capítulo 23

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Empurrei a onça de cima de mim e tentei pegar algo para me defender, então peguei o meu balde, embora não adiantasse muita coisa mas, pelo menos servirá de escudo.

A onça pulou novamente em cima de mim e arranhou minha testa, mas, quando a joguei no chão ela saiu em direção ao lago meia desengonçada, esse era o momento para eu mata-lá  com a minha faca, mas percebi algo que não era comum, essa onça não iria me atacar do nada.

Vi um dardo em suas costas, e logo me aproximei para tira-lo, quando puxei ela se virou e vi seus olhos vermelhos amenizarem. Deixei-la bebendo água e saí para vestir minhas roupas e levar o balde com água para o acampamento.

Antes de dar mais um passo para dentro da floresta, virei e olhei para a onça que havia acabado de me atacar e imaginei que o dardo havia deixado ela daquele jeito e que aquele ataque foi proposital. Alguém queria que ela me atacasse, daí lembrei da sensação de estar sendo observada.

Escuto um barulho nos arbustos, fico olhado para ver o que fez os arbustos vibrarem e os pássaros voaram como se algo grande vinhesse em minha direção.

Senti uma sensação de medo e por isso me escondi atrás de uma árvore, mas, vi que se fosse algo que pôsse minha vida em risco eu não estaria salva ali. Por isso, coloquei o balde dentro dos arbustos e subi a árvore. A vista lá de cima era boa e dava para ver o lago e também uma parte da floresta. Avistei um cara, parecido com o que eu vira mais cedo... Será que ele está tentando me matar? Ele voltou para o lago e matou a onça com uma faca. Logo ele seguiu minha trilha de terra molhada, a qual fiz quando trouxe o balde e deixei cair algumas vezes, a água. Só que ele parou no mesmo lugar que eu parei quando ouvi o barulho. Acho que ele estava tentando mentalizar onde eu me esconderia. Mas como eu não sou besta, peguei uma pinha e joguei na direção oposta da minha, assim ele pensaria que eu estaria indo na outra direção.

Quando ele saiu, esperei um tempo e depois desci da árvore, peguei o balde e voltei para o acampamento.

Quando cheguei, sentei num banco feito de tronco de árvore e peguei uma maçã. Josh vinha em minha direção rapidamente, parecia stressado, o que não era novidade.

- Onde esteve esse tempo todo? - perguntou em pé na minha frente.

- Estava pegando água. - digo simplesmente. Partir a maçã em várias partes com a faca rapidamente e até mesmo me surpreendi por ter conseguido fazer isso.

- Você sabia é perigoso sair e não falar para ninguém aonde vai? Há mais ou menos uns 500 ou mais rebeldes dos Blacks espalhados na floresta. Talvez até nos vigiando.

- E o que eu tenho a ver com isso?

Ele revirou os olhos e respirou fundo. Obviamente irritado.
- Olha, só não saí mais sem avisar. Okay?

-Okay.

- Você já fez o treinamento da corda?

-Não. Nem sei como é isso. E achei que era para os veteranos esse tipo de treinamento. Não é?

-É. Mas você de mostrou muitos avanços desde que chegou. E posso dizer que você está virando uma veterana.

- Isso sim é desespero. Querer me bajular com elogios baratos? Sério?  Pensei que fosse mais criativo. Ouvi você conversar com aquela mulher.

- Ah, então temos uma espertalhona aqui não é? - ele levantou uma das sobrancelhas.
- pois bem, quer se juntar ao nosso humilde batalhão?

- Não estou preparada para isso.

- Você sobreviveu ao ataque da onça e...

- Como sabe disso?

- disso o quê?

- O ataque da onça.

- Você falou...

- Não Josh, eu não falei nada. Por acaso foi você?

Ele baixou a cabeça em silêncio.

- Fala Josh!- gritei já irritada.

- Faz parte do treinamento.

- Ora não me diga! Morrer faz parte do treinamento? - esbravejei.
- eu me machuquei com aquela porcaria de treinamento. E ainda mataram a pobre onça que não tinha culpa de nada. Que tipo de pessoa faz isso? Vejo que pensei errado sobre vocês.

- Calma Stella, não é bem assim... - ele segurou meu braço me impedindo de ir embora.

- E como é? Me diz Josh. - Parei e encarei-lo.

- Olha, vou te explicar com calma, mas em outro lugar. Aqui não é apropriado para o que vou lhe contar. Pode ter espias dentro do acampamento.

- Não quero mais saber desse jogo sujo de vocês. Tô fora.

- Stella, volta aqui...

Saí correndo e quando já estava longe o suficiente gritei:
- TÔ FORA!

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Na floresta qualquer barulho me assustava, mas, eu tinha que continuar na trilha, tomado o máximo de cuidado possível para não cair em uma armadilha, principalmente se for dos inimigos.

Algo estava vindo em minha direção,  numa velocidade muito rápida, nem deu tempo de me esconder que já dei de cara com algo branco relinchando.

Era um cavalo branco muito bonito. Parecido com o Stay o cavalo que uso nos treinamentos do acampamento. Mas esse tinha seu pelo mais selvagem e bruto.

Tentei acalma-lo, pois ele estava bem agitado. Aos poucos, ele estava comendo o arbusto que estava em minha mão e só depois fui perceber que se tratava dela e não dele.

- Ah, você é muito linda. De onde você fugiu? Deve ter sido algo muito horripilante para ter assustado-a.

Ela relincho. Logo ficou batendo sua pata no chão como se estivesse cavando.

- Temos que encontrar seu dono.

Assim que disse isso ela se agitou e tentou fugir. Mas, fui mais rápida e subi em cima dela com um pouco de dificuldade por conta do vestido, então ficou metade do meu corpo em cima dela e metade pendurado.

Olhei pra trás onde eu estava agora pouco e vi um vulto atrás das árvores e creio que alguém estava me vigiando e a équa certamente viu e se assustou. Mais uma vez a natureza salvou minha vida.

Por mais surpreendente que seja, a équa me levou para o palácio. Acho que ela já sabia o caminho e talvez tenha saído de lá. Ela foi pelos fundos do palácio aonde tinha poucos soldados. Parece que teve um ataque por aqui, pois tem sangue por todo lado e alguns destroços espalhados pelo jardim tomado por uma névoa.

- Mas...O que eu perdi por aqui...? - me perguntei assustada.
- Por que me trouxe aqui?

Ela apenas relinchou e sacudiu a cabeça.

Desci dela e peguei algumas flechas espalhadas e coloquei junto às outras que estavam em minhas costas com o arco. Tem que se andar preparada pois nunca se sabe quando vai precisar enfrentar alguma ameaça.

Peguei o equipamento para montar à cavalo.

- Sabe, se a gente pretende ficar juntas, temos que nos apresentar.  Eu sou a Stella Canadá e você?

Ela relinchou mais uma vez e baixou a cabeça e esticou uma pata, quase como uma reverência.

- Ah, estou agradecida. Temos que te dar um nome. Que tal Viking?

Ela balançou a cabeça como se entendesse o que eu digo e não concordasse.

- E que tal... Ravenna? Withe? Nuvens?

Ela continua a balançar a cabeça.

- E se fosse... Lunna?

Ela parou e ergueu seu corpo e relinchou.

- Vamos fingir que isso foi um sim.

..........
{...}

A filha da rainha (HIATOS)Место, где живут истории. Откройте их для себя