Hora de Aventura - O Desafio Supremo

O Início do Fim

Anos se passaram depois daquele ocorrido, anos que consolidaram a história a qual conhecemos, história que ainda nos mostrará um grande futuro. O princípio de toda essa catástrofe se encontra no Pomar de Maçãs de Dona Tromba e Sr. Porco e se você pensou no Docinho, você chegou perto. Estou me referindo aquele que residia em seu interior, aquele que uma vez destruiu toda a vida existente: o imortal, o impiedoso homicida, O Lich. Dona Tromba havia acabado de preparam uma deliciosa torta de maçã para Docinho, que após terminar de comer foi para a floresta e voltou a brincar, quando de repente suas pupilas se contraem e seu corpo fica imóvel. Dona Tromba estranhou a súbita paralisia do menino, mas como aquilo já havia ocorrido antes sem grandes consequências, ela decidiu continuar os seus afazeres domésticos, sem saber que o seu erro colocaria a vida de todos em Ooo em perigo. Enquanto isso, o nosso campo de visão muda e vamos para o subconsciente de Docinho onde Lich mais uma vez tentava assumir o controle quando a força de Docinho o impede:

- Você jamais sairá daqui sua monstruosidade aberrativa! Mamãe, papai e os outros me falaram o que você é capaz de fazer, da sua vívida vontade de nos erradicar  e eu sei que sou o único capaz de te manter preso aqui e é isso que eu irei fazer! - disse Docinho com veemência em suas palavras, pois sabia da importância da tarefa que havia sido incumbido, que era a de manter o Lich preso.

Desde que o Lich havia sido literalmente reencarnado no corpo de Docinho, iniciou-se uma eterna luta mental: de um lado, Lich, que  desenfreadamente buscava liberdade para realizar os seus objetivos genocidas. E do outro, Docinho, que buscava fazer o que fosse necessário para fazer as pessoas ao seu redor feliz. Era o confronto entre os dois lados de uma moeda, as duas parte do equilíbrio, enquanto um queria trazer uma espécie de vida a todas as criaturas o outro queria extinguir toda e qualquer forma dela. Essa luta interna já estava em seu ápice, a quantidade de batalhas travadas ja deixaram o corpo de Docinho em seu limite. Era nítido que em breve o corpo que era receptáculo daquelas duas consciências não suportaria mais e que o melhor deles sairia vitorioso, mas a pergunta que ficava no ar era: quem?

- AAAAH DOCINHO! - exclamou Lich, impaciente de ver e fazer coisas que, caso estivesse no controle, não faria -  Eu tenho que cumprir com o meu objetivo, com a minha missão que meu pai me delegou que é trazer os meus irmãos de volta - Lich disse em uma última tentativa de fugir dali utilizando de um artifício que ele ainda não havia usado.

Os olhos de Lich exibiam nitidamente a sua sede por caos e por morte, pois há tempos que parte do seu objetivo de existência não era cumprido, mas a inocência de Docinho não o permitiu enxergar isso. Durante todo o tempo que eles coexistiram no mesmo corpo, Lich apenas explorava os seus aspectos físicos e psicológicos ( tendo em vista que a luta era realizada dentro da mente que ambos compartilhavam ) e por algum motivo não obtinha sucesso contra Docinho, que sempre acabava vencendo por algum fator. Mas nós que acompanhamos toda a saga, sabemos que Lich tinha uma habilidade única, habilidade que lhe conferia vantagem sobre seus inimigos, a persuasão. Grande parte da capacidade de manipular as pessoas que Lich possuia era recurso mágico ( que era algo natural da sua essência ), o que não funcionaria dentro da mente do garoto naquele momento. Mas o que os milhares de anos de existência lhe aprimoraram, foi a sua habilidade de possuir discursos e argumentos dignos. Dignos de iniciarem grandes rebeliões e revoltas. Dignos e capazes de fazerem grandes líderes mundiais a iniciarem uma guerra, guerra que colocaria a vida da raça humana em risco. Capazes de convercerem esses mesmos líderes a lançarem a maior bomba nuclear já existente em toda a história em território alemão. E era essa sua habilidade, que ele estava decidido que deveria utilizar agora:

