Marilyn Ashworth não é uma adolescente comum. Escondida sob roupas grandes, ela luta para disfarçar que tem um pai alcoólatra e violento. Ir para a escola é a melhor parte do dia, mas estar apaixonada por um garoto que nem se importa com ela torna t...
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Durante a aula de Inglês, sento ao lado de Cailyn e Geórgia. Alex está na carteira da frente, atento à lousa cheia de anotações sobre a aula.
Eu acabo me distraindo com o discurso do professor e, um tempo depois, sigo ao lado dos meus amigos para o refeitório.
Sem conseguir evitar, lanço um olhar rápido para a mesa do outro lado.
Carter e seus amigos estão lá, assim como algumas garotas. Alyssa está sentada entre Hope e Sean, bem distante de Carter, que a observa sem disfarçar o olhar ferido.
Engulo em seco, encarando minha bandeja cheia de salada e muita comida gordurosa. Enfio o garfo na porção, ouvindo Geórgia fazer comentários sobre um filme qualquer.
Após sairmos do refeitório, as piadinhas no corredor começam. Agora estou recebendo atenção redobrada, depois da descoberta da paternidade do meu bebê. Juro que até algumas cantadas eu recebi, como se eu tivesse ganhado o papel de garota interessante depois de ter dormido com Carter. Quanto machismo!
— Ei, depois me passa seu número. Aposto que é bem gostosa, pro Brackston ter pegado. — um garoto comenta, rodeado pelos amigos.
Lanço um olhar de raiva na sua direção, prestes a rebater.
— Não liga pra esse idiota, Marilyn. Garotos são todos iguais. — Geórgia revira os olhos.
— Nem todos. — Alex resmunga, ganhando um sorriso de desculpas dela.
— Machismo é uma droga. — Cailyn balança a cabeça.
— O pior é que tenho ouvido muitas frases do tipo desde cedo. — suspiro. — Estou tentando não dar muita importância. Não quero me estressar.
— Estresse não é bom para o bebê. — Geórgia passa a mão em minha barriga com carinho. Sorrio. — Mas a vontade de acertar um chute nas bolas desses idiotas é inquietante.
Dou risada.
— É melhor ignorar. Não quero brigas.
— Fiquei sabendo que você deu uma surra em Shelly no início do ano letivo. — Ela ri. — É verdade?
— Hm, sim. Ela me humilhou e eu meio que perdi o controle. — dou de ombros.
— Shelly provavelmente mereceu. Agora preciso de detalhes sobre esse episódio inédito. Como foi esmurrar aquela megera? — ela rodeia meu ombro com um braço.
Cailyn revira os olhos, lançando-me um olhar de "ela é assim mesmo!". Alex apenas sorri, enquanto caminhamos para a sala de aula.
