Capítulo 35

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Avisos: A pré-venda termina dia 20, então, se você quer livro autografado com marca-páginas e postal, tem que correr um pouquinho.

Ôta coisa: Como não vou postar o final deste livro à pedido da editora, (Não briga, flor, tá escrito na sinopse que não vai ter final!) vai rolar sorteio de Livro Físico + Marcadores + Mimos numa Live na terça, dia 20, lá no grupo do facebook e no Instagram ao mesmo tempo. Para achar o grupo é só procurar "Mendigas da Marciano" no Facebook ou CamilaMarciano no Instagram.

Amanhã, sábado, coloco um formulário para você se inscrever tanto no face, como na bio do Insta. Se inscreve bonitinho, põe seu nomezinho lá, que o sorteio sai na Live.

Que que vai ter na Live, Cams?

>> Apresentação do novo projeto exclusivo pro Wattpad.

>> Bienal e o que vai ter lá;

>> Código secreto para você dizer quando me encontrar na Bienal e receber um mimo feito só para leitoras fiéis.

É isso, meuzamô. Obrigada por ler, por sempre acompanhar, sempre interagir e por ser essa pessoa maravilhosa que você é.

Ah, terça vai ter também o último capítulo daqui!

OU SEJE Anota aí na folhinha: Terça é o dia.

Chega de falar, Cams.

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Iracema deu entrada no hospital quatro horas da tarde porque sua cirurgia aconteceria às oito horas da manhã do dia seguinte. As enfermeiras orientaram sobre como tudo aconteceria, trouxeram-lhe a janta, às sete horas, para que às oito não comesse, nem bebesse nada, até o horário da cirurgia.

Seu pai lhe sorria, disfarçando o medo de perder a filha, o medo de que mais essa etapa fosse em vão, e resmungava da televisão. Dênis, por outro lado, andava em círculos, perguntava de cinco em cinco minutos o que Iracema sentia e pedia desculpas sem ter feito absolutamente nada, só porque se sentia culpado pela situação toda.

Resolveram que o melhor a fazer era que Dênis fosse para casa e Seu Geraldo ficasse com a filha, uma vez que o hospital só aceitava um acompanhante por paciente fora do horário de visitas.

Então, duplamente entristecido, uma por não poder fazer nada para contornar a situação e duas por ter que passar a noite longe de seu amor, ele lhe deu um beijo às nove horas, quando não poderia ficar mais, e jurou que às oito em ponto, quando o horário de visitas começasse, ele estaria ali para dar outro beijo antes da cirurgia.

— Pai — Dênis pediu para Seu Geraldo —, não deixa levarem a Cema antes de eu dar tchau.

Seu Geraldo não dormiu. Ficou deitado na cama de armar ao lado da cama de sua filha, olhando para o teto, engolindo o choro que teimava em escorregar toda vez que ficava sozinho. Ele já devia ter se acostumado, sua esposa passou por cinco cirurgias até a derradeira, todas naquele mesmo hospital, porém nunca se acostumou.

Olhando Iracema de olhos fechados, o coração ficava pequenininho. Apertava uma saudade de quem já partiu, restava um cheiro de sua Graça no ar. Sorrindo porque a saudade sempre faz isso com ele, tudo o que ele pedia para Deus é que Dênis não tivesse uma velhice tão triste quanto a sua.

— Tá acordado, papai? — Iracema só tinha os olhos fechados. Também não conseguiu dormir.

— Tô, minha rosa.

— Eu sei que eu vou voltar da cirurgia, tá tudo certo, não tô com medo. — Ela procurou sua silhueta no escuro e estendeu a mão por cima de seu leito procurando pela dele — Mas, se alguma coisa acontecer, vá morar com o Dênis, tá?

— De jeito nenhum que vou morar com aquele doido sem você.

— Vai, papai, eu tô pedindo. Vocês são amigos, ele te trata como um pai, você não tem família aqui para cuidar de você, só eu, e eu só sei dar trabalho.

— Você não dá trabalho.

— Dou sim, sempre dei. — Ela sabia que ele não era capaz de vê-la, mas, se pudesse, veria que Iracema sorria. — Você merece ser feliz, tá? Mesmo com a morte da mãe, você merece ser feliz, e toda vez que eu penso naquela cidadezinha e no senhor tomando um porre com o padre, eu sinto que aquele lugar vai te fazer feliz. Eu conheço o Dênis, ele não vai voltar para a cidade dele sem você se o senhor não virar as costas para ele. Vai com ele e cuida dele por mim. Cuida da Laura também.

— Eles são grandes, sabem se virar.

— E o senhor vai querer morar numa casa onde não pode dar ordem para ninguém? — Iracema sorriu, se levantando de sua cama grande, e então procurou um espacinho na cama do pai.

— Tá fazendo o quê?

— Posso dormir aqui?

— Volte pra sua cama, Iracema.

— Por favor, papai?

A cama, que não tinha espaço nem para um, agora cabiam dois. Deitou em seu peito, de lado para que ele coubesse de barriga para cima, deu-lhe um beijo no rosto e se cobriu com a coberta dele.

— Agora vê se descansa, porque amanhã eu vou precisar do senhor descansado.

— Dorme bem, minha rosa.

— O senhor também.


Um coração por CasalOnde as histórias ganham vida. Descobre agora