Capítulo 14

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Depois de dançar com Hoseok, fomos para o barzinho e decidimos tomar uma bebida antes de irmos embora, ele havia pedido uma taça de champanhe enquanto eu pedi apenas uma água.

- Por quê você não bebe? -  ele pergunta com uma expressão como se estivesse olhando para um animal extremamente nojento, parecia que minha escolha de não beber fosse coisa de outro mundo.

- O gosto é ruim.

- Não foi isso que me mostrou no dia da balada.- ele diz enquanto dá um gole em seu champanhe.

Dou um leve tapa em seu ombro e ele apenas ri. Sua risada era sincera e eu nunca tinha a ouvido tão constantemente quanto hoje.

- Quero te mostrar uma coisa, depois que sairmos daqui.- ele sussurra em meu ouvido enquanto observa a multidão de pessoas elegantes andando pelo salão.

Olho para ele, não sabia exatamente o que queria me mostrar, mas sentia que não era algo ruim. Mesmo que às vezes ele seja um mero idiota, parece que ele não faria mal à alguém, a não ser que esse alguém tenha feito algo que o deixe totalmente furioso. Depois de bebermos, deixamos os recipientes sobre a bancada do bar e Hoseok segura minha mão, me guiando para fora daquele lugar. Pode parecer hipocrisia da minha parte, por sempre dizer que o odeio, mas quando nossas mãos se encontravam, todo meu sentimento de fúria e ódio por ele eram levados com o vento, assim trazendo consigo um sentimento de conforto e paz. Ainda com as mãos dadas, chegamos a parte externa da mansão e caminhamos até chegarmos a um ponto de táxi.

- Por quê não chamou seu motorista particular? - pergunto, um tanto confusa por ele estar me levando para um lugar sem ser supervisionado.

- Ele falaria para minha mãe, e sinceramente, não quero ouvir sermão dela por não estar naquela festa. Eu não suportava mais ficar lá.- ele diz, enquanto faz gestos para que os táxis parassem, até que um deles se aproxima e nos permite entrar.

Hoseok diz o local, que não faço a mínima ideia de onde seja, até porquê não conhecia nada de Seul e seguimos viagem. Um silêncio permanece entre nós até que decido quebrá-lo.

- Por quê me trata assim?

-Assim como? - ele pergunta com me olhando, totalmente confuso.

- Uma hora você está gentil comigo, e outra, me despreza como se nunca tivesse me conhecido ou falado comigo.- explico. Ele hesita por um momento em falar mas logo sua resposta aparece.

- Eu sinceramente, não sei. Pode ser porquê quero parecer descolado para os meus amigos, mostrar que sou difícil para as meninas. Para ser sincero, desde aquele dia que nos falamos, eu não parava de pensar o quanto você era alguém interessante e gentil, mas achei que seria perda de tempo manter contato com você, principalmente quando começou a andar com Jungkook.

- Quer dizer que estava com ciúmes do Jungkook? - brinco ironicamente.

Ele olha em meus olhos, causando novamente os arrepios que me estremeciam.

- Talvez.- depois de dizê-lo, ele olha para a paisagem afora, mas eu estava gélida, travada, não sabia como reagir naquele momento. Eu não sei se estava feliz ou preocupada. Mesmo que quisesse, não queria acreditar na hipótese de Hoseok sentir algo por mim, eu seria a garota mais feliz do mundo se fosse realmente aquilo, mas uma parte de mim hesitava. Eu ainda não o conhecia por completo e sabia que ele poderia me enganar a qualquer momento. Quando retorno aos meus sentidos, assim como ele, observo a paisagem do caminho, ainda refletindo naquele "Talvez".

Chegamos ao um rio enorme e com uma ponte. Eu conhecia aquele lugar, Ponte Banpo era um dos lugares que eu mais gostaria de conhecer desde que cheguei naquele lugar. Os espetáculos de água fascinavam todos os que visitavam e acabou se tornando um sonho. Corro até chegar a cerca que separava a terra firme da água, me fascinando por estar naquele lugar.

- Gostou? - Hoseok se aproxima com um sorriso no rosto e com suas mãos nos bolsos de seu smoking branco.

- Eu adorei! Sempre quis vir aqui.

Hoseok se apoia nas cercas, assim como eu e contempla com brilho nos olhos o lugar.

