Capítulo Dezenove - O perdão não se vem facilmente

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Nocturne de Chopin ecoava em seus ouvidos como um lamento e guiada pelo que mais parecia-lhe um pedido de socorro Cibelle apressou-se até a sala de música onde guardando seu silêncio contemplou os danos que sua mentira fizera. 

- Minhas habilidades no piano acabaram de ser massacradas. - Sussurrou Lilian maravilhada, mas igualmente preocupada. - Ela está executando todo o concerto? - Nocturne, era formado por vinte e uma peças, executa-las levava ao menos uma hora e pelo aparente envelhecimento da comida ao lado da francesa, ela parecia estar a bem mais tempo ali. - Devo interromper? 

- Faça isso, por favor. - Implorou Cibelle não aguentando mais visualizar aquela expressão.

Embora não soubesse seus segredos tinha certeza que Celine Marchand escondia passados mais sombrios do que sua mente conseguiria teorizar. Indubitavelmente forte, ela sabia que aquela mulher não estaria se afundando em solidão somente com o que acontecera entre elas, mas ao menos conseguia admitir para si que suas palavras haviam contribuído ainda sim. 

"Ninguém ficaria feliz ao ser chamada de sujeira, enquanto era comparada a coisas asquerosas." Confirmou sua mente arrependida. 

Ainda na porta ela observou sua amiga tomar a frente ensaiando seu sorriso de "dama tola" para não desconcerta-la com seu dom para enxergar além das pessoas e pigarreando Lilian se colocou na frente assustando lady Marchand que imediatamente rugiu uma ira precipitada.

- Lady Crawford? - Perguntou após finalmente reconhecer que não se tratava de mais uma irritante checada de Vitor. - O que está fazendo aqui?

- A coleção de Cibelle está terminada e embora eu esteja ansiosa para conferi-la minha amiga alertou-me que seria um erro irmos até lá sem você, por isso viemos rapta-la condessa. - Informou Lilian sem rodeios. 

Brevemente os olhos azuis da francesa se viraram em direção a Cibelle que os encarou esperançosa. 

- Eu sinto muito informa-lhe lady Crawford, mas desperdiçaram seu tempo vindo aqui. - Respondeu a condessa num tom pesaroso. - Tenho compromissos.

- É um ótima mentirosa, quase me engara. - A Cibelle tinha-na enganado completamente. - Vista-se lady Marchand, estaremos esperando bem aqui! E seja rápida, ouvi dizer que a impaciência atrapalha o desenvolvimento de um bebê.

- Quem está mentindo agora? - Zombou Celine fazendo as duas rirem baixo com as provocações.

Cibelle respirou melhor vendo ela render-se ao impeto de Lilian e sair do piano.

- Olá. - Uma troca fria de olhares e nenhum cumprimento fora isso que ela recebera enquanto lady Marchand passava ao seu lado deixando um rastro daquelas flores selvagens que formavam seu cheiro e sumir aos seus aposentos.

- Esse foi um projeto que me tomou cada segundo de meu tempo, mas tenho absoluta certeza de que está coleção é um dos meus melhores trabalhos! Aaah não sabe o quanto estou ansiosa para ver sua reação vossa graça! - Tagarelava a modista num ânimo a...

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- Esse foi um projeto que me tomou cada segundo de meu tempo, mas tenho absoluta certeza de que está coleção é um dos meus melhores trabalhos! Aaah não sabe o quanto estou ansiosa para ver sua reação vossa graça! - Tagarelava a modista num ânimo ainda mais esfuziante ao ver a adição da marquesa junto a elas e reparando finalmente o ar desleixado da condessa de Bath os olhos da proprietária saltaram. - Mon Dieu (meu Deus) Celine que cara é essa? Parece que saiu de um enterro!

A outra [FINALIZADO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora