Prólogo

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Eu não tenho muitas experiências no "maravilhoso mundo da escrita" , peço que sejam carinhosas kkk Então.. Vamos , e me digam o que acham.

Ian Veron

Saí do escritório nervoso, a ponto de bater em qualquer um que me impedisse de sair. Mas ninguém era tão louco assim de entrar em meu caminho.

Passei pelos funcionários sem me dar ao trabalho de cumprimentar nenhum. Sentia a ponta de meus dedos tremendo, e o sangue pulsando em minhas veias.

Assim que o contador e os membros do conselho da empresa me deram a notícia dos desvios de dinheiro, eu fiquei cego de raiva, não enxergava mais nada, nem esperei que os outros sócios chegassem. Precisava sair dali o mais rápido possível, estava ficando sufocado dentro do complexo da empresa.

Como fui tão burro? Eu, que era sempre tão controlador e desconfiado, havia sido roubado, traído. A empresa era minha segunda família.

Subi no carro, e imediatamente sai acelerando pela cidade ouvindo o pneu cantando.

Eu precisava me acalmar, e só havia um lugar que eu encontraria a paz que precisava. O único lugar , no momento, onde eu teria o controle que eu precisava. 

Dirigi que nem um alucinado, atravessando a cidade, indo para oeste, para o apartamento de Júlia. Só de pensar naquele corpo macio, e nela toda derretida por mim eu esquecia por alguns instantes tudo o que estava acontecendo, toda a ruína descontrolada em que me encontrava.

Então o celular começa tocar, e quando olho o visor um nó se instala em minha garganta.

Era Sarah. Minha esposa Sarah.

- Puta merda. - bati com a mão no volante, extravasando um pouco da raiva que eu sentia.

Sarah era a pessoa com maior poder de me deixar nervoso. Eu me sentia tão irritado com ela, até a sua simples ligação conseguiu me tirar o resto de sanidade que eu tinha. 

Não sei se por ela ser tão arrogante, e fria, e me tratar ,as vezes, bem pior do que eu a tratava. Mas estar com Sarah era sempre um furacão de sentimentos, ela me deixava maluco, nervoso, irritado, e eu nunca entendia o que acontecia comigo quando estava com ela.

E eu achava que o casamento tinha piorado tudo, queria acabar com aquilo tudo de uma vez, não levaria aquela palhaçada toda à frente. E se o conselho da empresa achasse que eu precisava mesmo de uma "família", eu me casaria com Júlia. 

Eu só não podia levar uma vida ao lado de Sarah, eu não suportava mais aquela garota.

- Que foi Sarah? - atendi quase gritando, com a raiva mais que presente em minhas palavras.

- Ei..- sua voz fria soou pelo celular, me repreendendo. O que me deixou com mais raiva. 

- O que você quer, porra?

- Ian, venha para casa. - ela quase sussurrou, com sua foz fina , tom quase amável, que a vi usando poucas vezes na vida,... nunca comigo. - O Sr. Martin me ligou contando o que houve. Você precisa de alguma coi...

Não deixei que ela terminasse, aquela voz fina me deixava nervoso, e eu já estava nervoso demais para ouvi-la falar por mais tempo.

- Sarah, acabou. - fui firme, falando alto, para que não restassem dúvidas do que eu dizia. - Não vou voltar para casa, nem agora, nem nunca. Já esta na hora de acabarmos com todo esse teatro.

Ela ficou em silencio por um tempo, tempo suficiente para eu começar a me sentir arrependido por ter feito isso por telefone. O que só aumentou meu nervosismo.

- Ian!! - ela respirou fundo no telefone, se controlando imagino. - Você não pode fazer isso comigo Ian.

- Sarah..

- Ian... - eu acelerava mais o carro, e ela tinha a voz embargada na linha.

- Sarah, não torne tudo pior. - eu sentia vontade de quebrar o telefone  e encontrar Júlia o mais rápido possível. Sarah me deixava nervoso, me tirava dos nervos, e ter aquele sentimento de que eu devia explicações para ela, estava me levando a beira da loucura. - Nossa sociedade na empresa é perfeita, mas só lá, e ponto. 

- Ian... Você não pode. Ian... eu estou... Ah Ian. Você não pode droga. - ela agora gritava comigo, repetindo meu nome, como se a cada vez implorasse de alguma forma. 

 Eu apenas acelerava pelas ruas, sem me concentrar em nada, tentando não explodir de raiva.

- Droga Ian, droga droga droga. Você não pode fazer isso comigo, eu estou...

E então as ultimas palavras de Sarah se misturaram a um estrondo absurdamente alto, enquanto eu me chocava com o vidro do carro.

Não podia ver nada, tudo se passou em um longo e doloroso borrão.

As palavras dela rodavam em minha mente, junto do barulho agudo da lataria do carro sendo esmagada pelo caminhão que surgira do nada.

O barulho do metal sendo prensado, dos pneus gritando contra o chão, e o vidro se espatifando em minha cabeça. Foram cenas de segundos, mas me pareceu uma eternidade, transcorrendo lentamente, lento e doloroso, minha pequena eternidade de sofrimento e angustia.

Meu corpo não teve tempo para reagir. Sentia como se meus ossos estivessem se estilhaçando junto do vidro em minha cabeça, ou a lataria do carro. Eu só sentia a dor. A dor física lacerante, agonizante, onde eu não tinha nenhum controle, e a dor vinda das palavras de Sarah.

Eu sabia que morreria, mas não podia morrer.

Não agora, eu não podia morrer agora. Eu tinha tanto para concertar. Eu não podia morrer. Eu não podia deixar Sarah.

Pela Segunda VezOnde as histórias ganham vida. Descobre agora