Capítulo 42

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Ele tirou o celular do bolso e depois de visualizar quem ligava, o guardou novamente.

- Era alguém importante? - Perguntei engolindo seco todo aquele sentimento que estava se formando dentro de mim.

- Minha vó, depois eu ligo para ela.

- Atenda, pode ser algo importante. - Insisti

e Chanyeol atendeu, mas o bico que ele fazia era que ele não queria, pelo menos não agora.

Nem eu, mas talvez fosse importante, nunca podemos deixar de atender o telefonema de um familiar, pelo menos era o que eu sempre pensei.

O sol já tinha desaparecido e as estrelas tinham tomado o céu. Como não queria ouvir a conversa, me afastei brevemente para ver as últimas pessoas saírem do parque, os animais próximos já tinham entrado em suas tocas ou se escondido para dormir, já os noturnos começam a despertar e a sair.

- Está com fome? - Chanyeol se aproximou quando desligou o celular e sorriu.

- Com toda certeza.

- Ótimo, porque minha vó está em um restaurante com os meus pais jantando e nos querem la.

- Nos querem la?

- Vamos dizer que ela exigiu mais a sua presença do que a minha. Eu realmente estou me sentindo trocado por você.

- Quem diria e a sua vó no começo me olhava com desdem.

- E hoje me trocaria por você. - Ele repousou o braço em meu ombro me abraçando e me trazendo para mais perto de si.

- Não fale besteira. - Eu o bati de leve e ri baixinho. - Sobre o que você estava falando antes...

- Falamos sobre isso uma outra hora, pode ser? Vamos comer!

- Ah claro. Tudo bem, vamos que eu posso desmaiar de fome agora.

A viagem de volta foi tensa no começo, mas como o caminho era longo aquela tensão desapareceu com o sorriso de Chanyeol. Era incrível como ele conseguia ser tao positivo em certos momentos necessários. Enquanto eu estava pensando sem parar naquele beijo naquela ponte, no que ele ia falar, ele estava ali sorrindo. Talvez seja por isso que eu estava gostando tanto de ficar ao seu lado, o meu ex desagradável só sabia ser negativo o tempo todo.

- Posso ir para casa me arrumar antes de irmos? Eu não quero encontrar a sua família de qualquer jeito e suada de ter pego sol o dia todo.

- Você está linda desse jeito.

- Não estou, por favor, preciso de um banho urgente.

- Tudo bem, então vamos passar em casa rapidinho. - Chanyeol mudou a rota para o apartamento e suspirei aliviada. Já era muito pressão ter que encontrar a sua família, ainda mais toda bagunçada era pior ainda.

Corri para o banheiro assim que chegamos, não dei nem tempo do Chanyeol entrar, só queria um banho fresco logo para frescar também, porque o sol que enfrentamos aquele dia tinha derretido o meu cérebro.

Deixei meu cansaço para depois e me arrumei da melhor maneira possível, depois de um tempo com as dicas da Jiwoo foi me adaptando mais a me arrumar e estava me achando mais incrível do que nunca. E graças a Deus, porque o restaurante era chique demais para ir de qualquer jeito, ainda bem que passei em casa.

A vó de Chanyeol fez questão que eu me sentasse ao seu lado, claro que ela queria saber mais sobre o rancho que trabalhei e sobre os cavalos que cuidei. Claro que aquela altura ninguém se espantava mais com a proximidade que acabei criando com a vovó, era como ela queria que eu a chamasse e eu fiquei orgulhosa que ela quebrou um pouco o preconceito em sua cabeça para me conhecer melhor, perguntando ate algumas coisas do Brasil. Em uma das minhas pesquisas fiquei chocada como os mais velhos se recusavam a aceitar estrangeiros em suas famílias, mas graças aos equinos eu a conquistei.

- Eu tenho um amigo de longa data que mora nas montanhas, a égua dele esta prenha, fale de você para ele e claro que quer contratá-la para cuidar de todo o processo.

- E por que não me indicou também? - Chanyeol se manifestou olhando chocado para vó. Nós duas rimos.

- Eu só te vejo com cachorros, não confio em você com cavalos.

- Eu sou veterinário também, estudei o mesmo que ela.

- Ela sabe mais de cavalo do que você sabe, isso eu tenho certeza. Quando precisarem de cuidados de pets, eu indico sua clínica. - Ela sorriu para ele que se recostou na cadeira emburrado.

Eu acariciei disfarçadamente acariciei sua coxa enquanto sorria.

- Eu o levo junto. - cochichei, mas ele não ficou muito satisfeito.

- Alem do mais, Helena, querida, eu comprei um dos filhotes, pensei muito sobre aquela terapia que comentou, achei interessante, não quero mais ficar em casa ficando cada dia mais velha só pensando no passado.

- A senhora fez o correto.

- Onde a senhora vai colocar o cavalo? - A mãe de Chanyeol a olhava chocada.

- Discutimos isso por dias. - O vô finalmente se manifestou. - Só concordei desde que ficasse na fazendo do Senhor Kim.

- Melhor do que nada. - A vó sorriu alegre e eu concordei. - E Channy, não fique triste que quando minha querida Helena estiver cuidando dos meus bisnetos eu deixo que você cuide do meu cavalo, sabe, com consultas de rotinas.

Eu quase engasguei com o vinho quando ouvi a palavra bisnetos. Só então percebi que não fui a única.

- E fico me perguntando porque essa mão ainda não carrega um anel. - Ela disse diretamente para Chanyeol segurando minha mão direta e eu quase engasguei de novo com o ar. Eu só queria um buraco para me esconder la.

- Helena, você está bem? Está passando mal? - A mãe de Chanyeol percebeu provavelmente que eu estava em choque.

Eu não queria dizer nada que a fizesse desgostar de mim ou algo do tipo, mas eu nem tinha ideia do que dizer.

Chanyeol riu envergonhado.

- Ainda não achei um anel adequado para ela, não quero dar qualquer um, sabe como é. - Ele puxou a cadeira para ficar mais perto de mim e sorriu. Ótima sacada, todo mundo engoliu e sorriram animados e felizes como o seu filho e neto era romantico.

E ele era mesmo, ele sabia ser romantico como ninguém.

Por impulso eu sorri envergonhada e segurei a sua mao, ele estava tao nervoso quanto eu já que sua mao estava suada. O que ele faria quando eu fosse embora? O que ele diria? Eles iriam me odiar? Ou iriam me esquecer como fizeram com a ex dele?

Nao, eu não queria que me esquecessem, porque eu não os esqueceriam, eu estava me sentindo em família a cada risada e sabia mais ainda que eu os jamais esqueceriam. 

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