DESTINO | Calzona

CAPÍTULO 03

[…]

17 De fevereiro de 2003 — Reino Unido

Na manhã seguinte Arizona já se preparava. A mesma estava tão ansiosa, que acordou antes mesmo do despertador.

Procurou uma roupa de acordo ao trabalho. Algo bonito, mas não muito exagerado ou chamativo demais.

Revirou seu guarda-roupa, e por fim pegou uma calça pantalona na cor branca, e uma camiseta de manga na cor preta. Por cima vestiu uma casaco, que combinava com a roupa que vestia, nos pés um salto não muito alto. Fez uma maquiagem básica, e deixou os madeixas soltas.

Luna ainda dormia esparramada na cama que dividia com a mãe. Como todas as manhãs, na cidade, fazia muito frio. Então a garotinha estava enrolada nos edredom, e era impossível de ver o seu rostinho ao meio de tantas cobertas.

— A mamãe, te ama baby — Arizona sussurrou beijando a bochecha rosada da menina.

Mesmo sem entender nada, Luna resmungou como resposta, fazendo a loira sorrir. Desde que se mudou para a capital, essa era a primeira vez que deixava a filha. Claro que o seu coração de mãe, se preocupava, mas sabia que Amélia cuidaria bem da menina.

Assim que entrou na cozinha, encontrou April e Amélia abraçadas. As duas pareciam conversa alguma coisa, que foi interrompido pela loira.

— Já podemos ir —disse Arizona para a ruiva — Amy, ela costuma tomar mamadeira de manhã, eu já deixei pronto na geladeira,só esquentar no microondas. Os horários de remédio dela estão todos presos na porta da geladeira. Qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, por favor me ligue

— Calma, mulher. Não se preocupe sua filha esta em boas mãos. — Amélia segurou a amiga pelos ombros — E, qualquer coisa eu te ligarei.

Arizona sorriu em agradecimento. Pegou sua bolsa, e o celular na bancada. Esperando April na porta de saída, a loira segurava a porta, enquanto a ruiva se despedia da namorada.

— Te amo! E se cuida — deixou um beijo rápido nos lábios da morena.

— Pode deixar.

....

Toda sexy, e elegante Calliope Torres acabará de chegar na empresa. Atraindo à  atenção como sempre, a morena simpática cumprimentava todos que passavam por ela.

— Bom dia, Tereza

— Bom dia, Senhorita Callie — respondeu a recepcionista

— Sabe se a Yang,  já chegou?

— Já sim. Ela está com uma cliente na sala — avisou a mulher loira de idade

Callie sentiu o celular vibrar em sua bolsa.

— Pede pra ela me procurar, assim que tiver um tempo

A mulher assentiu, anotando o recado. Quando Callie entrou no elevador atendeu a ligação. E uma certa loira acabará se chegar, ao lado de sua melhor amiga. As duas esperaram o próximo elevador descer, e entraram.

April explicava para a amiga, como funcionava tudo naquele prédio. Desde dos empregados, até dos chefes. Era uma empresa grande, com mais de dez advogados de nomes.

— Espera aqui. Vou ver se a Senhorita Callie, pode te atender agora — disse a amiga.

Arizona assentiu, a mesma se sentou em um pequeno sofá de três lugares, na recepção daquele andar.

Dando duas batidas na porta, Callie pediu para que a secretaria de seu pai entrasse.

— Bom dia chefinha — disse April com certa intimidade. A ruiva era próximo de Callie e seu pai, e não existia formalidade entre eles. Mas  Kepner sabia de seus limites.

— Bom dia, April. E então trouxe a minha mais nova ajudante? — a latina sorriu simpática.

— Sim, ela está ai fora. Vou pedi-la para entrar, e voltar ao trabalho

— Faça isso, o papá deve está doidinho a essa hora — brincou, fazendo a secretária rir

Assim que April saiu, Arizona entrou — nervosa — mas tentava não demonstrar.

Seus olhos bateram na jovem mulher atrás da mesa. Seus cabelos negros, sua pele bronzeada, lhe chamou à atenção. Ela não podia deixar de reparar na beleza, incomum da mulher.

Callie que estava distraída, olhando para a foto do filho em sua mesa, ergueu a cabeça, percebendo a presença da loira.

Bom, sorrir foi inevitável  para ambas. Não sabiam o porque, e nem como, mas sentiram que se dariam bem.

— Bom dia. Sou Arizona Robbins, a amiga da April, a que veio para a vaga de secretaria. — explicou Arizona. A mesma nem sabia, o do porque falar tudo aquilo. Era óbvio que Callie sabia o do porque dela estar ali, afinal ela permitiu sua entrada.

— Bom dia, Arizona. Como deve saber, eu sou Callie Torres. — a morena estendeu a mão, e Arizona fez o mesmo, fazendo os seus dedos se tocarem.

Foram capazes de sentir algo estranho com o toque. Um estranho bom, e inexplicável.

— Sentasse, por favor

— Obrigado.

— Não sei se April te falou, mas eu trabalho apenas com casos de Crime contra a Mulher, ...

Callie passou a explicar tudo à Arizona, que prestava atenção em tudo que era dito. O sotaque de Callie, não passou desapercebido por Robbins, que achou fofo — mas guardou isso para si.

— De início é apenas isso. Nada muito trabalhoso, e prefiro que você trabalhe aqui em minha sala para pormos tudo em dia. Depois veremos o que fazer — a morena cruzou as pernas, ato que não passou desapercebido por Arizona, que engoliu em seco.

— Sim, Senhora.

— E nada de Senhora, Arizona. Me chamando assim, me sinto ainda mais velha — Callie fitou a loira à sua frente — Nos trataremos pelos nomes, então apenas Callie.

— Certo, Callie. Estou muito grata por me dar essa oportunidade, esse emprego veio no momento certo

Callie sorriu, por escutar aquilo. Era gratificante, saber que de alguma maneira pode ajudar alguém. A latina não sabia nada da vida pessoal da loira à sua frente, mas sentia uma boa vibe vindo dela. E precisava de pessoas assim ao seu lado.

— Fico feliz por ouvir isso. Eu sinto que nos daremos bem — a jovem latina piscou de forma inocente.

Arizona não sabia o que aquilo significava, aquela agitação toda dentro de si, não era normal. Nunca tinha sentindo isso, na verdade havia sentindo apenas uma vez. Quando se apaixonou por sua ex-noiva. E o final dessa história tinha sido assustador, por diversas razões.