2.4 Pedaço de lixo

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- Não suportaria ter perder de novo. -Falei triste me lembrando de tudo.

- Não vai! Prometo-te, sempre estarei ao seu lado.

Nessa hora eu já estava do lado dele na cama, me segurando mais forte para não o beijar, mas foi em vão, por que ele que me beijou.

Mas criei força que não sei de onde vieram e me afastei dele.

- NÃO!

Gritei afastado ele de mim e pulando na cama e ficando em pé e olhando para o lado da parede, falei.

- Não posso fazer isso, não!

- Para Felipe, por favor!

- Vou resolver minha vida, te perco um tempo, por favor, nesse tempo fique longe de mim, quero saber o que fazer.
Muita coisas mudaram Pedro, não sou mais o mesmo e nada é igual.

- Eu te amarei do mesmo jeito, mas que você quer um tempo, te darei, sempre estarei perto de você.

Ele falou isso saindo do chalé me deixando lá, sentando na cama me sentido desolado.

O que ia ser da minha vida, agora era hora de volta e enfrentar tudo.

Esperei mais alguns minutos, arrumei tudo e paguei o chalé e peguei a estrada, ainda estava cedo e não iria chegar de noite em casa, ainda bem.

Foi direto para minha casa, queria ver Julia e meus pais, há muito tempo não o via, eles ficaram super felizes em me ter no jantar. Mas Julinha estava com uma cara triste.

- Que foi minha vida? -Me ajoelhei ficando na sua altura.

- Nada! -Ela fez biquinho.

- Ela está assim por sua causa Lipe.

- Mãe! Eu mandei você não falar nada.
Ela falou com uma vozinha de garota mimada, querendo chorar.

- Por quê? -Abracei ela de lado e perguntei olhando nos seus olhos.

- Você sabe o porque.

Ela falou dando de ombro.

Felipe- É por que não estou te dando atenção meu amor?

Ela ficou quieta e só abaixou a cabeça começado a chorar, meu coração se cortou no meio, como poderia magoa a pessoinha que eu mais amo. Senti-me péssimo, mas tinha que resolver isso também.
Peguei-a no colo e a levei para seu quarto e conversei com ela.

- Minha princesa, para de chorar, quero fala serio com você, quero que você seja uma mocinha agora.

- Eu sou mocinha, sim. -Ela falou brava.

- O seu irmão está com alguns probleminhas, coisa de adulto, mas na minha vida eu nunca te esqueci, você é a razão de tudo, minha filha, minha irmã, minha vida.

A verdade era essa, eu era um pai para ela, não que eles eram péssimo pais, muito pelo contrario, eram ótimos, mas eles são muito liberais, e sempre deixou nós dois fazemos o que quiser.

Como eu vi morar com eles com 12 anos, já tinha um conceito do certo e do errado. Diferente da Júlia que veio muito novinha, e não sabia nem falar direito, e sabia se desse muito liberdade e a criasse em rédeas solta, não iria dar certo, então ironicamente eu sempre fui o juízo da casa, sempre a coloquei para dormir, fazia a sua mamadeira, ou a sua refeição, ou lembrava a louquinha da Cecília de alimentá-la.

Sei que parece um absurdo, mas meus pais são muito de boa, e também muito esquecido, então Julia pegou uma afeição enorme por mim e eu por ela.

A vida de um órfão  (Romance gay) Onde as histórias ganham vida. Descobre agora