"A visa for Europe, please" • Billie Eilish

Your room, i know that

Sentia seus dedos entrarem e saírem de mim rapidamente com o auxílio de sua língua um pouco mais acima.

Estava sem roupas, ofegante com cabelos soltos e suados.

— Oh Billie! Mais forte. — Sussurro quase sem forças guiando a sua cabeça.

Escutava meu nome baixo em um tom de preocupação. A voz se aproximava como se alguém me chamando estive chegando perto dos meus ouvidos.

— Maya? — Escuto novamente.

Era uma voz familiar, mas não lembrava da onde e muito menos de quem era.

— MAYA?! — O grito me trouxe para a realidade.

Sento na cama rapidamente puxando o ar com força mas o mesmo parecia se esconder de mim.

Estava suada com os cabelos grudando na nuca.

— Tudo bem? — Pergunta Joe preocupado.

O mesmo havia passado a noite comigo e se encontrava seminu ao meu lado na nossa tão conhecida cama de casal.

— Tudo bem. Foi só um pesadelo. — Disfarço pegando meu celular no criado mudo.

— Achei que fosse. Você 'tava gemendo e suspirando. Fiquei preocupado. — Diz passando as mãos sobre as minhas costas.

— Não fique. Todo mundo tem pesadelos de vez em quando, e como tem. — Ignoro seu toque e o tranquilizo mexendo no celular.

Eram sete e vinte da manhã, um pouco cedo demais para acordar em um sábado.

Mas Billie além de roubar meus pensamentos, roubou meu sono em pleno final de semana.

Não me perguntem sobre a minha traição. Me faz me sentir horrível, literalmente a pior pessoa do mundo, isso estraga meu dia em 200%.

Meus amigos não sabem, além de Jack que me pegou no pulo, Joe menos ainda. Eu e Jack, como sempre foi, apenas nós.

Levanto da cama, pois já tinha percebido que não conseguiria voltar a dormir.

— Já vai levantar? — Questiona Joe.

— Perdi o sono. Vou tomar banho e me arrumar, quero comprar o presente de Jack agora pela manhã.

— Ele 'tá de aniversário? — Pergunta.

— Sim, nós vamos nos reunir em um barzinho hoje à noite 'pra comemorar. — Conto. Mas não deveria.

— De novo? Já não se viram essa semana? — Franze as sobrancelhas.

— Você escutou o que disse? Sinceramente, não aguento mais. — Falo impulsivamente parando sem roupas em frente a porta do banheiro disponível em meu quarto.

— Desculpa não queria soar desse jeito. Não quer deixar 'pra ir de tarde assim te acompanho? — Pergunta.

— Quero ter tempo 'pra escolher um presente legal, então, não, não quero. — Digo fria pegando uma toalha na gaveta da cômoda.

— Tudo bem. Vou fazer um café da manhã 'pra gente. — Comunica se levantando da cama.

— Faz 'pra você, estou sem fome. — Rebato e vejo a porta do banheiro trancando a mesma em seguida.

Tomo um banho rápido e gelado porém deixo que o mesmo leve qualquer resquício de suor do meu corpo e cabelos.

Joe, está passando dos limites com todas essas perguntas, mas hoje foi o ápice para mim. Às vezes, em momentos como esses não me arrependo de traí-lo.

Fico orgulhosa de mim mesma por fazer isso, ainda mais com uma pessoa tão legal e gentil, além de experiente que sabe onde tocar e o que fazer.

Mesmo assim continua não sendo justo, mas me faz pensar se não é merecido? Pela pessoa que ele é e pelas coisas que faz.

Ou talvez eu queira me convencer que é justo, pelas coisas que ele me diz e não me agrada, apenas para diminuir minha culpa.

Apesar da culpa e de sentir que cometi um erro deixando tudo acontecer, não me arrependo.

Não me arrependo de beijar seus lábios, olhar seus olhos de perto, ou de sentir suas mãos ou seus dedos.

Sonhei com o seu quarto sem nem ao menos ter estado lá, não sabia como conhecia o local, mas conhecia, sentia.

O quarto era seu, a cama e principalmente as luzes vermelhas.

Saio do chuveiro tentando espantar esses pensamentos pelo ralo.

Me arrumo e saio de casa, sem tomar café da manhã e nem me despedir de Joe.

Bato a porta e caminho, sentindo o ar gelado bater no meu rosto, até o Centro da cidade.

Demorei muito tempo para encontrar o presente perfeito. Mas encontrei, um tênis da Gucci. Caríssimo parcelei em milhares de vezes, okay exagerei, mas não foram poucas não.

Nós próximos dois aniversários Jack só vai receber a divindade da minha presença em suas comemorações.

Mas nunca negaria um presente desses para o melhor amigo de infância que alguém algum dia poderia ter.