- Irmãos? Pai? - disse o garoto começando a titubear, até que voltou a si e disse - Você não tem família, sua entidade maligna. Não adianta você tentar me enganar, porque você não vai sair daqui. Você e eu estamos destinados a ficarmos juntos, PARA SEMPRE!
- Você não pode me manter aqui contra a minha vontade. Você está enganado Docinho, eu tenho sim uma família: irmãos que precisam de ajuda para voltarem a viver e estar comigo aqui em Ooo; um pai que me deu essa missão e que conta comigo para cumpri-la e espera que eu a conclua para que possamos voltar pra casa. - disse isso se referindo ao seu pai e seu mestre, Golb, cujo partilhavam o mesmo objetivo: EXTERMINAR TODA A VIDA EXISTENTE NO MULTIVERSO.
- Sério mesmo? Você tem mesmo família? Eles esperam por você? Assim... assim como os meus pais ? - neste momento o declínio psicológico de Docinho era visível, pois desta vez as palavras vãs previamente usadas por Lich deram lugar à um discurso estratégico focado em fazer Docinho mudar o seu ponto de vista.
- Exatamente! Eles mentiram pra você também Docinho, eles te enganaram como também me enganaram. Desde que eu vim parar um Ooo o meu foco de salvar a minha família sempre fico explicito para eles - enquanto ele dizia essas palavras falsos flashbacks eram reproduzidos naquele local - mas eles enxergaram em mim uma enorme fonte de poder e tentaram me usar, tentaram me corromper. Eu injustamente fui capturado e minha consciência foi transferida para esse corpo o qual dividimos, o corpo de uma inocente criança arrancada de sua mãe com o intuito de nos manipularem a fazermos as suas vontades, criança que teve sua essência modificada para suportar todo o meu poder. Esse corpo que você tem agora, ele não nasceu assim, eles te alteraram para que forçadamente ficassemos juntos. Docinho, eles não querem que eu volte para casa. Eles não querem que eu possa tornar esse mundo melhor, pois é isso que eu realmente quero criança, a oportunidade de criar um lugar bom para todos, eu quero um mundo perfeito! - disse Lich mostrando as imagens de como seria esse local simbolizando um check mate dessa partida, que finalmente indicava a vitória do nosso antagonista
- M-m-mundo perfeito? - indagou Docinho maravilhado com o que via e ja estava com a tendência em acreditar no que Lich dizia
- Sim, Docinho, um mundo perfeito - Lich continuou com a convicção de que a batalha estava ganha e completou mostrando mais flashbacks - o que te disseram é uma mentira mal construida. Quando fui derrotado, eu finalmente havia conseguido entrar na Sala do Tempo do Prismo e eu desejei a construção do mundo perfeito. Era pra ter tudo dado certo, mas eu não contava que Finn e Jake me haviam me perseguido e quando eu fiz o pedido eles já estavam fora do alcance de Prismo que não poderia restaurar eles no mundo perfeito enquanto eles estivessem na Sala do Tempo. Eles se aproveitaram do desejo que Prismo os concedeu como uma demonstração de amizade. Enquanto Finn pediu que ele desfizesse o meu pedido, Jake pediu para que eu viesse e assassinasse o Prismo para que eu ficasse eternamente preso naquela Cidadela de Cristal. Docinho entenda, o mundo que queremos não é do interesse daqueles que já possuem grande poder nesse mundo, como Finn, Jake ou a Bonnie ou o Rei de Ooo. Naquele breve momento que eu assumi o controle, foi por isso que eu o puni, pois eles só desejam mais autoridade, mais poder. Eles querem o caos que este mundo está, este caos que eles comandam, caos no qual eles influenciam a todos. Docinho, eu...... e você, juntos, podemos construir um Multiverso ideal para todos. Venha comigo criança que eu lhe ensinarei como - nisso Lich estende a sua mão no sentido de indicar uma trégua, a qual nunca existiu
- Então vamos Lich, está na hora de acabar com toda essa desordem e maldade e mostrar a todos o mundo no qual tudo será perfeito - disse Docinho apertando a mão dele e o dando permissão para assumir o controle, lembrando de todas as dificuldades que ele e seus pais enfrentaram em Ooo e também da familia que Lich havia referido.

Docinho estava tão deslumbrado com o que viu que não pensou duas vezes em seguir Lich, que rapidamente assumiu o controle e sua aura obscura e suas chamas verdes logo infestaram o subconsciente de Docinho. Eles começaram a andar em direção aos reinos e Dona Tromba ao ver aquilo, perguntou:

- Aonde você vai filhinho?
- Vou caminhar um pouco mamãe - disse Docinho que brevemente reassumiu o controle
- Não demore, pois daqui a pouco o seu pai chega e teremos o jantar viu - disse ela preocupada
- Pode deixar....... mamãe - dessa vez quem estava no controle e respondeu foi Lich que estava sorrindo ironicamente, enquanto continuava a caminhar rumo ao seu proximo objetivo.

Voltando ao subconsciente dos dois, Docinho se indagava sobre como Lich iria realizar seu objetivo:

- Então Lich, qual o nosso primeiro passo?
- Pode deixar, eu tenho o plano perfeito...... - ele respondeu com uma risada maquiavélica, indicando a monstruosidade do seu plano.

Nisso eles continuam a caminhar rumo aos Reinos Gelados, onde uma importante parte da sua idealização estaria prestes a acontecer.