The Beginning

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Minha vida agora era algo que havia afundado vagarosamente, mais do que qualquer embarcação presa em suas entranhas no fundo do oceano. Estava congelado, submerso, como se estivesse agarrado a uma situação que a deixasse desse jeito e que parecia que nunca iria mudar.

Eu apenas queria ter o poder de me livrar daquilo que me destrói.

Volto à realidade, piscando os olhos diversas vezes para aliviar a ardência que habitava neles.

- Eu vou embora dessa casa! Não aguento mais essa droga de vida! - Gritei indo em direção ao meu quarto.

Quando entrei nele peguei uma velha mochila, onde procurei colocar o máximo de roupas que eu conseguia a tempo de evitar que meu pai criasse mais argumentos para me impedir de ir embora.

- Choi Youngjae, volta aqui, você não vai à lugar nenhum. - Meu pai gritou de volta.

Os passos dele estavam mais próximos, ele estava vindo atrás de mim. Quando ele entra no meu quarto eu o encaro nos olhos como se quisesse perfurá-lo.

Ele ainda é meu pai, o homem que me levava para tomar sorvete de baunilha sempre que eu machucava meu joelho ou contrabandeava gomas de mascar comigo quando mamãe me proibia de comer antes do almoço, a pessoa que me ajudou a dar meus primeiros passos e que cuidou de mim quando ela se foi. Mas agora parece tão distante, Seo In criou um enorme penhasco entre a gente e é como se todos os momentos da minhas infância fossem apenas sonhos que são esquecidos a cada dia que passa.

- Você não pode me impedir! Você não conseguiu nem impedir a mamãe de ir embora!

Continuei a encher minha bolsa com algumas roupas e produtos de higiene. Me lembrei de uma grana que eu estava guardando dentro do bolso de uma antiga calça para comprar algumas roupas novas, peguei todo o dinheiro sem contar e coloquei em um pequeno bolso que tinha na mochila.

Meu pai observava isso tudo incrédulo.

- Youngjae...

- Já chega pai! Eu estou cansado disso, me deixa.

Nesse momento já estava colocando a mochila nas costas com toda a coragem do mundo junto a mim, pois meu pai era praticamente o meu dobro, poderia me impedir numa facilidade só. Mas apenas ficou me encarando não acreditando que seu ''garotinho'' havia se tornado tão inconsequente.

- A questão é... - Continuei a falar - Eu não fico nem mais um segundo debaixo do mesmo teto que essa megera que você trouxe para casa e ainda chama de mulher.

- Jae, querido... - Meu pai tentou se acalmar. - Você está sendo injusto com Seo In, ela é como uma mãe para você.

Eu ri com raiva. Meus olhos estavam se enchendo de lágrimas. Nenhuma palavra que eu dissesse iria mudar essa situação.

Por que ele continuava com aquela ideia de substituição? Ele se esqueceu de tudo que passou com a mulher que ele dizia que amava, que a queria ao lado dele em todos os momentos da vida de ambos ?

- Nunca mais... - Digo entredentes e respiro fundo, tentando voltar a um tom aceitável de voz para não acabar me descontrolado de verdade. - Compare essa mulher com a minha mãe, aliás, Deus a tenha.

Minha mãe havia falecido quando eu tinha apenas dez anos, e quando eu tinha quatorze anos meu pai conheceu Seo In, isso fez minha vida virar um inferno. Jamais superei a morte dela, diferente do meu pai.

Ela ainda era minha mãe e isso nem o tempo poderia levar de mim.

- Minha mãe era uma mulher digna, não precisava se aproveitar de ninguém para se dar bem na vida, eu cansei de ver você sendo feito de idiota, pai. E também cansei dessa va... - Me segurei. - mulherzinha... Tentando tomar o lugar da minha mãe, e me tratando como um nada. Ela realmente conseguiu o que queria, eu vou embora.

Seo In me seguiu com os olhos quando eu comecei a andar pelo corredor da casa, às vezes dava até para ver um sorriso vitorioso em seus lábios.

Eu sentia como se tudo estivesse desmoronando ao meu redor. Um verdadeiro apocalipse.

Saí de lá sem olhar para trás uma única vez.

Só minutos depois de virar a esquina de casa que consegui me dar conta de tudo que aconteceu. Era o que parecia ser só mais uma das minhas brigas com Seo In, como sempre ela veio sujar mais louça que eu tinha passado o dia inteiro lavando e estava longe de terminar enquanto ela se ocupava o dia no salão de beleza. Ela nunca ajudava em nada em casa e eu mal tinha tempo para estudar ainda tinha que limpar, cozinhar e lavar roupa.

Possessive IJB x CYJOnde as histórias ganham vida. Descobre agora