19. A Carta

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Voltando para casa, não se via nenhuma expressão de alegria da minha parte, realmente estava melhor por ter saído daquele hospital apesar da Enfermeira Maria ter sido uma amigona e me distraia muito, me fazendo ficar um pouco melhor.

Mas estava despedaçado por ter errado com o Pedro, cada parte de mim queria ele. Liguei tantas vezes, mandei tantas mensagens que enchi a caixa postal dele.
Não tinha perdido a esperança dele me ouvir, queria me desculpar e tentei ir ao apartamento dele, mas estava de cadeira de rodas, totalmente inabilitado para sair de casa.

Tinha que esperar o dia que ele ia me ouvir, isso iria acontecer e estava ciente disso.
Rafael tinha me levado para casa, ele estava sendo muito carinhoso comigo, só ficava com raiva quando eu começava a me lamentar pelo Pedro.
Ele não engolia que eu tinha sofrido o acidente, ele ainda pensava que fosse o Pedro que tinha feito, mas eu existia que eu fui o culpado e distraído.

Para algumas pessoas isso não era novidade eu sempre caia, só que dessa vez foi mais grave. Não vou mentir que estava com medo da pessoa que tinha feito isso comigo. Eu estava indefeso, a policia não poderia mais me ajudar, eu tinha que passar por isso sozinho.

Fazia já uma semana que eu tinha saído do hospital, minha perna esquerda tava ótima já, a fisioterapia estava fazendo efeito, mas ainda tinha a cadeira de rodas, só faltava 1 semana para ir para as muletas, eu estava muito ansioso.

Eu era rodeado pelos mimos dos meus amigos e família, mas faltava uma pessoa que era a única que eu mais queria do meu lado. E ele continuava indestrutível.

A Geovana falou que na faculdade ele agia muito estranho, ela tentou falar com ele, mas a tratou com indiferença, estava frio e isso me assustava muito.

O Rafael praticamente morava em casa e eu estava acostumado com isso. E ele sempre tentava algo mais comigo, ou era uma tentativa de beijo, ou me tocava do nada. Mas sempre o distanciava.

- Você sabe que eu não posso ficar com você, apesar de te ama esse amor é de amizade.

Sempre falava isso para ele, e ele ficava muito magoado na hora e depois por mágica começa a agir normalmente, eu me sentia mal por ele. Mas para o bem de nós dois eu tinha que fazer isso.

Não vou negar que quando ele ficava perto me sentia diferente, desejá-lo, mas eu queria o Pedro, ele era meu grande amor. O Rafael era uma paixão que eu sentia dês da infância, e um desejo sexual. Já o Pedro era aqueles amores de livro ou filme de romance, aquele que me tirava à realidade o fôlego, me tirava tudo.

Depois de algum dia que tirei eu sair da cadeira de rodas, a perna esquerda estava boa já, eu já estava começado a andar com muletas, estava ficando bom, mas não aguentava fica naquele jeito, tinha que dar um jeito de ter alguma noticia dele. Então liguei para um taxi e avisei Cecília.

-Mãe, eu vou sair.

-Você está em condições para isso? -Ela me olhou de cima em baixo.

- Tenho sim, não vou demorar.

- Eu já sei a onde você vai, você quer que vá junto?

Como uma vidente que sempre achei que ela também fosse, ela sabia que iria atrás do Pedro, mas queria me proteger.

- Não precisa, vou com a Geovana.

E peguei e o táxi e fui, no caminho pensei direito e tive que ligar para Geovana que na hora concordou em ir junto.

Quando cheguei à portaria esperei a Geovana, e fui ate o porteiro que vi no crachá chamava, João.

- Bom tarde Senhor João, acho que o senhor não vai se lembra de mim, mas sou Felipe, amigo de um morador do prédio.

A vida de um órfão  (Romance gay) Where stories live. Discover now