Te peguei!

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Mariana tem estado estranha durante a semana e eu sequer sei o motivo, sempre que tento saber se está acontecendo algo ela nega e desconversa. Eu não tenho ideia do motivo mas tenho ficado preocupado, Thuler me disse que Juliana está meio nervosa e estranha também apesar de não ser tanto quanto a minha namorada.

Não quero ser invasivo mas estou preocupado com ela e quero ajudar se for preciso, ela acabou de chegar em casa e eu estava a sua espera porque queria conversar com ela.

⁃ Como você entrou? - ela perguntou ao me ver.

⁃ Ju abriu pra mim. - fiz cara de óbvio.

⁃ Ah, eu esqueci que ela estava de folga hoje. - ela disse vindo até a mim.

⁃ Desculpa a demora, trânsito é osso. - ela disse me dando um selinho.

⁃ Eu comprei o jantar. - eu disse e ela sorriu.

⁃ Vou só tomar um banho e já volto. - ela disse colocando o celular e as chaves do carro no aparador.

⁃ Te espero aqui. - eu disse.

Assim que ela saiu da sala eu esperei o barulho do chuveiro e olhei no corredor pra ter certeza que Juliana estava com a porta fechada, odiava o que eu iria fazer mas eu precisava e foi assim que eu peguei o celular dela. Havia um número nas mensagens que não parava de enviar coisas, frases que me deixaram completamente intrigado.

"Você não vai me atender mesmo?"

"Eu preciso mesmo falar com você, Mariana"

"Estou com saudade de você, do seu beijo, do seu cheiro"

"Por favor, me atende."

Mensagens que faziam poucos minutos que foram enviadas, não havia foto nem nada que pudesse me fazer saber quem era. Anotei o número no meu celular e a minha mente já começou a imaginar mil e uma coisas, não demorou muito para ela sair do banheiro e naquele momento eu estava levantando do sofá.

⁃ O cheiro tá ótimo, vamos comer? - perguntou.

⁃ Eu não vou poder ficar, preciso ir. - eu disse.

⁃ Achei que fosse ficar um tempo aqui comigo. - seu semblante pareceu triste.

⁃ Tenho um compromisso com a minha irmã. - eu disse e ela veio até a mim.

⁃ Tudo bem, manda um beijo pra ela. - ela disse e eu assenti.

⁃ Gabriel? - chamou, eu já havia aberto a porta.

⁃ O que? - perguntei.

⁃ Não vai me dar um beijo? - perguntou.

⁃ Boa noite. - eu disse beijando sua bochecha.

Ela me encarou alguns segundos antes de eu fechar a porta e correr pro elevador, eu estava fervendo de raiva porque só conseguia imaginar que era algum dos clientes que ela tinha. Eu sei que ela disse que não voltaria pra essa vida e me prometeu que tudo aquilo acabou, mas fica difícil de acreditar depois de ler aquelas mensagens em seu celular de um número desconhecido.

Minhas paranóias começaram a se juntar ao lembrar de Thuler dizendo que Juliana também estava estranha, será que ela sabia de tudo e estava acobertando Mariana? Dirigi irritadíssimo direto pra casa onde me joguei na cama e comecei a pensar, olhei as redes sociais dela e não encontrei nada estranho mas a sensação ruim ainda se fazia presente.

Em meio aos meus pensamentos paranóicos eu adormeci, era cedo demais então no meio da madrugada eu acordei e resolvi ver se Arrascaeta estava acordado pra me ajudar. Mandei algumas mensagens e ele me respondeu informando que iria me ligar, nós conversamos por quase duas horas e ele me incentivou a chamar a Mari pra conversar e tentar descobrir na conversa ao invés de dar ouvido as minhas paranóias.

Peguei no sono novamente e no dia seguinte já acordei menos irritado e estressado, tomei um banho e café da manhã e fui fazer Media Day no clube. Passamos o dia entre fotos e gravações pra essa nova temporada e no fim da tarde resolvi passar pra ver se Mari já havia terminado o trabalho, queria conversar com ela. Já passava das sete da noite quando estacionei de frente ao prédio enorme e peguei o celular pra mandar mensagem pra ela, mas parei quando a vi na calçada conversando com... quem era aquele cara?

Ele estava de costas e usava boné então estava bem difícil de saber quem ele era, fiquei observando enquanto ela parecia incomodada com ele ali pois a todo momento olhava para todos os lados. Saí do carro indo na direção deles.

⁃ Mariana! - chamei seu nome, ela paralisou ao me ver.

⁃ Gabriel? - franziu o cenho, o rapaz virou-se para mim.

⁃ Você é o... namorado da Rafaella. - eu disse completamente confuso.

⁃ Sim, sou eu... Lucas. - ele assentiu.

⁃ É, ele veio entregar uns currículos aqui e nos encontramos aqui fora. - Mariana disse.

⁃ É? - perguntei e ele assentiu.

⁃ Inclusive, vou deixar o meu cartão com você... caso queira algum serviço. - ele disse me entregando o cartão e eu sorri.

⁃ O que você faz aqui uma hora dessas? - Mariana perguntou.

⁃ Estava aqui perto e passei pra te ver, você já tá indo pra casa? - perguntei e ela assentiu.

⁃ Eu ia pegar um táxi porque deixei o carro lavando hoje, você me leva pra casa? - perguntou e eu sorri.

⁃ Claro que eu levo. - eu disse.

Nos despedimos do Lucas e fomos para a casa dela, assim que chegamos o porteiro avisou que o carro dela já estava na garagem e nós subimos conversando sobre coisas aleatórias. Juliana não estava em casa então assim era melhor para nós conversarmos, eu queria muito saber o que estava acontecendo e hoje eu iria descobrir.

⁃ Vou tomar um banho e volto, ok? - ela disse sentada no meu colo.

⁃ Ok, tô aqui esperando. - eu disse.

⁃ Promete que hoje você vai ficar? - pediu.

Prometo. - eu disse, ela selou meus lábios antes de sumir no corredor.

Meu celular vibrou no bolso da calça e eu saquei-o pra ver o que era, junto com ele caiu um papel no chão que segundos depois eu me lembrei que foi Lucas quem me deu. Havia seu nome e números de telefone, mas algo ali me chamou a atenção e então eu olhei meu celular com o número que eu havia salvo das mensagens de Mariana.

     Era ele.
Mas que diabos estava acontecendo?
Porque eles tinham contato?
Porque ele disse que estava com saudade do beijo dela?

Disquei o número e segundos depois a ligação foi atendida.

- Alô? - ele disse.

- Alô, é o Lucas? - perguntei, eu não queria acreditar.

- Sou eu sim, quem é? - desliguei.
   

Fake Love • Gabigol ✅️Onde histórias criam vida. Descubra agora