Capítulo 12 - Humano e máquina interior

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Trish conseguiu utilizar uma barreira em formato de bolha com a ajuda de um equipamento no último momento, envolvendo Edward e Ashley também, porém, por causa da explosão, foram jogados para o lado após Annie atirar com seu canhão. Acabaram parando em um beco. Como as ruas ainda estavam vazias devido ao conflito recente, conseguiram fugir e se esconder em algumas casas abandonadas. Edward agora tentava contatar Hide ou Rachel.

Os dois tiveram o azar de não estarem perto o suficiente para serem envolvidos na bolha, então tiveram que correr. Conseguiram desviar dos destroços caindo, porém, após o projétil que Annie havia lançado explodir nos destroços, Hide e Rachel foram arremessados até o prédio de onde vinham os escombros, caindo em um buraco feito pelos pedaços que caíram, perdendo a consciência.

Os dois acordaram após um tempo, com Edward os chamando pelo comunicador.

- Hide, Rachel, ainda estão aí?

- Sim, estamos, mas não sei aonde viemos parar. - Hide dizia enquanto os dois se levantavam. Hide e Rachel ativavam seus scanners de região: não havia movimento no local, estava escuro e parecia uma passagem subterrânea, que conectava a algumas áreas daquele setor que eles não sabiam quais.

- Certo então, vamos manter contato e tentar nos encontrar em algum ponto para discutirmos uma abordagem contra os dois aprimorados. Com certeza eles nos caçarão quando descobrirem que estamos vivos. É melhor enfrentarmos eles na fronteira do que os arrastarmos para o setor 1, será melhor do que enfrentar eles e provavelmente o Esquadrão Zero juntos. - Edward dava a nova ordem e desligava o comunicador.

- Vamos ver aonde essa passagem vai dar, por via das dúvidas. - Rachel sacava sua lâmina de seu braço e começava a andar pela passagem, acompanhada de Hide.

- Vamos achar um local para ficarmos. - Edward dizia à Ashley e Trish, que seguiam o líder para a direção que ele ia. Escondendo-se em becos e tentando se misturar à multidão utilizando capuzes quando alguém os olhava estranho ou algum drone sentinela se aproximava, eles logo davam um jeito de despistar ou entrar em alguma loja ou beco.

As pessoas na cidade tinham mais partes mecânicas em seus corpos do que no setor anterior, muitos utilizavam visores holográficos que funcionavam como mapa, pesquisa e comunicação. As compras podiam ser feitas via códigos físicos, ou por um scanner que tinha nos caixas, que identificava a identidade da pessoa. Edward e as duas pagavam com os códigos restantes, porém, sempre que pagavam por algum material, os ciborgues olhavam estranho, mas aceitavam.

O setor possuía mais edificações que o anterior, veículos bem mais modernos, carros e caminhões que flutuavam, hologramas nas construções, neon e muitas luzes, um salto grande em comparação à região 1.

Hide e Rachel seguiam pelo subterrâneo. O silêncio permanecia, em alguns momentos chegava a incomodar. O aprimorado se lembrou de algo que queria perguntar.

- Rachel, porque você não foi com os outros? Ia ter mais chances de sobreviver do que conosco.

- Não gostou que eu vim junto? - Rachel respondia como se estivesse indignada.

- Não é isso, eu apenas quero entender, porque ficou ao nosso lado?

- Você gosta de assuntos psicológicos pelo visto. - Eles andavam e conversavam, enquanto buscavam por uma saída. Rachel novamente hesitou em falar, mas depois de alguns segundos sem resposta, ela decide falar. - Eu nunca gostei da tirania de Armstrong, ainda mais que foi por causa dele que meu pai ficou desamparado e caiu no álcool. Eu não podia perder a chance de ir à sede da Cybernature e encher ele de porrada. Não que eu vá conseguir, mas eu não tenho muito a perder mesmo. E bem, eu não era muito popular no grupo de refugiados. Não que eu seja agora no grupo de vocês, mas ao menos com vocês tive uma demonstração do que é ter alguém com quem contar. E isso já me basta.

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