01. Jimin, a máquina de vergonha alheia

Começar do início
                                    

Taehyung suspirou, como se achasse todo aquele escândalo um exagero. Deixou o pote de biscoitos destampado — ele nunca lembrava de tampar — na mesinha de centro e se levantou do sofá, ajeitando a bermuda sarja preta e apertando seu cinto amarelo berrante antes de ir pro seu quarto.

Jimin também suspirou, mas de alívio. Finalmente tirou a piroca de borracha que já havia começado a incomodar de dentro de si, embalando-a na toalhinha que usava exclusivamente pra ela. Desligou a TV e, sem ter lenços por perto, refletiu se limpava a porra com a própria mão até chegar no quarto para que não sujasse o chão no caminho. Por fim, usou a própria almofada, já que teria que lavar ela de qualquer jeito.

Colocando o dildo debaixo do braço e ainda tampando seu pênis com a almofada — nunca se sabe quanto tempo Taehyung aguentaria dentro do próprio quarto — correu desajeitadamente até a primeira porta do corredor. Entrou no seu quarto, tentando evitar o campo de visão da sua janela aberta — a última coisa que precisava era seu vizinho heterossexualzão também lhe vendo nu — até entrar no banheiro de sua suíte.

Aliviado, apoiou a almofada na tampa da privada, sem ter mais onde colocar. Com todo carinho do mundo, lavou seu vibrador com sabonete neutro e secou com uma toalha limpa. Se encarando no espelho, percebeu que tinha o rosto completamente vermelho, mas não sabia se era por ter gozado tão gostoso ou de vergonha... Talvez ambos.

Tomou um banho rápido, apenas para não ficar melequento. Não é como se tivesse algum lugar para ir... Estava no último ano do curso de Administração, com pouquíssimas matérias — pau no cu de seu colegiado — e desempregado. Ai, alguma empresa poderia contratar ele, mas tudo que recebeu das entrevistas foram "ligaremos se você passar, muito obrigada pela participação", mas seu celular nunca esteve mais silencioso.

Quando voltou para a sala, Taehyung já havia voltado pra lá e comia um misto com achocolatado. O de cabelos ruivos havia tirado suas roupas de skatista e colocado seu pacato uniforme de enfermeiro. As mechas em vez de presas por um boné possuíam diversas presilhas de metal domando os fios.

— Pensei que você ia voltar mais tarde... — Jimin comentou com o outro enquanto abria a geladeira para caçar algo para comer. Gozar dava fome, mas não havia nada que aliviasse sua larica. Acabou comendo um resto de pimentão que tinha na geladeira, ou iria estragar.

— Queria eu. — Taehyung bufou. — Meu sonho andar de skate o dia inteiro... Não que ajudar a salvar vidas seja ruim e pá, mas meus bros não trabalham em hospitais, né. E você, ainda não achou um emprego?

— Podia ter excluído a parte do "ainda". — Jimin resmungou, chateado com o próprio fracasso e se sentou ao lado do amigo na bancada da cozinha americana.

"— O que gosta de fazer nas horas vagas? — A voz da moça do RH era bem límpida e simpática, mas isso não deixava Jimin menos nervoso.

Ler fanfics.

— Ah, gosto de ler... Principalmente clássicos.

— Sério? Qual é o seu clássico favorito? — A mulher continuou tentando engatar a conversa. Jimin não colaborava muito.

50 Tons de Cinza.

— Hm... Difícil escolher, né? São tantos... — Jimin simplesmente não conseguia fazer com que sua voz e sorriso soassem genuínos. Provavelmente porque não eram. Mais um entrevista de emprego fracassada.

— Gênero favorito, então? — A moça do RH realmente estava se esforçando para conseguir algo de bom de Jimin, mas estava difícil. Seu currículo era completamente vazio, o garoto não fizera nada além da graduação. E aparentemente além de não ter feito nada profissionalmente, também não fazia nada como pessoa.

Empresário • jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora