Eu não aguento mais, toda vez que o Marco entra nesse quarto agente quase se beija, e eu odeio isso. Sempre me iludindo por causa dele, por causa que ELE se aproxima de mim, e com muito esforço consigo me segurar e parar o Marco antes que ele traia a Jackie. Eu me machuco para ele não fazer nenhuma besteira.

Desabei ajoelhando no chão e colocando minhas mãos em meu rosto. As lágrimas já vinham sem parar. Minhas mãos passaram a tampar minha boca, abafando meus soluços e meus gritos. Aquilo doía. Doía chorar em silêncio, doía fingir estar bem mesmo estando destruída por dentro, doía esconder meus sentimentos pelo meu melhor amigo, doía mais ainda ver que ele estava feliz com outra...

Eu não conseguia fazer outra coisa a não ser chorar. Não conseguia parar, e meu peito doía. Essa dor no peito me fez pensar... essa dor estava só começando, meus corações estavam cumprindo a primeira etapa, essa dor só iria piorar. Comecei a pensar novamente...

Eu quero que esses corações se partam logo, não aguento mais tudo isso, quero por um ponto final, acabar com isso tudo, eu não aguento mais sofrer em silêncio. Quero que esses corações se partam logo porque pelo menos se eu partir, o lugar que eu irei não vou sofrer tanto.

Já com raiva de mim mesma, tirei as mãos da boca e levantei minha cabeça. As lágrimas não paravam, mais eu tentei me acalmar em vão. Em um impulso, me levantei. Minha intenção era ir até a penteadeira rapidamente, mais isso não aconteceu.

No mesmo momento que eu me levantei e dei três passos rápidos a frente, a dor em meu peito ficou quase insuportável. Segurei meu grito de dor.

Minhas pernas pareciam não me sustentar mais. Coloquei uma de minhas mãos em meu peito enquanto a outra me impedia de caír completamente no chão. Tentei me levantar novamente mais antes mesmo que eu ficasse de pé, desabei novamente no chão com meus antebraços impedindo que eu cai-se de cara no chão. Eu chorava muito, não abafava meus soluços. Logo senti meus corações começarem a partir. Era uma dor imensa, pareciam que queimavam, mais não era nada como da outra vez. Era pior. Não consegui segurar meus soluços e lágrimas, obviamente o Marco bateria na minha porta perguntando se estava tudo bem, era impossível estar em um quarto praticamente do lado do meu e não me escutar chorando daquele jeito.

Mais isso não aconteceu, ele não apareceu, e o pior é que eu precisava que ele aparecesse. Logo escutei passos na varanda.

- TOM! - gritei olhando para ele, que quando viu meu estado fez uma expressão de desespero. - Tom me ajuda por favor... - falei, com muito esforço para tentar pelo menos chegar perto dele. - AI! - gritei de dor, colocando minha mão em meu peito.

O Tom rapidamente veio até mim totalmente desesperado. E eu ainda chorava de dor.

- Star, o que aconteceu? Cadê o Marco? Por que ele não está com você? - ele perguntou desesperado se ajoelhando ao meu lado.

- Pare de fazer perguntas, Tom! - exclamei um pouco irritada. - por favor, só me ajude a levantar. - todas as minhas palavras saíram em meio de lágrima e soluços.

O Tom tentou me ajudar, mas vendo que eu não conseguiria me levantar, me pegou no colo e me deixou na cama delicadamente. Minha expressão era de muita dor, meu peito doía muito, e o Tom estava desesperado do lado da cama sem saber o que fazer.

- O que eu fasso? Preciso te ajudar! - ele disse desesperado, enquanto andava de um lado para o outro. - Já sei! Vou chamar o Marco. - ele disse indo em direção a porta.

- Não! - exclamei, segurando seu pulso antes que ele saísse de perto da cama. Ele se vira pra mim. - o Marco não pode saber... - disse, soltando seu pulso, e encostando minhas costas e minha cabeça na cabeceira da cama.

The SilenceWhere stories live. Discover now