Ela não sente o mesmo

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Todo seu corpo estava no automático, o abraço foi desajeitado e extremamente rápido, mas não o suficiente para que ela não fosse capaz de sentir o perfume que a outra mantinha mesmo com o tempo que havia passado. A mulher que acompanhava Nicole se aproximou, estendeu a mão e Waverly pode perceber a aliança em seu dedo. Era estranho sentir seu estomago mergulhar em uma sensação gélida, se sentir diminuída com a mulher a sua frente.

-Eu sou Shae – Disse apertando brevemente a mão da pequena Earp.

Shae, esposa de Nicole.

Nicole... Era real, ela estava de volta a Purgatório.

Estava casada.

Waverly bateu suas botas na porta de casa, deixando para trás um rastro de neve. Acenou para seu namorado, despedindo-se, ouviu o riso da irmã mais velha, ela corria para o andar de cima, apressada, estava acompanhada por Mercedes, e onde as duas estavam...

-Olá Waverly – Nicole a cumprimentou, segurava um cookie em sua outra mão, suas bochechas estava rosadas e aquele sorriso sempre fazia com que Waverly sentisse algo dançar em seu estomago –Sua mãe acabou de sair, disse que voltaria mais tarde – Avisou –Wynonna escondeu bebida no quarto...

-Nicole se não vir agora eu vou arrastar esse seu traseiro branco até aqui – Elas ouviram o grito de Wynonna e Waverly apenas sorriu, passando seu cabelo para trás da orelha.

-Eu tenho que ir – Disse subindo as escadas mesmo que seus olhos estivessem fixados na Earp mais nova, a ruiva esbarrou na parede e deixou seu cookie cair no chão, ela riu nervosa e Waverly a acompanhou.

Porque tinha que ser tudo tão estranho entre elas.

-Ah... Nicole – A pequena Earp a chamou, tentou arrancar coragem do fundo de sua alma para fazer o convite –Você quer... bem, digo... tem esse cinema que vão abrir no centro de Purgatório... ouvi dizer que querem fazer uma festa...

-É eu sei – Nicole a interrompeu, ela se lembrava de pouco antes de vir para casa da amiga, de ver o namorado de Waverly parado na fila –Vi o Champ comprando ingressos...

-Ah – Waverly sentiu literalmente seu paladar amargo –Você vai?

-Eu não gosto de lugares com muita gente – Informou Nicole

Waverly quis dizer que a queria lá, que desejava ir com ela. Mas Wynonna desceu as escadas e a arrastou para dentro do quarto. E outra chance como aquela, Waverly demorou a ter novamente.

Ela estava feliz por sua irmã ter de volta alguém tão especial para ela, as três estavam na cozinha, Wynonna sentada no balcão enquanto ouvia Mercedes relembrar das vezes em que foram pegas em suas aventuras, porque Nicole tinha um senso de moral que a impedia de esconder um segredo por muito tempo, fora a sua falta de capacidade para mentir.

-Sua casa é incrível Waverly – Comentou Shae descendo as escadas, havia trocado suas roupas.

-Er-Obrigada – Disse Waverly

Shae era médica, tinha o corpo de uma super modelo de alguma revista, era inteligente e gostava de falar sobre politica. Ela era uma mulher modelo, malditamente perfeita até em seus defeitos e no fundo Waverly acreditava que Nicole não merecia menos do que isso, mas se pegou fazendo algo extremamente errado, se comparando a ela como se Nicole realmente fosse enxerga-la, ela era apenas uma professora de história que nunca saiu de Purgatório.

-Essa casa continua o lixo de sempre – Comentou Mercedes e Wynonna riu, diferente de Waverly que amava a casa em que vivia e não gostava nada dos comentário.

-Nem todos herdam uma fortuna – Coemntou Waverly, o humor acido, lembrava muito sua irmã mais velha.

–Eu sei, o que posso fazer se tiver sorte? – Mercedes ofereceu seu melhor sorriso para a Earp mais nova, mas Waverly estava focada demais em outra pessoa -Você não vai casar aqui, precisamos fazer um super casamento com direito a muita bebida...

-Mas eu não vou poder beber, é por isso que não quero bebidas – Retrucou Wynonna

As duas continuaram sua conversa de que tipo de bebidas a festa teriam, mas Waverly só conseguia ver a mulher sentada à mesa, Nicole sorria deixando suas covinhas nítidas. Era incrível como ela continuava tendo algum efeito sobre a pequena Earp mesmo com os anos que haviam se passado. Ela a olhou, e por um momento era como se só existissem as duas na cozinha.

-Waverly! – Gritou Wynonna

-Claro, claro uísque e tequila – Disse Waverly, mas infelizmente esse já não era mais o assunto que conversavam, Nicole riu, e Waverly sentiu suas bochechas ruborizadas.

-Isso nós já sabemos – Disse Mercedes quase rindo da garota –Estávamos falando sobre seu namorado Wynonna disse que ele um homem único em toda Purgatório...

-Eu disse idiota, não único – Wynonna a corrigiu e conseguiu arrancar mais um riso da ruiva ao seu lado, a ruiva que estava sentada na mesa apenas baixou seu olhar em direção a xicara que segurava com as duas mãos –Waverly vem cozinhando o pobre coitado desde o ensino médio...

E com o timing perfeito, o celular de Waverly começou a tocar em cima da mesa. Ela não precisou olhar a tela para saber que era Champ, ela estendeu sua mão sob a mesa para alcança-lo e Nicole o entregou, seus dedos tocaram os da ruiva, sua pele era fria ou naquele momento estavam frias, mesmo com o tempo em que passou segurando a xicara morna.

-Está indo para cidade? – Perguntou Nicole assustando a pequena Earp na varanda da casa –Desculpa, eu não quis assustar você – Disse e quase riu da reação da outra.

-Tudo bem – Disse Waverly e balançou a cabeça confirmando –E sim estou indo para cidade...

-Pode me dar uma carona?

Waverly respirou fundo, tirando as mãos de seu casaco, ela desviou seu olhar para dentro da casa e depois para mulher parada ao seu lado. E por um momento ao olhar para os olhos castanhos, se perdeu mais uma vez...

-Desculpa o que... Estávamos falando?

-Perguntei se pode me dar uma carona até a cidade – Nicole riu da confusão espalhada pelo rosto da pequena Earp e isso a fez mais uma vez sentir a queimação em suas bochechas.

Ela estava nervosa enquanto caminhava em direção ao seu jipe, e talvez por isso tenha deixado cair às chaves no meio da neve, Nicole se abaixou para ajuda-la a vasculhar a neve em busca das chaves, ela sabia que se continuasse sendo tão óbvia quanto naquele momento, até mesmo seu namorado que não era dos mais espertos perceberia que seu emocional estava abalado, e consequentemente não demoraria a chegar à conclusão que o motivo de todo aquele nervosismo e apreensão que a cercava era por ter perto aquela mulher em especifico.

Nicole havia voltado, e ela realmente não esperava que ainda sentisse daquela forma, era ridículo.

A melhor amiga da minha irmãOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz