I will kill u

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Bati a porta do banheiro com toda a força do mundo e a tranquei, me apoiei na pia e fechei os olhos com força, eu estava morrendo de raiva, abri meus olhos me deparando com a minha imagem no espelho que ali havia, eles estavam vermelhos, sinal de lágrimas de pura raiva vindo. E então, desabei, comecei a chorar baixinho. Não queria que o causador de tudo isso ouvisse.

Meu subconsciente sussurrava-me que eu não deveria chorar por Jaebum, ele era um idiota, eu já deveria estar acostumado a ser tratado assim, por ele, como um nada. Nenhuma pessoa gosta de se sentir apenas mais uma, nenhuma pessoa gosta de se sentir uma vadia. Com exceção de Mina, claro.

Enxuguei minhas lágrimas com força, machucando um pouco meu rosto, eu estava com muita raiva, eu poderia matar Jaebum com sua própria arma, eu odiava o que aquele babaca fazia comigo, simplesmente odiava. E ele ainda deixava bem claro que eu era somente dele, mas não como alguém que ele goste e sim, como uma marionete, com a qual ele podia fazer tudo o que quisesse, uma marionete idiota. E o pior... Sabe o pior? Eu era totalmente apaixonado por ele, eu não entendia o porquê. Como eu podia me apaixonar logo por ele? A verdade era, que eu podia ver algo a mais em Jaebum, algo a mais em seus olhos, podia sentir que ele era mais do que isso, mais do que esse idiota que ele aparenta ser. Ou eu apenas estivesse errado, e pelo visto, eu estava.

Eu caí na dele, eu deixei me envolver por ele, eu deixei ele me seduzir, ele não era o total culpado, ou era, por não deixar eu me afastar dele, por não deixar eu tomar meu rumo, por simplesmente querer que eu fosse seu. Ok, eu também me culpo, pois apesar de tudo, ele nunca escondeu esse jeito ordinário dele, e mesmo assim, eu deixei me levar. Eu me apaixonei.

Já estava naquele banheiro tentando conter minha raiva havia mais ou menos trinta minutos, estava sentado no chão, envolvendo meus braços em meu joelho e com a cabeça baixa, até que ouvi fortes batidas na porta.

- Abre essa porra, Youngjae. - Jaebum ordenava tentando manter a calma.

- Isso não é uma porra, é uma porta, você é uma porra. - Gritei.

- Sem gracinha e abre isto de uma vez, garoto. - Ele dizia autoritário do lado de fora.

- Por que?

- Porque eu quero.

- Querer não é poder, me deixe. - Falei.

- Eu vou arrombar essa porta, igualzinho eu fiz com você. - Ele era ridículo.

- Olha o respeito, seu idiota. E faz o que quiser, a casa é sua, o prejuízo também.

- Abre, Youngjae. Eu quero falar com você. - Ele estava quase derrotado.

- Que droga, Jaebum. Me deixa, vai lá foder suas vadias. Me larga de mão, poxa. Depois ainda vem dizer que eu fico no seu pé. - Eu gritava dentro daquele banheiro. - E aliás, me esquece, eu não sou seu. Não quero essa vidinha, minha vida já está ruim o suficiente. Obrigado.- Falei e logo as batidas na porta cessaram, o silêncio pairou, respirei fundo a fim de afastar as lágrimas, mas elas vieram mais uma vez e dessa vez, o motivo era minha droga de vida.

Eu já estava há uma hora e meia dentro daquele banheiro, até que eu cansei, já estava um pouco mais aliviado, mas ainda bem magoado em relação à Jaebum, porém eu não podia me afastar, evitá-lo ou algo do tipo, eu estava em seu território por completo agora.

Destranquei a porta do banheiro com cuidado, respirei fundo mais uma vez, olhei-me rapidamente no espelho para ver meu estado e abri.

A casa estava silenciosa, como se não houvesse ninguém e acho que realmente não tinha. Talvez eles tivessem havido outro imprevisto ou coisa para resolver, o que me deixou mais aliviado ainda.

- Já acabou o show? - Ouvi aquela rouquidão atrás de mim. Virei-me. Ele estava lá. O ignorei e abri a porta do quarto de hóspedes, quando fui fechar a porta, senti sua força contra a minha. - Você acha que é quem garoto? Me ignora e ainda quer fechar a porta na minha cara. Até parece que tem alguma moral. - Eu não aguentava mais ouvir os xingamentos cruéis de Jaebum.

- Para, Jaebum. - Estourei. - Chega, para de me tratar como um merda porque eu sei muito bem que eu não sou, eu só quero um pouco mais de respeito da sua parte, não sou nenhuma das suas vadias, por mais que eu me entregue a você como uma, quero que você saiba que isso é só idiotice da minha parte, porque se eu soubesse as consequências desse envolvimento eu nunca mais tinha olhado em sua cara. E eu também não deveria ter feito porra nenhuma por Kang, deveria ter deixado ele apanhar isso sim, você e ele são dois idiotas, dois podres, não sei porque vocês são inimigos, deveriam ser amigos, irmãos, isso sim. - Ele segurou meu braço com extrema firmeza e eu o olhei com tamanha raiva. - Me solta. - Gritei.

- Quem é que manda? - Ele dizia friamente. - Hein, Youngjae? Quem é que realmente manda aqui? Eu ou você? Quem pode matar quem? Eu ou você? Quem realmente possui poder? Eu ou você? - Continuei o olhando, enquanto ele dizia aquilo com ódio no olhar, mas pode ter certeza, ele não estava com mais ódio do que eu. - Isso mesmo, Youngjae. Resposta mais do que certa. Eu. - Ele disse e deu um sorriso torto. - A única pessoa que realmente merece respeito aqui, sou eu. - Ele disse e eu dei um sorriso irônico. Logo Jaebum me soltou e eu acariciei meu braço onde ele havia deixado dolorido.

Sentei-me na cama sem dizer nada, percebi que o que mais incomodava Jaebum era o meu silêncio, ele ficou parado olhando-me, pensei até em ter visto certo arrependimento em seus olhos.

Jaebum sentou-se em uma poltrona que havia em uma certa distância da cama, apoiou os cotovelos em seu joelho escondendo sua cabeça entre as mãos. Eu apenas o olhava, com um olhar frio e vazio, eu sentia muita raiva, muita raiva mesmo.

Olhei para o lado e avistei algo tentador na cabeceira da cama, olhei para frente e Jaebum ainda estava sentado lá, com a cabeça entre as mãos sem ver nada.

Eu estava fora do normal, eu nunca faria aquilo em sã consciência, pois eu sabia que se eu matasse Jaebum, seria cem loucos contra mim depois. Peguei o revólver que havia na cabeceira, era pesada para alguém como eu, alguém que nunca havia tocado em um antes, eu não sabia o que fazer, até que vagas memórias de Jaebum usando um revólver vieram em minha cabeça, apontei a arma para Jaebum que ainda continuava com a cabeça entre as mãos sem se ligar no que eu estava fazendo, pus meu indicador no gatilho.

Jaebum logo levantou a cabeça, como se houvesse sentido algo diferente e ao fazer isso me olhou sem entender ao ver uma arma apontada para ele, com certa distância, pois eu continuava sentado na cama. Ele não demonstrou nenhum medo, me olhava seriamente, desafiador. Na cabeça dele, eu falharia, e talvez ele estivesse certo. Mas por enquanto, eu me mantinha firme, os olhos transbordando raiva. Ele naquela poltrona, há uns 8 metros de distância e eu sentado naquela cama.

- Atira, Youngjae. Vamos ver do que você é capaz. - Quanto mais ele duvidava, com mais raiva eu ficava. - Vamos, Youngjae. - Ele disse levantando-se e vindo me minha direção, levantei-me também.

Nós caminhávamos um em direção ao outro, como se ele fosse me pegar para dançar tango, a única diferença era que eu estava mirando uma arma para ele, mas tirando esse pequeno detalhe...

Pela primeira vez, eu me sentia forte e confiante perante à Jaebum, o que nunca havia acontecido, pois eu era sempre o fraco.

Paramos de andar, a única distância entre nós, era a da arma apontada em seu peito. Jaebum me olhava profundamente, sem nenhuma expressão.

- Atira. - Ele disse com a voz suavemente rouca, e então, eu resolvi fazer o que ele mandou, quando fui apertar o gatilho, Jaebum viu que eu não estava brincando e puxou meu braço para cima, fazendo eu dar um tiro no teto. Em um movimento rápido, ele tirou a arma de minha mão e atirou para um canto qualquer daquele quarto.

Pensei que ele pegaria a porra daquele revólver e atiraria em mim, mas não, a única coisa que ele fez foi... me puxar para perto me lascando um beijo, fazendo-me flutuar. Não resisti, eu precisava daquilo. O puxei mais ainda, enquanto ele me dava um beijo lento, segurando minha cintura com extrema força. Puxei os cabelos de sua nuca fortemente e senti Jaebum dar um sorriso entre nosso beijo. Enquanto ele sorria, as lágrimas caiam de meu rosto. O apertei mais ainda, o máximo que eu conseguia, pois aqueles momentos de concordância entre eu e Jaebum eram raros e únicos. Parei de beijá-lo e o abracei com toda a força, enterrando meu rosto em seu pescoço, sentindo seu maravilhoso perfume. Por incrível que pareça, ele correspondeu ao meu abraço, me apertando fortemente e dando beijos carinhosos em meu pescoço.

