Cataratas do Reno

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Acordo no hospital e escuto o som de uma conversa.

-Ele está bem, só estava paralisado por que recebeu um choque de alta tensão. Não se preocupe.

-Muito obrigada, doutor - parecia a voz de Letícia.

Olho para o lado e vejo Letícia se aproximando. Ela senta numa cadeira do lado.

-Olha, vou ligar para o contato e cancelar o contrato.

-Não... - forcei meu corpo para falar.

-Olha você aí! Todo dolorido e quer continuar! - Ela se segurava para não gritar, pois, estávamos em um hospital.

-Um pouco de alguns remédios de adrenalina e estou em pé.

-Você vai morrer assim.

-Eu não vou...

O médico entra no quarto.

-Logo o senhor estrá em pé.

-Preciso de adrenalina.

-Não podemos fazer isso.

-Podem sim, aliás, cadê minhas armas?

-Estão com ela.

-Traz a adrenalina agora!

-Bom, sua vida fica por  sua conta.

O médico prepara e injeta a adrenalina no meu corpo.

Levanto e saio andando.

Percebo que o Tesla que deixei na rua estava no estacionamento.

-(Ótimo).

Pego meu celular e vejo uma mensagem.

-Venha me ver nas cataratas do Reno.

Me dirijo até um pequeno cais, próximo as cataratas.

-Você conhece as Cataratas do Reno?

-Não - respondi.

-São 21 metros de queda. É a maior cachoeira da Europa.

-Que legal.

Ele olha para algum lugar atrás de mim e faz um sinal de tipo "faça".

Quando vou me virar, sinto umas mãos pegando meu braço e amarrando minhas mãos.

Depois me jogam dentro de uma canoa e ligam o motor.

Olho para Rafael vejo ele dando tchau.

-Vai se ferrar!

A canoa continua seguindo seu caminho em linha reta. É aí que lembro da canivete na minha meia.

-Eu sabia que um dia ele seria útil!

Deito debaixo das tábuas da canoa e me encolho até minhas mãos conseguirem se aproximar do pé e pegar o canivete.

Fico um tempo ali até pocar a corda.

Quando levanto, vejo que já estava perto da queda.

-Ferrou.

Sinto um impacto na barriga. Quando escutei, percebi que era um tiro. Com o impacto, caí para trás.

-Ah... - acabei batendo as costas em uma das tábuas.

Deslizo meu corpo para debaixo delas e me enrolo na lona que havia ali.

A canoa continua até a queda.

A queda era um ótima sensação ótima, dava um tom de liberdade, mas, ao mesmo tempo dava um tom de desespero por ser uma queda.

E então a canoa vira na vertical e de alguma forma me tira debaixo das tábuas. Depois eu só senti meu corpo se chocando com a água. A lona segurou o impacto.

A lona se abriu e meu corpo saiu boiando na água.

De repente sinto algo pegando no meu corpo e me puxando para mais fundo.

-Filho do homem! Você ousa entrar em minha casa? Meu nome é Reno, eu domino esse rio e não deixo que nenhuma ameaça seja feita a ele. Deixe-me ver mais, você não parece ser mal. Você é mais um homem frustado com a vida, que não sabe decidir o que quer. Perdeu a fé que tinha no amor e ao mesmo tempo deixou de acreditar nas pessoas. Não é atoa que está sozinho. Esse é o seu destino! - ele faz uma risada assustadora - Ao sair daqui, você terminará esse trabalho e se afastará por um tempo. Mas... essa vida não sai de você. Ela te chama, grita pelo seu nome e te faz descer mais fundo. Tudo pelo prazer de matar, de se aventurar, de sentir a adrenalina! Saia da minha presença! - sinto que sou jogado com muita força e apago.

Quando acordo, eu estava encostado em alguma região na margem do rio.

-Com certeza isso foi um sonho...

Olho para meu relógio e ele estava estragado. Pego meu celular e ele também não funcionava.

-Ótimo.

Levanto e vejo que estou em um local de floresta.

Adentro na floresta e fico andando sem rumo.

Mestre das Armas: Fight Fire With FireWhere stories live. Discover now