- Meu pai costumava fazer piqueniques aqui comigo, antes de adoecer. - naquele momento,me concentro nas palavras de Hoseok. Era a primeira vez que ele me contava algo, algo sobre ele, algo sobre o passado dele. Ele estava me permitindo o conhecer, conhecer as suas fraquezas e medos.

- O que aconteceu com ele?

- Ele morreu de depressão. - ele diz, com seus olhos fixados no rio negro assim como o céu.

- Então... Por quê me disse que ele era dono da faculdade? Não sabia que ele havia falecido.

- Queria acreditar que ele ainda estava entre nós... Mas embora eu tente me enganar, eu não consigo. Desde que ele se foi, nunca fomos mais a mesma coisa. Eu era diferente com ele. Ele era minha inspiração de vida. Desde pequeno, ele me ensinava coisas que só me faziam ser igual a ele quando crescesse, mas eu infelizmente não sou, e tenho medo de ter o decepcionado.

Um silêncio abrange entre nós, e tenho receio de quebrá-lo. Continuamos a olhar para o belo rio que estava em nossa frente. Hoseok era um garoto difícil de entender, cheio de mistérios e que nem ele mesmo entendia e não sabia como solucionar.

- Desculpa...- olho para Hoseok, ainda focado nas águas corriqueiras.

- Pelo o quê?

- Por ter sido grosso com você no dia em que disse para esquecer tudo.

Fico calada, escolhendo as palavras certas para aquela situação.

- Sabe, você foi um babaca mesmo, mas isso não me impede de te achar uma pessoa incrível. - me assusto com minhas próprias palavras.

A mudez retorna.

- Como você consegue? - sou empurrada contra a cerca, sinto as mãos de Hoseok em minha cintura, as desenhando com seus dedos. Seu rosto está bem próximo do meu, e me deixa totalmente quente e suada.

- O q-quê?- seus dedos seguram meu queixo, seus olhos profundos devoram os meus fazendo com que meu ser estremeça.

- Como você consegue ser tão linda? E incrível, e...- sua respiração estava cada vez mais lenta ao tempo que aproximava meus lábios aos seus com seus dedos em meu queixo.

Finalmente, nossos lábios se encontram, mas não da mesma forma como foi meu primeiro beijo com Hoseok. Era mais delicado e dócil, não era selvagem como o primeiro. Queria muito recusar, mas não queria sair daquele clima bom, queria não estar beijando o garoto que eu estava apaixonada, mas ao mesmo tempo queria continuar ali, e continuei. Aos poucos, sua língua encontra espaço em minha boca, e gentilmente se encontra a minha, suas mãos agora estão em meu rosto, os segurando de forma afável enquanto as minhas estavam em sua cintura, o aproximando de meu corpo.

(Afável=gentil)

Era estranho dizer que a garota de 1 mês atrás estava completamente apaixonada pelo garoto que odiava, mas tinha um bom motivo para estar daquele jeito, eu achava. O encontro de nossos lábios e línguas, e o calor de nossos corpos causavam um prazer imenso e paz a mim mesma.

Depois de um tempo, afastando nossos rostos mas ainda com nossos corpos grudados, Hoseok me admira com brilho nos olhos e com um sorriso. Eu sei que poderia ser um tanto precipitada mas eu tinha certeza que o sentimento de paixão estava evoluindo, e naquele momento eu tive certeza que o mesmo evoluiu mesmo. Eu tinha que soltá-lo, mas o medo de ser novamente rejeitada tomava conta de mim de novo. Eu estava perdidamente apaixonada por Hoseok, e ele precisava saber disso, mesmo que não fosse capaz de retribuir meus sentimentos.

- Hoseok...- digo ofegante enquanto ele põe uma pequena mecha de cabelo atrás de uma das minha orelhas. - Eu... Gosto de você... E muito.

Aquilo foi o bastante para eu ver o rosto de Hoseok corar e um sorriso novamente se instalar em seu rosto, o mesmo sorriso verdadeiro que gostava de ver, nos meus sonho, e agora pessoalmente. Ele deposita um beijo curto em meus lábios novamente, e me abraça, de uma forma tão calorosa que me assusta mas percebo logo que eu retribuo. E ficamos lá, abraçados ,o resto da noite, até as estrelas dizerem 'chega'.

Dear Light ; jhk (livro 1)Where stories live. Discover now