— Está tudo bem? — Yure, meu chefe perguntou.

— Sim, depois eu retorno.

O desfile terminou e seguimos para uma festa oferecida pela organização do evento. Assim que chegamos eu pedi licença e fui ao banheiro para ligar para o Vicente. Não quero que ele pense que estou fazendo doce. Não sou disso. Fora que aquele beijo não saiu da minha cabeça um instante sequer.

Ele não atendeu, recebi uma mensagem logo em seguida.

"Estou um pouco ocupado para falar agora, depois eu te ligo."

"Está me dando o troco?"

Não sou de fazer rodeio e nem joguinhos, então mandei logo o primeiro pensamento que tive. 

"Claro que não. Eu disse que não posso falar, mas podemos conversar por mensagem se não tiver problema para você."

Abro um sorriso.

"Para mim tudo bem, na verdade tive que fugir para o banheiro para ligar, estou em um coquetel e está um barulho danado. E você, o que está fazendo?"

Me arrependo da pergunta e apago a mensagem.

"Eu li o que escreveu. Estou em um jantar com um monte de gente chata. Um lugar silencioso, ao contrário de você."

"Não quis parecer invasiva. Desculpe."

"Eu sei que não. Em que tipo de evento está?"

"Semana da moda. Desfiles e mais desfiles, mulheres e homens lindos desfilando na passarela."

"Como assim? Assistindo desfiles quando é você que deveria estar na passarela?"

Começo a rir da cantada descarada dele e até demoro para responder, então ele envia outra.

"Não pense que é uma cantada, quer dizer, é sim uma cantada, mas não é, o que quero dizer é que você é linda, poderia ser modelo, tranquilamente."

"Vou fingir que acredito. Vamos fazer assim, quando chegar hotel nos falamos. Deve ter uma pequena fila lá fora."

"Vou esperar, mesmo que seja tarde me liga. Quero ouvir sua voz."

Abri um sorriso enorme e fiquei feito boba olhando a mensagem. Alguém bateu na porta.

Fiquei o resto da noite querendo ir embora só para falar com ele. Quando chegamos ao hotel já era muito tarde, mesmo que ele tenha dito para ligar. Além do mais estava dividindo o quarto com uma colega, seria falta de educação ficar conversando ao telefone às 2 da madrugada. Estava olhando para o teto sem conseguir dormir, Anália dormia na cama ao lado mergulhada em um sono profundo. Meu celular começou vibra com a chegada de uma mensagem sem seguida meu coração também vibrou ao ler.

"Acordada?"

"Sim, mas não posso falar agora. Tem alguém dormindo do meu lado."

"É mesmo? Posso saber quem?"

Mando uma foto da Anália na cama ao lado.

"Que alívio, já estava com ciúmes achando que estava com alguém."

Ele está com ciúmes? Pensei que isso significava muito para mim.

"Ciúme? Sério? A gente mal se conhece."

"Eu sei, mas eu pretendo remediar isso tão logo puder. Vou fazer uma viagem e quando voltar quero ter ver."

 "Deixa te explicar uma coisa, não costumo dormir na mesma cama com ninguém, muito menos com uma mulher."

Escolhas Perigosas - degustação Kde žijí příběhy. Začni objevovat