|11| Pesadelos e alguma coragem

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Wooyoung não conseguia descrever o desespero que sentiu ao encontrar San se debatendo na cama, fugindo de seu toque e soluçando em silêncio. Tentou seguir as instruções de Yunho sem ser bruto, aumentando o volume de seu celular o máximo que pôde enquanto apertava o Choi contra seu corpo, deitado do lado da cama de solteiro que não estava encostado na parede, segurando seus pulsos para que ele não machucasse à si mesmo enquanto tentava escapar de seu aperto.

"Sanie? Sanie, está tudo bem. Já passou."

Aos poucos, o corpo do garoto que repousava nos braços de Wooyoung relaxava, mas as lágrimas ainda corriam pelas bochechas coradas, molhando o travesseiro e deixando marcas pelo rosto do rapaz.

"Eu não vou te deixar. Pare de chorar, por favor."

A voz de Yunho era suave e a única ouvida no quarto escuro. Wooyoung imaginou se aquela situação era tão comum quanto parecia. A tristeza era palpável na voz de Yunho, mesmo que fosse apenas uma ligação feita às pressas. A respiração do rapaz parecia descompassada, mas mantinha sua ternura sem nunca vacilar.

"Vai ficar tudo bem, Sanie. Eu prometo."

As lágrimas pararam de rolar pelo rosto do Choi, mas seu nariz ficara avermelhado. Com cuidado, o Jeong deitou o mais velho na cama e o cobriu, sentando-se ao lado do móvel e segurando uma das mãos do garoto adormecido, deixando um beijo castos em uma das bochechas coradas do rapaz

-Eu também não vou à lugar nenhum. Eu prometo. Ninguém vai te machucar, não comigo aqui - sussurrou o mais novo.

Vinte minutos depois, a entrada do apartamento fez barulho e o garoto de cabelos desbotados soube que Yunho já estava de volta. Os passos pesados no corredor entregaram a pressa e preocupação do mais velho com o melhor amigo adormecido e Wooyoung entendia o motivo de tudo aquele desespero.

-Como ele está? - questionou o mais velho, se aproximando da cama e deixando um suspiro de alívio lhe escapar os lábios.

-Nada até agora. Acho que ele vai dormir bem, por enquanto - o maior assentiu e abriu um sorriso triste para o outro.

-Sinto muito por ter visto e passado por isso. Não achei que teria que ficar até tão tarde fora - Wooyoung apenas deu de ombros, sorrindo fracamente enquanto mexia em seu celular.

-Está tudo bem. Eu preciso ir, antes que o Yeosang mande a polícia atrás de mim - brincou, caminhando até a saída. Yunho assentiu e o acompanhou, agradecendo novamente pelo favor - Está tudo bem. Nos vemos amanhã - se despediu o menor, acenando enquanto esperava pelo elevador. Quando o rapaz desapareceu detrás das pesadas portas de metal, Yunho recostou-se contra o batente da porta de entrada de seu apartamento e respirou profundamente, entrando novamente e fechando a porta atrás de si. Seria uma longa noite para San. Sua média de pesadelos eram de 4 à 5 por noite, então o Jeong estava surpreso por Wooyoung lhe ter dito que o rapaz tivera apenas um.

-Boa noite, Sanie. Espero que durma bem - murmurou Yunho, encostando novamente a porta do quarto do melhor amigo e indo em direção ao próprio. Queria acreditar que o Choi não teria mais pesadelos naquela noite e, na realidade, ele não teve.

The Sound of Your VoiceWhere stories live. Discover now