apostas nos círculos da sociedade mudam em poucas horas, e sempre a favor do casamento.

  Embora esta autora não seja aceita no White’s, ela tem motivos para acreditar que as apostas oficiais sobre a união do visconde  e da Srta. Anastácia Steele eram de duas para uma.

  CRÔNICAS DA SOCIEDADE DE LADY WHISTLEDOWN,
  28 DE JULHO DE 1813

  CRÔNICAS DA SOCIEDADE DE LADY WHISTLEDOWN,  28 DE JULHO DE 1813

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Anastácia

  O restante da semana passou voando. Anastácia não viu Christian por vários dias. Poderia pensar que ele fora embora da cidade, mas José lhe dissera que tinha ido à Casa Clyvendon para acertar os detalhes do contrato matrimonial.

  Para surpresa de José, Christian se recusara a aceitar um centavo sequer de dote. Finalmente, os dois decidiram que José aplicaria o dinheiro que o pai havia deixado para o casamento de Ana numa propriedade que ele mesmo administraria. O dinheiro seria dela para que gastasse ou guardasse como preferisse.

  “Você pode deixar para seus filhos”, sugeriu José.

  Anastacia apenas sorriu. Era isso ou chorar.

  Alguns dias depois, Christian apareceu na Casa Steele à tarde. Faltavam dois dias para o casamento.

  Anastácia ficou esperando na sala de estar depois que o mordomo anunciou a chegada dele. Sentou-se recatadamente na beira do sofá de linho, com as costas eretas e as mãos juntas, no colo. Estava segura de que era o modelo da refinada feminilidade inglesa.

  Sentia-se uma pilha de nervos.

  Olhou para as mãos e percebeu que suas unhas estavam deixando marcas avermelhadas nas palmas.

  Sentia uma vontade de rir tão avassaladora quanto inadequada. Nunca havia ficado nervosa ao ver Christian. Na verdade, talvez esse fosse o aspecto mais admirável de sua amizade com o visconde. Mesmo quando o flagrava olhando para ela com urgência – e tinha certeza de que os próprios olhos refletiam o mesmo sentimento –, sentia-se absolutamente confortável em sua companhia. Sim, o estômago revirava e a pele se arrepiava, mas eram sintomas de desejo, não de desconforto. Antes e acima de tudo, Christian era amigo dela, e Ana sabia que a sensação tranquila e alegre que tinha sempre que ele estava por perto era algo raro.

  Estava confiante de que conseguiriam voltar àquele estado de conforto e companheirismo, mas depois do que ocorrera no Regent’s Park ela temia que isso não fosse acontecer tão cedo.

  – Bom dia, Ana.

  Christian apareceu na porta da sala e encheu o ambiente com sua maravilhosa presença. Tudo bem, talvez sua presença não estivesse tão maravilhosa como de costume. Seus olhos ainda exibiam hematomas e a marca em seu queixo estava começando a ganhar um impressionante tom esverdeado.

The viscount's secrets  [C O N C L U Í D A  ]Where stories live. Discover now