A filha da rainha (HIATOS)

Capítulo 32

No dia seguinte...

O salão de jantar estava movimentado, todos murmuravam coisas uns com os outros. Eu apenas observava a agitação das garotas.

Tenho que admitir que meu café da manhã estava melhor do que nos dias anteriores, os ovos mexidos estavam com um sabor melhor, o suco de manga era simplesmente de outro mundo. Mas algo estava errado. As pessoas estavam agitadas demais, falando demais, e, estranhas demais.

Fiz um mapa mental de onde cada pessoa senta normalmente e percebi que todos estavam espalhados aleatoriamente no salão. Apenas eu estava sentada tomando café enquanto todos conversavam entre si.

Tomei um susto quando Ashely chega e fala no meu ouvido o quanto estava animada, até cuspi o suco da minha boca.

— Desculpe! Assustei-te?

— Só um pouquinho... — fiz um sinal de pinça com o dedo indicador e o polegar. — Qual o motivo dessa animação toda?

— A rainha vai anunciar hoje quem é sua filha!

Cuspi novamente o suco e dessa vez eu quase me engasgo.

— O quê?

Todos se puseram de pé quando a rainha sugeriu falar algo.

— Bom dia meninas, hoje é um dia muito especial para mim e para toda planície, depois de muitos anos escondida será revelada ao mundo minha filha.

Senti meu corpo estremecer. Estava tão ansiosa quanto nervosa.

— Bem, não vou dar um discurso hoje dizendo como estou feliz, por que não há palavras suficientes. Então sem mais delongas... Pode vir até mim, minha querida filha.

Fiquei tão nervosa que mal me mexi, Ben me encarava do outro lado sorrindo, mas a rainha não olhava para mim e sim para a escada, onde uma garota descia com um vestido decotado e transparente na região dos seios, ele era também muito volumoso e bonito, os cabelos era preto e estava preso em um coque com uma tiara de brilhantes. Eu estava confusa, Ben olhou para mim com a mesma confusão e aparentemente não sabia quem era aquela garota. Eu nunca tinha a visto por aqui antes, e, pelo seu jeito de olhar para todos, com desprezo, já vi que ela é encrenca. E uma farsa.

— Symalia. — concluiu.

— Eu não acredito que foi feita de trouxa!

Esbravejo jogando um vaso na parede. Estava com tanta raiva que quase queimei todas as cartas, mas preferi guardá-las caso precise.

Alguém bateu na porta.

Passei a mão na cabeça para limpar o suor que escorria na testa, respirei fundo e fui abrir a porta tentando me recompor no caminho.

— Achei que precisava... — Ele entra erguendo um pote de sorvete na mão, o que me fez rir.

— Nossa! Aqui passou um furacão?

— Se esse furacão se chama Stella, então sim, passou. — Ashely e Emma entram com mais dois potes de sorvete.

— Reunião familiar? Serio?

Emma fez "shh" com o dedo indicador nos lábios.

— Você está precisando de consolo e um pouco de carinho. ­— Ashely diz pousando sua mão em meu rosto e me puxando para um abraço.

— Eu estou bem gente.

Emma dá uma risada seca.

— Estamos vendo como está bem. Começando pelo seu quarto!