ITÁLIA, SICÍLIA
PETRUS FORCHHAMMER
NOVE ANOS ATRÁS.
Eu simplesmente odeio ser atrapalhado quando estou fazendo algo. Ainda mais quando esse algo é com ela.
Enquanto ando em direção ao escritório de Montanari, penso no momento que tive com Valentina no café, faz muito tempo que deixo de ir resolver alguma coisa importante para ir conversar banalidades com alguém, e não me arrependo.
Bato na porta do escritório e escuto um "entre" baixo.
— Pensei que você tivesse marcado uma reunião no Sub10 hoje Forchhammer, recebi uma ligação de um dos associados dizendo que você não apareceu e nem deu uma explicação. — olho pra ele tentando agir neutramente, afinal, ele é meu chefe.
— Acho que ser capo da Alemanha me dar alguns privilégios, estava ocupado, não pude ir, mas remarquei para amanhã logo cedo. Dessa vez sem faltas. Nosso assunto será tratado rapidamente.
Desde que voltei a Itália, estamos trabalhando na investigação para poder provar que foi a família Schneider que causou a morte de Caleb, fizeram um bom trabalho em mandar um matador de aluguel meia boca para fazer o serviço, infelizmente o filho da puta morreu sendo torturado mas não abriu a porra da boca. Estamos tentando provar que eles são traidores da máfia, se conseguirmos, iremos poder pôr um fim na guerra que está prestes a se iniciar.
— Bom... Espero que você foque nessa investigação, estou confiando em você rapaz, poucas pessoas sabem que estou investigando a família Schneider. E um capo não deve focar em privilégios… Não se pode dar espaço para os fracos terem o que falar sobre você. Espero que isso não se repita.
— Não irá, hoje realmente foi algo importante. Muito. Agora preciso ir, tenho um rato para pôr um fim.
Me retiro assim que ele me dar um aceno de cabeça.
×××
Ao adentrar o galpão aparentemente toda minha áurea boa, se é que eu tenho alguma, fica do lado de fora, porque ao estar dentro, mesmo não querendo, pareço me transformar em outra pessoa, com um olhar frio e sem qualquer tipo de remorso.
Meus seguranças não conseguem manter o olhar por muito tempo em meu rosto e quando olham, transmitem no olhar um tipo de reverência a mim.
Logo na minha visão periférica consigo visualizar o filho da puta que andou me roubando por um meio tempo e achou mesmo que eu seria enganado dentro do meu próprio negócio.
Um vendedor de drogas, e que administrava uma boate que abri a pouco no lado leste da cidade e que fazia o intermédio entre as milícias da cidade, tentou tirar vantagem nas vendas, mas se tem algo que não admito é que me façam de otário. E ele realmente achou que ia conseguir.
— Como vai Mancini, meus seguranças deram uma boa estadia a você? Espero que sim...
Nitidamente o filho da puta está morrendo de medo, mal para de tremer. Arrasto uma cadeira indo me sentar bem na sua frente.
— Vou te perguntar só uma vez, não minta, será pior para você. Onde caralho você enfiou o dinheiro que me roubou?
Ele se treme tanto que estou vendo a hora de se mijar inteiro, acho um divertimento agradável ver o medo nos olhos desses desgraçados.
— Senho-or, eu não peguei nada...
Enfio a faca que está em minha mão na sua perna, ele ruge de dor e a sensação é tão boa.
— Ainda ousa mentir... Mancini, eu tenho cara de idiota? — pergunto-lhe enquanto rasgo sua perna com a faca e ele se debate na cadeira urrando de dor.
— Responde a porra da pergunta filho da puta!
— Se-enhor... Eu não...
— Ah, você não pegou 500 mil dólares a mais? Tem certeza? Onde. Está. A. Porra. Do. Meu. Dinheiro?
Dessa vez ele olhou para mim com certo espanto, por eu saber o valor exato, com certeza.
— Me perdoe... Senhor... Está... na minha casa...
Tão fácil, nem precisou de muito.
— Sabe o que acontece com ratos como você?
Mancini choraminga, sabendo exatamente o que eu faço com abutres como ele.
— Ah, você sabe e muito bem e eu quero ouvir da sua boca.
— Senhor, por... favor... não...
— Responde a porra da pergunta Mancini!
Ele choraminga mais enquanto eu puxo a faca agora cortando o lado esquerdo de seu rosto
— Morrem... Senhor... Eu devolvo... Tudo... por favor...
Quando imploram fica mais excitante, pode ser sádico, mas é divertido para caralho.
— Felizmente eu não perdoo Mancini.
Segundos depois eu atiro com minha Glock.
Um tiro no centro da cabeça, e infelizmente, foi rápido demais, queria demorar mais um pouco por aqui.
— Quero tudo limpo e dêem um jeito de todos saberem que preciso de um novo administrador e mostrem o que acontece com quem rouba um Forchhammer.
Dou as ordens e saio logo em seguida.
Ao entrar em meu carro, enquanto dirijo penso no que ela pensaria se me visse matando um cara sem qualquer remorso e o pior, que eu não me arrependo. Nunca.
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FRAGILE | ✓
Roman d'amourDurante toda minha vida eu sempre ouvi as pessoas falarem sobre o amor, e eu sempre quis viver um, e eu vivi. Um amor leal. Um amor terno. Um amor recíproco. Mas nada na vida é eterno. Se posso afirmar algo com plena certeza é que uma decisão errada...
