Epílogo - Parte 2

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Ian Veron

E então, ouvi o barulho discreto da porta de nosso quarto destrancando.

- Calma Ian, pelo amor de Deus.. - minha mãe veio exaltada, correndo atrás de mim, enquanto eu me dirigia para o quarto, apressado demais para pensar em qualquer coisa, sentindo mãos tentando me segurar, provavelmente de Ivan, mas eu era muito mais forte, me soltando facilmente, continuando a ir de supetão para o quarto.

O que eles achavam que eu ia fazer? Puta que pariu.

Abria porta com força, parando com o barulho alto da maçaneta batendo na parede, anestesiado com a cena que vi.

Sarah estava em pé no meio do quarto, perto da cama, vestida apenas com um top branco de renda e uma calcinha do mesmo tecido, deixando toda sua pele clara à mostra. As longas pernas, a barriga grande redonda, quase rosadas comparadas ao tecido branco.

- Calma amor.. - ela levantou uma mão, me olhando nos olhos, enquanto a outra apertava a própria cintura, estufando a barriga enorme para frente.

Seu rosto lindo estava perfeito, com uma maquiagem dessas elegantes, emoldurado por alguns cachos soltos do penteado, agora meio bagunçado. Era para ser uma visão linda demais, se não fosse desesperadora com toda a tensão.

- O que foi? - Perguntei tentando controlar a voz, não gritei. Ela com a mão ainda levantada espalmada para mim, e a outra na dobra da cintura, como se sustentasse a coluna, seu rosto levemente suado.

- Não foi nada.. - Ela se movia estranho, respirando pela boca, com o vestido de noiva jogado no chão. - É um pequeno contra tempooAAAAAAAAAIIIIII..

Senti meu corpo todo enrijecer, vendo ela se dobrar sobre a barriga, apertando a beirada da cama com as mãos até a pele perder a cor, o rosto contraído de dor.

- Ai Sarah - Minha mãe passou por mim, correndo até Sarah, seguida por Vanessa.

- Ela esta tendo contrações. - Vanessa Passava a mão nas costas nuas de Sarah, enquanto ela fazia cara de dor, deixando seu rosto todo vermelho, agarrando o edredom da cama com as mãos pequenas em punhos.

- Porque você se trancou aqui, Sarah? Vamos pro hospital. - Minha mãe falava com a voz carinhosa, mas nervosa. Olhando em volta pelo quarto.

Eu não conseguia me mover. Minha cabeça estava travada. Sem controle. Só olhando Sarah voltar a respirar pela boca com dificuldade e ficar ereta de novo, apontando a barriga enorme pra mim, se movendo lentamente, meio dura pela dor.

- Não.. - ela falava entre as respirações compridas. - Provavelmente é apenas alarme falso. A minha bolsa nem estourou ainda.

- Não funciona assim Sarah - Vanessa ainda massageava as costas dela.

- Eu vou me casar Vanessa, pelo amor de Deus. - sua voz saiu alta, nervosa, e seus olhos começaram a se encher de lágrimas:

- Eu VOU me casar hoje. - e disse olhando diretamente para mim, com a vozinha manhosa.

O ar entrou pelo meu peito, pesado, me clareando a mente, me tirando do transe em que eu estava.

"Essa mulher ainda vai me matar." , ela estava presa no quarto, me deixando esperando no atar, porque QUERIA casar comigo. Meu Deus.

E antes que pudéssemos falar ou fazer qualquer outra coisa, o meio das pernas nuas dela começaram a ficar molhadas, escorrendo líquido, formando uma poça em seus pés.

Sarah soltou um gemido baixo, olhando para a poça grossa em seus pés.

- Ok. - falei andando muito devagar para ela, com as mãos levantadas da mesma forma que ela fazia. - Vamos para o hospital, meu anjo!

Pela Segunda VezOnde as histórias ganham vida. Descobre agora