•Capítulo Doze

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Muitas mulheres já foram arruinadas por um único beijo.

  CRÔNICAS DA SOCIEDADE DE LADY WHISTLEDOWN,
  22 DE JULHO DE 1813

  CRÔNICAS DA SOCIEDADE DE LADY WHISTLEDOWN,  22 DE JULHO DE 1813

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Christian

  Christian não tinha certeza do momento em que soube que iria beijá-la. Provavelmente foi algo que ele nunca soube, mas apenas sentiu.

  Até aquele último minuto, havia conseguido convencer a si mesmo de que a estava levando para trás da cerca viva a fim de repreendê-la, censurá-la pelo comportamento descuidado que colocaria os dois em apuros.

  Mas então algo aconteceu. Ou talvez estivesse acontecendo o tempo todo e ele simplesmente tivesse tentado ao máximo não perceber. O olhar dela mudou. Quase cintilou. E ela abriu a boca – muito pouco, o suficiente apenas para respirar, mas foi o bastante para que Christian não conseguisse desviar os olhos dela.

  A mão dele subiu pelo braço de Ana, por cima do cetim claro da luva, passando pela pele nua e finalmente além da frágil seda da manga de seu vestido. Seguiu até as costas dela, puxando-a para mais perto, diminuindo a distância entre os dois. Ele a queria mais próxima. Queria-a em volta, em cima e embaixo dele. Desejava-a com tanta intensidade que isso o assustava.

  Christian a encaixou em seu corpo, passando os braços a seu redor. Ele podia sentir todo o corpo dela, cada centímetro. Ela era bem mais baixa que ele, de modo que seus seios se moldaram abaixo das costelas dele e a coxa de Christian encostou...

  Ele estremeceu de desejo.

  Sua coxa avançou entre as pernas de Anastácia e ele sentiu, nos músculos firmes, o calor que emanava da pele dela. Christian gemeu, um som primitivo que era um misto de necessidade e frustração. Ele não poderia tê-la naquela noite – nunca poderia tê-la – e precisava fazer aquele toque durar uma vida inteira.

  A seda do vestido dela era macia e delicada ao toque dos dedos dele, e à medida que Christian passava as mãos pelas costas de Anastácia, podia sentir cada curva elegante de seu corpo.

  E então, de alguma maneira – até o dia de sua morte, ele nunca saberia como conseguira –, ele se afastou dela. Apenas um centímetro, mas foi o suficiente para que o ar frio da noite passasse por entre seus corpos.

  – Não! – protestou ela, e ele se perguntou se Anastácia tinha alguma ideia do convite que fizera com essa simples palavra.

  As mãos dele envolveram o rosto dela, segurando firme. Estava escuro demais para ver as nuances daquele rosto inesquecível, mas Christian sabia que os lábios eram suaves e rosados, com um toque de pêssego nos cantos. Sabia que os olhos tinham vários tons de castanho, com aquele único e encantador círculo verde desafiando-o a chegar mais perto para tentar ver se ele era mesmo real ou se era obra de sua imaginação.

The viscount's secrets  [C O N C L U Í D A  ]Where stories live. Discover now