Capítulo 14

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       Desta vez, não foi difícil passar pelos seguranças.

       As ligações rápidas foram discadas quando Robert, eu e mais dois policiais entramos no prédio.

       Éramos quatro contra um. Desta vez, a hora de dizer a verdade chegou a tona.

       Não confiar em ninguém foi tudo que minha mãe deixou naquele caderno, e será este modo de vida que irei enfrentar.

       Douglas era uma vítima ou um culpado?

       Algo nele me afligia, e meus instintos nunca erram.

       Desta vez não irei errar e farei justiça merecida a esse caso que nunca deveria ter saído de cena.

       Peguei o elevador convicta de que oque estava fazendo era o certo. Eu estou pondo em ação oque minha mãe nunca teve a chance de pôr.

       E novamente, meu salto alto batia sobre aquele chão como agulhas. O barulho fino preenchia o corredor com ecos. Eu estava de cabeça levantada e com o peitoral arrebitado.

       O papel, que me dava todo o direito do mundo de entrar naquela sala, estava pendurado entre meus dedos. Era a passagem para passar por todos esses funcionários olhudos, até chegar ao meu ponto de vista.

       Bastou dois toques apenas, e abri a porta.

       Lá estava Douglas de terno e gravata. Conversava com outro homem  com as mesmas vestes sociais.

       Assim que me viu, se levantou rapidamente e apoiou suas mãos sobre a mesa. Oque fez o homem fazer o mesmo, se virando de frente para olhar oque estava acontecendo.

—  Não é cedo demais para mais perguntas? — Levantou-se com sua postura séria.

       Uma cena dramática, pensei. Mas o sorriso e a chance de poder, pela lei, fazer todas minhas perguntas e ter as respostas certas me deixava bastante feliz por isso. Estava me sentindo vitoriosa, enfim.

— Bom dia, Douglas. Como está? — Dei um passo a frente e um dos policiais fechou a porta atrás de si.

       Douglas levantou os ombros, como forma de rebater algo contra mim.

— Antes que diga algo... — O interrompi oque estava prestes a dizer e me aproximei da mesa, me colocando ao lado do homem de terno. O comprimento com a cabeça e volto a atenção para Douglas. — Este papel aqui... — Praticamente jogo-o sobre a mesa e o mesmo pega olhando firme. — É um mandato. Oque você já deve ter conhecimento de seu poder. Sente-se! Minhas perguntas estão sedentas para as respostas.

       Não entendi no momento, mas o sorriso calmo e totalmente normal de Douglas preencheu a sala. Despreocupado.

       Ele, atentamente, leu as primeiras linhas do papel e levantou o olhar para mim. Ainda sorridente. Oque me causava fúria e curiosidade.

       Douglas ergue sua mão com o papel até a mim, o entregando de volta.

— Pegue, não irá precisar dele esta manhã! — Disse e peguei o papel ainda sem entender a situação. — Este é meu advogado, Raul Harden.. — Olhei para o homem ainda em silêncio. Douglas se senta confortavelmente sobre sua cadeira de couro e cruza os braços. — E como você sabe, pela lei, nenhuma pergunta será respondida até que prove o contrário.

       Um tiro pela culatra. Essa frase nunca caiu tão bem em uma situação.

— Sabia que eu viria? — Foi tudo que perguntei.

Pistas Perdidas - Livro 2 Onde as histórias ganham vida. Descobre agora