— Meu Deus, Ava! É você? Quando chegou aqui? — minha antiga melhor amiga me abraçou, e eu retesei um pouco, sentindo dor. 

— Oh, te machuquei? Desculpa. — Brie se afastou e me encarou curiosa. Parecia feliz em me ver, como eu também estava em vê-la.

— Dormi de mal jeito, mas pode me dar outro abraço. Parece que faz décadas que não vejo você. — Ela me abraçou de leve agora e beijou a minha bochecha antes de se afastar.

— Depois que você foi para Seattle, foi  difícil manter contato com você. Veio a passeio ou para ficar? — perguntou animada.

— Para ficar. Meu irmão não avisou a você? — perguntei confusa.

Brienne Davon praticamente havia sido criada na fazenda da vovó Elisa, tínhamos sido inseparáveis na infância e na adolescência. Isso havia mudado um pouco depois que tinha me mudado para Seattle, e Max havia conseguido me manipular direitinho me afastando das pessoas que moravam aqui.

O quanto eu tinha perdido por causa dele? Pensei de maneira amarga. Mas tirei isso da mente, quando Brie fez uma careta e deu de ombros.

— Eu não o vi essa semana. Estou muito ocupada com a loja e ele com o trabalho dele. — disse de maneira invasiva, e eu fiquei curiosa para saber o que estava acontecendo ali.

— Abriu a própria loja? Estou tão feliz por você. Você vende o quê? — perguntei curiosa.

— Vendo o prazer, menina. Eu abri um sex shop. — disse sorrindo e fiquei surpresa com o empreendimento.

— Não? Jura? — perguntei rindo e ela confirmou.

— Você tem que conhecer! — ela insistiu e eu concordei rapidamente. — Agora eu tenho que ir, mas vamos marcar alguma coisa para esse final de semana ok? Peça o meu número ao inútil do seu irmão.

Só consegui receber outro abraço rápido antes dela ir embora, Brie e Liam gostavam de implicar um com o outro desde que éramos pequenos, mas eu pensei que isso havia melhorado um pouco. Terminei de fazer as compras, vi mais alguns conhecidos, mas não parei para conversar com ninguém. Tinha certeza que a fofoca de que eu estava de volta se espalharia durante o dia, a neta de Elisa Wilde estava de volta.

Vovó cria cavalos e é conhecida nessa região, consequentemente o nosso sobrenome era motivo de alta especulação. O que o povo daqui diria sobre a neta que basicamente fugiu de Seattle por causa do ex violento? 

Afastei esse pensamento com violência, e foquei em apreciar o caminho de volta. Depois que passei pela estrada estreita, e parei na garagem, percebi que o meu irmão estava me esperando na varanda. Ele estava com uma xícara enorme na mão e estava somente com uma calça de flanela.

— Você poderia ter me acordado. — ele reclamou, mas veio pegar os sacos que estavam pesados.

— Você estava dormindo pesado e eu já tinha atrapalhado a sua madrugada. — dei de ombros e o segui até a cozinha. 

Ele colocou o primeiro saco em cima do balcão e beijou a minha cabeça antes de ir pegar o restante das coisas. Quando ele voltou, eu já estava cortando o bacon em tiras, e colocando os pedaços em uma forma de alumínio para ir ao forno.

— Sabe quem eu vi hoje? — meu irmão negou, muito concentrado em terminar a sua xícara de café.

— Brie. O que aconteceu com vocês dois? — perguntei curiosa.

— Nada. — ele tentou falar despreocupadamente, mas fez uma careta.

— Tente novamente, agora sem careta. — disse rindo. — Não me diga que você dormiu com ela e depois a largou? Liam!

— Não, louca. Nada disso. — ele negou apressadamente, e eu arquivei essa informação para mais tarde. Eu tinha minhas dúvidas que algo tivesse acontecido entre os dois. Grandes dúvidas.

Como ele parecia que não iria se estender no assunto, deixei para lá. Como a cena da madrugada não saia da minha cabeça, pensei em Theo novamente.

— Deixa eu te perguntar uma coisa? Você sempre tem amigos dormindo por aqui depois do trabalho? 

— Às vezes. — deu de ombros. Ele sentou no banco e ficou me observando preparar o café para nós dois. Coloquei pão na torradeira e fiz ovos mexidos. — Somos como uma unidade dentro e fora do trabalho, sempre há churrascos e confraternizações, por isso tem sempre gente aqui. Isso te incomoda?

— Não. — eu iria me acostumar a ficar perto de pessoas novamente, seria um esforço de cada vez para voltar a ser eu mesma. — Vou acabar conhecendo todo mundo depois.

— Estava pensando em fazer um churrasco aqui no domingo para você, como boas vindas, assim você conhece toda a brigada de bombeiros e rever os conhecidos.

— Tudo bem, muito obrigada. — coloquei os ovos fritos na sua frente e o meu irmão sorriu que nem menino levado. — Eu fiz compras para alguns dias, mas já que vamos fazer um churrasco, você vai precisar voltar para o varejo e comprar mais coisas.

— Eu posso ir mais tarde ou amanhã. — Liam decidiu. — Você faz uma lista e eu compro o que você quiser.

— Ok, depois do café eu faço isso.

Tirei o bacon do forno, separei a torrada e me sentei ao lado dele. Comemos a comer em silêncio, comigo pensando em uma maneira certa de abordar o assunto com ele. E quando estávamos quase terminando, Liam tocou na ferida.

— Eu percebi que este dedinho está estranho. — meu irmão pegou na minha mão, e eu comecei a suar frio. Ele tinha percebido, mas tinha me deixado bastante a vontade, antes de trazer o assunto. — Que você está andando um pouco dura, e que estremeceu quando abracei você ontem. Qual foi realmente o motivo para você ter voltado para casa?

— Eu senti vontade de voltar para casa. — comecei a balançar a perna, em um sinal claro de nervosismo. — Não me sentia segura mais em Seattle.

— Por causa do Max, Ava? O que ele fez com você, abelha? — meu irmão deduziu corretamente e essa frase me deixou com a garganta seca. Ele tinha feito a pergunta de maneira gentil, mas percebi a raiva fria por baixo da fachada composta.

Meu irmão estava furioso.

Não tinha mais tempo para me preparar mentalmente, porque o meu irmão já tinha percebido tudo.

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Vou tentar voltar no domingo ou na segunda, até!

Ferida - Série Bombeiros de Asheville.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora