Capítulo 14

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*** Lyra ***

Chegou o tão esperado dia. O casamento seria no fim da tarde, para quem saber receber a presença do pôr-do-sol. Pensei que hoje seria um dia de descanso, banho de hidro, sauna, massagem sensual de um cara gato... Mas só minha tia recebeu isso. E eu também não pude ir na despedida dela ontem. Eu sou maior de idade!

- Filha, venha me ajudar - minha mãe me chamou.

- Mas a decoração já está toda pronta.

- Tem que fazer a comida. Sua tia quer coisas árabes e campestres. Quer deixar todo mundo com constipação, não é possível.

- Mas você não sabe nem fazer um quibe.

- É para isso que existe o youtube, vamos.

Fiquei o dia todo cortando os alimentos, enquanto minha mãe e tia mexiam no fogo. Alex e Harry ficaram encarregados das sobremesas, porém depois da terceira tentativa de fazer algo decente, foram expulsos da cozinha. Será que se eu cortar errado também sou expulsa?

Pouco tempo depois, Lana aparece na cozinha já toda arrumada.

- Vai deixar teu vestido todo com cecê, tire e vista-o só na hora do casamento.

- Mãe, já está na hora do casamento. Inclusive, metade dos convidados já chegou. 

- PUTA QUE PARIU, A JOSIE ME PAGA.

- Não se preocupa, mãe. Parece que é a nova moda em Paris ir a eventos com avental, você e a tia estão arrasando. A Lyra fica feia até com a cabeça tampada, aí não tem muito o que fazer.

Não daria tempo de tomar banho, então só dei aquela aromatizada com o desodorante e um perfume forte e fui logo me vestir de cigarro lilás. A maquiagem ficou bem a desejar, o cabelo nem se fala. Mas que se foda, o casamento não é o meu mesmo.

- A NOIVA VAI ENTRAR. CADÊ AS MENINAS.

Desci correndo as escadas e dei de cara com o chão. Apenas conferi se meu nariz não estava sangrando e segui procurando a Lana. Para variar, a única atrasada era eu. Todos já estavam em fila para entrar, inclusive minha mãe e minha tia, que estavam com cara de que passaram o dia no cabeleireiro. Como pode? Me aprontei ao lado do David, sem nem encostá-lo.

- E aí, como foi para você nesse tempo me evitando? - ele sussurrou no meu ouvido.

- Revigorante.

Nós entramos e, por mais que eu não queira admitir, o Sfiha estava radiante. Paramos ao lado do altar e olhamos tia Josie acabar de entrar. Ela estava tão linda! Seu vestido voava com o vento e tinha algumas pedrinhas que brilhavam acompanhando os últimos raios de sol. 

Mas o melhor momento foi o do beijo. A paisagem era de um pôr-do-sol rosado, o que deve ter deixado as fotos do casamento maravilhosas. Perguntarei ao fotógrafo depois, que no caso é o Alex mesmo.

Quando todos estavam caminhando para dentro do salão onde seria a festa, David Porra segura gentilmente minha mão e em seguida sussurra:

- Vem comigo, preciso te contar uma coisa.

- Se você estiver grávido o filho não é meu.

Fomos até o quarto em que ele está hospedado e então ele me pede para sentar na cama.

- Por que parece que esse colchão é mais macio que o meu?

- Porque você sempre acha que as coisas dos outros são melhores que as suas.

- Me chamou pra me ofender?

- Não, desculpa. Nem te falei o quão linda você está.

- Valeu, tô mesmo. Era isso?

- Era... Bem, não. - Ele segurou na minha mão. - É que... minha mãe foi transferida. Para o Japão.

- Ah, que legal! Você vai poder visitar ela, e me trazer várias comidas diferentes!

- Eu não vou visita-la.

- Como não? Eu sei que a relação de vocês não é lá essas coisas, mas ela é sua mãe.

- Lyra... Eu vou morar com ela.

E aí tudo ficou borrado. Eu precisei de apenas alguns segundos para entender. 

- Ah... Sem problema. Quero dizer, a gente nem tem nada, não é?

- Eu gostaria de ficar aqui, de verdade...

Por um impulso, eu o beijei. Ele acabou caindo na cama e eu fiquei por cima. David me segurava forte, e nossas lágrimas se misturaram rapidamente. Era tanta água o meu rosto que o rímel já devia ter saído tudo, mas nem me importei. 

E então tudo começou a ficar mais emocionante ainda. Eu precisava daquilo, e ele também.

- Você não vai parar agora, né? - perguntei.

- Por nada.

A hora que ele começou a tirar minha calcinha e a ir com a cabeça lá pra baixo, eu lembrei.

- David, espera... Eu não tomei banho hoje. - Ele riu alto.

- Como você é porca, mano.

- Não deu tempo!

- Bom, deixamos o oral pra outro dia então.

Ele voltou a me beijar e fez as coisa lá apenas com os dedos. Nada de língua para você, Evangeline. Mas espera que vem coisa melhor.

E então eu tive a melhor transa da minha vida. Foi fogo, foi sentimento, foi tesão, foi carinhoso... Foi excepcional. Ficamos deitados por um tempo para nos recuperarmos, e ele ficou fazendo carinho no meu cabelo. 

- Acho que temos que voltar lá para baixo - falei.

Levantei para vestir minha roupa, mas ele me impede. Ele olhou bem nos meus olhos, chegou bem perto e disse:

- Eu te amo, Lyra.

E aí eu tive outro orgasmo.


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