- Acho que já deu, não é mesmo, crianças? O prédio inteiro está escutando essa putaria.

Eu parei de fazer cócegas nela ao ouvir a voz de Jisoo. Deixei meu corpo relaxar sobre o de Rosé, depositando um beijo carinhoso em seu queixo, e me aconcheguei em seu peito. Eu adorava seu cheiro doce, sua pele macia e seu calor reconfortante.

Quando os braços dela me envolveram e me apertaram gentilmente, eu suspirei com a pura sensação de paz que me preencheu.

- Onde é que foi parar meu livro, Lalisa?! Você vai procurar! - Rosé exclamou, pousando o queixo em meus cabelos. Apesar de ter tentado muito fazer a voz sair séria, não conseguiu. A ponta de sorriso era evidente.

Lancei um olhar para Jisoo, que carregava numa das mãos um prato de porcelana com alguns pedaços de frango frito em cima.

- Eu só queria comer em paz, sabe?

- A paz se torna inexistente quando Liz chega - suspirou Rosé.

Eu sorri largamente, me aconchegando melhor nela. Mantive o olhar divertido sobre Jisoo.

- Diz isso porque queria muito estar no lugar de Rosé, bem debaixo de mim.

Jisoo soltou uma de suas típicas bufadas irritadas, e se jogou contra uma poltrona.

- Se todos os seus alvos soubessem o quão irritante você é, tenho certeza que nenhum deles daria uma segunda olhada na sua direção.

Eu ri, cutucando Rosé.

- Vai deixar ela falar assim de mim, Rosie? Eu sou um anjo. Diz pra ela.

A australiana riu, acertando um tapa na minha mão.

- Só quando quer, né?

Da poltrona, Jisoo bufou em aprovação.

Eu suspirei, e me forcei a sair de cima de Rosé. Ajeitei meus cabelos sobre os ombros, e caminhei até a mesa de centro, onde as chaves do meu carro estavam.

- Acabou de chegar pra sair outra vez? - Jisoo ergueu uma sobrancelha.

- Já está sentindo minha falta, Chichoo? - eu avancei sobre ela antes que ela pudesse me impedir e lasquei um beijo molhado em sua bochecha.

Jisoo esfregou o local rapidamente, fazendo cara de nojo.

- Idiota.

Do sofá, Rosé perguntou:

- Vai ver Jennie?

Eu sorri torto com a menção ao nome da garota, e aquilo foi confirmação o suficiente para Rosé, que sorriu de volta.

- Você não tem jeito, Liz. Espero que não machuque o coração dela. A moça me parece ser uma boa pessoa.

Do outro lado da sala, Jisoo falou:

- As notícias de... hm... do seu pai chegaram até nós. Como você está?

Eu previ que coisas que eu preferia não escutar viriam antes delas de fato virem. E vi que meus sentidos não falharam. De novo.

- Como estou? - fingi desentendimento, balançando minhas chaves no ar. - Estou com muita vontade beijar alguma boca por aí. Se me derem licença...

- Não pense que vai fugir assim tão fácil, Liz - bufou Rosé. - Nós recebemos o convite do casamento. Converse conosco. Diga-nos, como se sente sobre isso?

Elas sabiam exatamente como eu me sentia sobre aquilo. Por que queriam que eu dissesse em voz alta?

- Por que não falamos sobre como eu não me sinto? - meu sorriso se dissipou num piscar de olhos. Falar sobre meu pai e sua secretária tinha esse efeito sobre mim. - Assim poupamos fôlego. Na verdade, melhor ainda: por que não falamos nada?

You Give Love a Bad Name | JENLISAWhere stories live. Discover now