Capítulo 22 ( Te amo, apesar de toda merda)

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Nataniel...

Seguro os dedos suaves de Melanie apertando com força, assim que ela me encara sem medo com seu olhar vazio de sentimentos. Confesso que não quero, mas acabo me lembrando da garota doce, teimosa e inteligente que um dia me deixou louco de desejo; me trazendo uma paixão que me deixou cego. E sinto saudade daquela Melanie, que do seu jeito mentiroso me ensinou o que era amar, se dando o prazer de amar também.

Me afasto um pouco, sabendo que hoje a ensino a ser vazia, oca e vingativa. Não deixando de segurar seus dedos, sentindo o seu perfume que era um dos seus favoritos. Que fiz questão de comprar, assim como também todas as outras coisas que ela sempre usava, gostava e hoje não pode mais ter, sinto um pouco acho que remorso. Não dei todas essas coisas de presentes, como um gesto de amor, como as que dei ao meu filho que não apenas precisava e, mas que merecia. Comprei tentando de alguma forma atingi-la psicologicamente. Sei que é até um crime, eu sei caralho! É isso que está me consumindo essa ânsia que tenho por querer machuca-la. O problema nessa merda toda é eu foder com a família, porque mesmo me reconhecendo como um sociopata, hoje me descobri ser autodestrutivo.

Sei que fiz e estou fazendo merda, desde o momento em que a encontrei naquela casa de merda e fodida. Sei que fiz merda quando me avisei várias vezes para não ser o Nathaniel de antes, não necessariamente sendo o que preciso ser hoje com ela. Indulgente comigo mesmo, optei pela sorte. Certas lembranças também irão me rasgar, como algumas do nosso filho que não vou ter, assim como algumas que ela pode não ter no futuro do nosso filho.

Sei que ela está aturando tudo isso por Benjamin, um garoto lindo que futuramente vai me chamar de papai.

Porra! Então foda-se em nome da família! Que nos rasguemos juntos, brincando com essa porra toda. Eu de filho da puta, assassino, sociopata e ela de doce esposa, mãe do meu filho e amiga da mãe que me abandonou. Sendo presunçoso até um certo ponto em que posso moldar a minha vontade, sei que a partir de hoje Melanie vai continuar com um sorriso até doce, mas com o coração vazio.

O vazio que coloquei nela, a drogando, a ameaçando psicologicamente, mesmo a amando. Porra, eu amo Melanie! Se ela hoje apontasse direto na minha cabeça qualquer arma... é trouxa eu terminar a frase.

Escondendo um sorriso até orgulhoso ao lembrar do vestido vermelho vulgar e que Francielle e Olívia escolheram para Melanie, dou de ombros. Eu deixei por pura crueldade e curiosidade. Ironicamente ainda continuo segurando os dedos seus que brincam na palma da minha mão. Eu tento segurar seus dedos e ela finge sorrir com alguma doçura, mas o vento forte que entra pela janela a faz estremecer, como se fosse a morte. Mas a morte chega, na maioria das vezes lentamente.

Negando com a cabeça sei hoje que o errado, continua sendo errado. No final de um dia, meio de uma tarde ou em uma noite ainda vai dar merda. Melanie está assustada e quase seguro a sua cintura com carinho, mas respiro fundo é hipocrisia que se diz, me aviso, antes dos meus dedos terem vida própria, sem apertar um gatilho, sem matar ninguém lentamente. Meio louco encaro Samuel, Miguel e até o filho da puta do Enzo.

Sua vida em minhas mãosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora