First | Kim Taehyung (V - BTS) e Kim Seokjin (Jin - BTS)

Capítulo 3

— Olá! — Uma voz grave surpreendeu Nari, que estava sentada no banco do jardim de sua casa e nem reparou na entrada de um rapaz que ela nunca havia visto.

Tratava-se de um moço muito bonito, ela tinha que admitir. Parecia ser bem jovem — aparentemente bem mais novo que Seokjin —, tendo no máximo a mesma idade que ela. Era alto e vestia-se com roupas sociais que contrastavam com o seu rosto extremamente juvenil, assim como a sua voz madura e grave que em nada combinava com o seu jeito um tanto moleque. Seus cabelos castanhos eram bem arrumados em sua testa e extremamente lisos, o que ela pôde observar quando ele, cordialmente, retirou o seu chapéu ao cumprimentá-la.

— Quem é você? — perguntou ela, de forma ríspida, contrastando com a cordialidade do jovem.

Àquela altura, ao ver aquele rapaz muito bem arrumado em pleno sábado à tarde, ela já suspeitava de quem se tratava, e por isso mesmo é que tentou se manter indiferente a ele. Sim, ela prometeu para o seu pai que iria dar uma chance ao rapaz, mas claro que ela blefou, como ela sempre fazia quando o seu pai vinha com mais palavras motivacionais — e mais pretendentes. Ela suspeitava das intenções do pai em empurrá-la para um casamento com o tal do Taehyung, o qual era filho de um grande amigo do Senhor Bang e que, por conseguinte, uma união entre as famílias seria um bom negócio para o seu pai. E foi ao pensar nisso que seus nervos se afloraram e ela resolveu ligar o seu modo mais rabugento possível — como era bem a sua especialidade —, para despistar o rapaz.

— Sou Taehyung, da família Kim. Você é a Nari, certo?

— Não — respondeu secamente, sem encará-lo.

— Não? — indagou franzindo o cenho, confuso.

— Não. Para estranhos como você, sou Senhorita Bang.

— Ah, tá... — Sorriu debochado, dando de ombros. — Tudo bem, Senhorita Bang.

— O que quer? — perguntou mantendo seu ar ranzinza, enquanto o via pegar um dos lírios brancos do seu lindo jardim e inalar profundamente o seu perfume. — Vou logo lhe dizendo que essa cantada de me oferecer um lírio por conta do meu nome e me dizer que eu sou tão linda quanto essas flores já está totalmente passada. Não caio nessa conversinha não, okay? — disse debochada, enquanto Taehyung só fez rir da situação.

— Lírio? Nem sabia o nome disso, só estava cheirando porque senti um cheiro enjoado e fui ver se era dessa florzinha aí... — Franziu o cenho ao sentir o aroma da flor. — E puxa vida, que negócio fedorento! — disse fazendo pouco caso, fazendo Nari arregalar os olhos indignada com o seu tom debochado. — E seu nome tem a ver com lírio? Como assim, Senhorita Bang? — pronunciou o nome da moça de forma lenta e irônica, nitidamente tentando provocá-la.

— Sim. Meu nome significa lírios. E essa é uma cantada que todos os rapazes jogam em cima de mim — disse, cismada.

— E por que acha que eu estaria querendo dar em cima de você? — disse fazendo careta e gesticulando de forma engraçada, ao jogar a flor em qualquer canto do chão.

— Ora, por que você não estaria querendo dar em cima de mim? Você é gay, por acaso? — provocou. Se havia algo em que Nari era ótima, era em provocar.

— Haha... — Riu debochado. — Mas a bonitinha se acha a última bolacha do pacote mesmo, hein? Eu não estou aqui por sua causa não, garota, eu hein. Eu só estava entediado da conversa chata de nossos pais e resolvi vir aqui tomar um pouco de ar fresco.

— Aham, sei — disse, desconfiada. — Conheço bem o seu tipinho: vai ficar se fazendo de sonso pra ver se me conquista pelas beiradas, não é?

— Você está é louca, Senhorita Bang. O mundo não gira em torno de você não, okay, bonitinha — disse sério. — Se tem uma coisa que está longe de meus pensamentos nesse momento é dar em cima de qualquer pessoa...