Capítulo 3: Uma impressão bem vergonhosa

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Aimee Jones me olha esperando alguma resposta a retrucando, ou um olhar desafiador, mas isso não aconteceu. Eu não seria mais vista com bons olhos se me metesse em uma briga. Talvez eu até estivesse esperando mais um clichê: o cara popular me salvar dessa enrascada. Até poderia aparecer o que é isolado no seu canto, mas nenhum dos dois apareceu.

Talvez o meu clichê colegial cansou de me esperar dar certo com alguém, e só ficou olhando. Henrik e Liam ficaram escorados na porta do armário de ferro observando tudo. Ainda bem que o meu melhor amigo não clichê, conseguiu chegar à tempo para me resgatar das garras da felina e loira Aimee.

Quando a mesma o vê, esboça um meio sorriso, mas quando Evan passa a mão pelos meus ombros e me puxa para mais perto, o sorriso da mesma escorrega e os seus olhos azuis ardiam de raiva. Aimee tecnicamente não gosta de mim não somente por causa do Maison, mas também pelo Evan. Seria mais uma Every na vida. Incrível  como todas as garotas têm uma queda no Liam ou pelo Maison. Ainda bem que sou a única que salva nesse estereótipo de loucos.

— Tudo bem, Mel? — o loiro faz carinho em meu braço, demonstrando que eu estaria segura ao seu lado e que ninguém faria nenhum mal a mim. Concordo com um aceno. 

Evan me puxa para andarmos em passos rápidos. Antes que Aimee possa impedir nossa saída para a sala. Fico aliviada por todos no Colégio não olharem mais para Evan e eu com segundas intenções. No começo era muito constrangedor quando isso acontecia.

O fato de Every sempre nos defender em qualquer assunto que insinuava algo que acontecia entre Evan e eu; mostrava que não gostava nenhum pouco dessa zoação. Hoje em dia, todos já se acostumaram conosco dois sendo apenas melhores amigos e nada mais além disso.

— Odeio quando você me faz sentir frágil e indefesa — cruzo os braços.

— Mas para mim você é frágil e indefesa. Semelhante à uma boneca de porcelana — o mesmo sorri.

— Encara a realidade, Sherwood — assim que vê uma oportunidade de provocar Evan, Vicent Marshall para de fazer seu trajeto até a sala de aula — Ela não é mais uma boneca inocente de porcelana — o sorriso do loiro desapareceu. — Acho que me expressei mal. Melinda não é a sua boneca de porcelana — Vicent deixa à mostra o quanto se divertia em provocá-lo. — Acho que agora acertei.

Mesmo que o Marshall esteja brincando com Evan, senti que aquilo não era apenas uma zoação insignificante. Havia algo que meu amigo ainda não tinha me contado, e pelo que percebi, era sobre mim que se tratava.

Está em uma situação tensa até pra mim que não sei detalhadamente do que Vicent quis dizer com: sua boneca de porcelana. É até engraçado de se pensar que Evan e ele são amigos. Pois sempre ficam se alfinetando com provocações, talvez seja assim o tipo de amizades que eles estão acostumados. Para eles deve ser algo bem normal.

— Bom... — entrelaço minhas mãos — eu já vou indo — aponto para a sala atrás de mim. Deixo escapar um riso sem graça por causa dessa situação desconfortável.

Ao perceberem que eu estava desconfortável, ambos param de se encaram profundamente. Eu poderia juntar as peças e me tocar no mesmo instante o que podia significar a conversa que ocorria entre eles. E aposto que não é isso o que querem. Se dependesse de ambos, eu não iria saber tão cedo o que se passava entre eles.

Entro na sala ainda vazia. Os alunos não costumam a ser muito pontual por aqui. Não sou à única presente no local. Pro meu azar, encontro os irmãos Rosemberg. Henrik estava sentado no fundo da sala ao lado da janela, com os pés por cima da mesa. Liam também se encontrava sentado no fundo, mas mais para o meio da fileira; que é onde os populares ficam e assim costumam ser os centro das atenções.

Já o Maison se localizava na primeira carteira, na mesma fileira que seu irmão popular. Diferente de seus irmãos, eu conseguia encarar Maison com mais facilidade.

