oitenta e dois

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ITÁLIA, PALERMO

VALENTINA MONTANARI

ALGUNS MESES DEPOIS.

"Não pare de me amar, não me abandone
Não pare por nada, você é o que eu sangro
Aprendi a te amar da maneira que você precisa
Pois eu sei o que é dor, isso não é a mesma coisa..."

The weeknd | nothing without you.

Depois de tanto tempo sem desenhar algo, é quase inacreditável que foi eu que fiz esse vestido maravilhoso.

Só o fiz porque foi uma exigência de Petrus.

Na verdade, ele me pediu para decidir cada detalhe, como da primeira vez e eu posso dizer que fiquei muito feliz com isso. Mas também com muito medo, porque a primeira vez não terminou da maneira que eu imaginava e tenho medo de não terminar novamente.

E é justamente por isso que eu decidi sair de casa, porque não estava aguentando ver toda a arrumação, como da primeira vez.

Não estava aguentando o medo.

Era como se tudo estivesse se repetindo e meu maior medo era que o dia terminasse da mesma forma.

Ao passar pela porta de casa eu vejo como tudo está lindo. Não queria nada muito grande mas eu sou o don. E um don não pode ter um casamento pequeno.

Eu comando uma das maiores organizações criminosas do mundo.

Nada mais justo do que ter um casamento extravagante, como dona Antonieta mesmo disse. Deixei toda a decoração nas mãos dela.

Mas eu não estou aguentando ficar aqui, preciso sair, ficar longe disso tudo por um momento.

Resolvo ir a nova sede do sub10, lá terei um pouco de paz e poderei pensar.

Assim que chego todos me olham estranho, também, a louca vem justo no dia do seu casamento.

Sigo para minha sala, eu estou nervosa, simplesmente.

Me sento em minha cadeira, eu preciso pensar... Talvez não seja o momento.

Nem na primeira vez eu fiquei assim. Que merda!

— Oi... Está tudo bem? — escuto Derek falar.

Levanto minha cabeça olhando para ele.

— Oi Derek... Está sim! Eu só vim verificar alguns carregamentos que serão entregues amanhã. — falo, tentando mudar de assunto.

— Valentina, hoje é seu casamento... Pode ir, confie em mim, eu resolvo tudo por aqui. — ele diz, se aproximando mais.

— Não! Eu preciso verificar tudo, desde que assumi a máfia nunca a deixei sozinha por muito tempo. — eu vou terminar entrar em pânico, na verdade, já estou.

— O seu cunhado vai tomar conta de tudo também, afinal, ele é seu subchefe ainda. — ele me responde. — Não sei o que está acontecendo... Mas acho que seu casamento começa em poucas horas e você ainda está aqui, desarrumada... — seu olhar pra mim é preocupado.

FRAGILE | ✓Onde as histórias ganham vida. Descobre agora