- Não me trata mais como um lixo, por favor. - Pedi chorando. - Isso acaba comigo. - Disse desfazendo o abraço e pondo minhas mãos em seus ombros, o olhando profundamente. Seus olhos voltaram a ter aquele castanho suave.

- Youngjae... - Ele começou a falar. - Você sabe... Esse é meu jeito, infelizmente, mas é. Eu sou impulsivo, e se eu falo algo, não quer dizer que eu realmente pense ou seja aquilo...

- Mas dói... Dói muito. - Desabei novamente.

- Desculpa. - Congelei ao ouvir aquela palavra vindo de Jaebum. Ele me deu um selinho longo. - Mas você continua sendo chato.

Me aproveitei da situação.

- Posso ir com você agora? - Ele me olhou, travando o maxilar e em seguida revirando os olhos. Aquilo foi sexy. - É que eu não quero ficar sozinho com esses pensamentos ruins. - Fiz um drama.

- Então pensa em mim. - Ele disse e piscou. Mas ele fazia parte dos meus pensamentos ruins.

- Mas Bummie... - Ele bufou.

- Como você é irritante, puta que pariu. E ainda por cima me deixa louco quando me chama de Bummie. - Eu mordi o lábio inferior. - Mas lá é perigoso para você... - Ele respirou fundo. - Por isso não quero que você vá. - Por fim ele disse.

- Você tem medo de me perder? - Perguntei o olhando.

- Vou pegar algo para beber. - Ele mudou totalmente de assunto, saindo do quarto. Fui atrás, porém fiquei pela sala e ele foi para a cozinha. Sentei-me naquele sofá e logo peguei meu celular que estava lá atirado. Setenta ligações perdidas de meu pai.

- Caralho, setenta ligações perdidas do velho. - Comentei alto para que Jaebum pudesse me ouvir da cozinha, em seguida ele veio com um copo contendo algum tipo de bebida alcoólica nas mãos e sentou-se ao meu lado, em uma curta distância, cheguei mais perto ainda o mostrando as chamadas.

- Ele está mesmo atrás de você. - Ele deu um gole na bebida. - Só não quero que sobre para mim depois.

- Por que sobraria? - Perguntei.

- Ele pode simplesmente colocar a polícia atrás de você.

- Será? - Perguntei tenso, ele deu de ombros, peguei a bebida de suas mãos e dei um gole, fazendo uma careta horrível, minha garganta queimava. Jaebum riu. - O que é essa porra?

- Vodka pura, coisa boa. - Ele disse e deu outro gole terminando com a bebida.

- Que horror. - Falei ainda sentindo aquele gosto horrível.

Jaebum pegou meu celular e começou a ver minhas fotos, deitei minha cabeça em seu ombro e meus pensamentos foram longes.

- Esse é aquele seu amigo? Ben? Sei lá. - Ele perguntou mostrando uma foto onde eu e Bambam fazíamos caretas.

- É Bambam. - Disse e dei uma risada de leve. - Ex amigo.

- Ainda não fizeram as pazes? - Ele perguntou. - Tudo por minha causa, assim é que eu gosto.

- Não. - Respondi seco.

- Não vão fazer?

- Não sei.

- Por que?

- Porra. - Perdi a paciência, aquilo era um assunto delicado para mim.

- Viu como é bom. - Bummie disse rindo. - Perguntas demais irritam, e é isso que você faz.

- Mas eu posso. - Disse simples.

- E eu posso mais. - Ele disse se achando. - Enfim, por que não conta logo que nós transamos? - Ele perguntou indiferente.

- Você não entende, não é bem assim...

- Ele é apaixonado por mim? Porque eu sei que ele se amarra no lindão aqui.

- Não, Jaebum. Só não estou preparado para falar isso... Se bem, que ele meio que descobriu sobre a gente.

- Descobriu?

- É, ele me viu entrando em seu apartamento. - Era a primeira conversa decente entre eu e Jaebum.

- De qualquer forma... Ele é gostosinho. Faz as pazes com ele e traz ele aqui para um sexo à três, talvez...

- Que nojo. - Falei lhe dando um tapa. - Odeio quando você faz essas piadinhas.

- Não é piada. - Ele disse sério.

- Idiota.

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