Capítulo 3

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Oie, hoje não é quarta mas vim trazer um presentinho para vocês. Antes de qualquer coisa não esqueçam de votar e comentar.

Beijos. 

Ele me entrega os fones de ouvido e eu abro um sorriso. Na primeira vez que estive aqui, sentamos eu e Iolanda atrás, e eu sequer prestei atenção no trajeto. Estava tensa e olhar para a nuca do piloto me parecia mais interessante no momento.

— Seu chefe não se importa de usar o helicóptero fora do serviço? — pergunto curiosa.

— Não, ele não se importa. — Reponde apontando para os fones em minha mão. — Coloca isso.

Faço o que ele mandou. Fomos o trajeto todo com ele me mostrando alguns pontos na cidade, outra hora explicando sobre o funcionamento da aeronave. Então começa a se afastar muito e eu questiono:

— Ei, onde estamos indo?

— Você verá em breve.

Estava muito escuro para ver em que lugar estávamos, só percebi que pousávamos em um barco quando a aeronave estava baixa o suficiente. Eu olho para ele assustada. Vicente está concentrado no pouso em cima do barco, assim que ele me olha, abre um sorriso que me desarma.

— Como... Vicente, o que significa isso tudo?

— Você me disse que adorava o mar. Então achei que...

— Isso por acaso é um sequestro? — pergunto séria.

— Claro que não, nós iremos jantar, e se quiser ir embora, eu te levo depois do jantar, eu só não queria ter que dividir você com mais ninguém, em um restaurante lotado não teríamos a privacidade que eu desejava. Tudo bem? — aceno que sim ainda reticente. — Vem, vamos descer.

Caminhamos pelo barco até a entrada onde uma mesa está arrumada para dois, ele cavalheiro, puxa a cadeira para que eu sente. Um garçom se aproxima.

— Boa noite. Já posso servir o vinho, senhor?

— Pode sim, obrigado.

— Você me disse que não gostaria de me dividir com mais ninguém, e o que significa isso? — provoco.

— Não estamos sozinhos no barco, se é isso que deseja saber.

— Devo ficar aliviada? — pergunto sorrindo.

— Não sei — diz quando o garçom me entrega uma taça de vinho tinto. — Isso depende muito.

— Depende de quê? — Faço o ritual de balançar a taça, inalar o perfume do liíquido e sorver. Delicioso.

— Depende unicamente do que você deseja, você está no comando.

— Fico muito contente em saber, mas me diga uma coisa, Vicente, e eu quero a verdade, ok? — Ele acena afirmativamente. — Como um simples piloto de helicóptero pode trazer uma mulher a um passeio desses? Esse barco e nem o helicóptero não são do seu chefe, ninguém é funcionário bom o suficiente para receber essas regalias do patrão.

Ele faz um movimento com a boca como uma criança que foi pega fazendo alguma arte. 

— Você tem razão. Eu sou empresário, dono da frota, naquele dia o meu piloto sofreu um acidente e não tinha ninguém disponível, não costumamos deixar os clientes insatisfeitos, então eu mesmo fui. Não faço muitos voos assim, apenas para alguns clientes mais exigentes, mais antigos e que considero como amigos.

— Então você mentiu para mim? — A minha voz sai alta e com um toque de decepção que não faço questão de esconder. — Não acredito.

— Sinto muito. Você pensou que eu era um simples piloto e eu...

Escolhas Perigosas - degustação Where stories live. Discover now