Me sento no lado oposto dos Rosemberg. Já não é o bastante ter dar aula para eles, e vou ter que virar amiguinha deles também? Negativo! Isso está fora de cogitação.

Para não olhar sem querer para eles, tento me manter focada em qualquer objeto da sala. Mas minha concentração evapora ao sentir uma mistura louca de loção masculina misturada com tutti-frutti, se aproximar cada vez mais perto da minha pessoa.

Acompanho com os olhos fechados o cheiro gostoso e curioso da loção. A fragrância estava extremamente forte, o que significava que estava chegando perto de descobrir de onde vinha o cheiro. Sorrio por ter encontrado a fonte. Abro os olhos lentamente e no mesmo instante, me assusto por dar de cara com um dos Rosemberg.

— Então é você que está cheirando a tutti-frutti — essas palavras saem automaticamente da minha boca, o que fez Liam me olhar confuso e ficar um pouco sem jeito.

Logo Liam se recompõe, deixando aquele constrangimento ser substituído por seu orgulho, arrogância e seu charme de conquistador barato.

— Gosto de causar uma boa impressão — o mesmo dá de ombros, tentando jogar uma das suas cantadas fajutas para cima de mim, o que falha miseravelmente.

— Uma impressão bem vergonhosa — Henrik debocha de seu irmão.

Achei que ele tinha o foco em suas músicas e nem sequer estava prestando atenção no que acontecia ao seu redor, mas pelo visto eu estava enganada mais uma vez.

— O que quer? — tento não mostrar nenhum sinal de nervosismo.

Qualquer deslize que eu der, Liam sairia de gabando que a filha exemplar do Diretor tem uma queda por ele ou coisa pior. E não é isso que quero que aconteça.

Esses caras do Colégio são muito escrotos, só porquê algumas garotas não estão nenhum pouco interessadas neles, saem espalhando mentiras pros seus amigos do time de lacrosse, e então elas acabam tendo rótulos humilhantes por coisas que nem sequer fizeram. Não vou deixar ser iguais a elas, minha reputação Colegial não será arruinada por um babaca que se acha popular.

— Só vim conhecer melhor quem é que vai dar aulas extracurriculares para meus irmãos e eu— Liam passa o dedo entre seus cabelos loiros.

Não sei ao certo, mas sinto que Liam não parece muito gostar dos irmãos. Obviamente é mais um dos casos de garotos populares que se acham o máximo e causam problemas por diversão. Mas tudo isso é uma farsa para chamar atenção de seus pais, que mantém seu tempo ocupado com seus irmãos, pois eles sim vão ter um futuro brilhante pela frente. E possivelmente Liam não teria isso se fosse um adolescente normal.

No entanto, seu pai é Henk Rosemberg. O que quer que Liam faça, seu futuro sempre estará garantido.

— Poderia ver de longe — me afasto dele, criando uma distância onde não daria para sentir seu cheiro irresistível de goma de mascar — Bem longe — meus olhos se dispararam.

— Azar o seu, lábios de mel — arqueio minha sobrancelha pela ousadia do loiro me apelidar. Não lembro de nenhum momento que o dei intimidade o suficiente para poder fazer isso.

— Sem sombras de dúvidas — Kendall Jordan e seus lábios volumosos pintados de vermelho, adentram a sala, se intrometendo na conversa indesejada onde eu estava incluída.

Com a Jordan atraindo toda a atenção do Liam para a mesma, aproveito a oportunidade para virar meu rosto e ficar olhando apenas para a parede ao meu lado direito.

Para meu incontentamento, sinto alguém me olhando e como sou bisbilhoteira, não iria conseguir prestar atenção à aula se não descobrir quem é esse par de olhos que tanto me observam.
Levanto a cabeça e olho um pouco aos arredores da sala que estava se preenchendo aos poucos. Meus olhos passam despercebidos por um par íris azuis, que por coincidência estava acompanhado por cachos brilhosos e músicas românticas.

E não se satisfazendo com isso, Aimee Jones também me olhava. Aposto que já notava o fato de Maison Rosemberg estar me olhando. Só posso dizer que é Carma meus amores.

(Não) Se Apaixone Pelos Rosemberg's (✅)Where stories live. Discover now