5.2 | BABACAS

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"Porque eu sou como sim e não
Espere, eu não sei
Acho que estou morrendo
Espere, sou invencível"
Yes & No ♪ XYLØ

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RAFE

9 anos atrás...

  O sinal para o intervalo tocou e todas as crianças saíram correndo para comerem os seus lanches e brincarem. Era o melhor horário do dia. Todos sempre ansiavam olhando para o relógio na sala de aula.

  Passando pelos corredores, eu olhava os desenhos colados nas paredes, procurando o meu. Tínhamos desenhado o inverno como imaginávamos e o que gostávamos de fazer nessa época. Não nevava onde morávamos, o sol na maioria dos dias era brilhante demais. Mas eu havia desenhado a neve, como via nos filmes, igual em Esqueceram de Mim.

  Eu e minha irmã, Sarah, sempre assistíamos o garotinho sendo esquecido pelos pais. Como podem ter esquecido o próprio filho? Porém, Kevin sabia se defender dos bandidos que tentavam invadir a casa. Era engraçado. E eu me perguntava se conseguiria ter a coragem dele, correndo pela neve e fazendo várias armadilhas para os inimigos.

  — O que é isso? — Rodrick passou a mão pelo meu desenho.

  — Um boneco de neve. — Respondi. Eu havia forçado o lápis branco pela folha azul, para que ficasse destacado.

  — Isso nem existe — me encarou.

  É claro que existia. Sempre que os flocos caíam nas cidades geladas, as pessoas faziam esses bonecos e colocavam cenouras como nariz. Parecia divertido. Rodrick estava mentindo. Ele sempre tentava me irritar ao me contradizer.

  Caminhei até o parquinho quando todos nós terminamos de comer. Havia vários brinquedos espalhados na areia molhada. O céu não estava tão claro, provavelmente cairia mais água, havia chovido com trovoadas durante a noite. Nunca gostei dos raios, por serem barulhentos e fazerem as luzes acabarem às vezes.

  A professora disse que eu tinha que ler um livro para depois escrever sobre o que achei. Na história que escolhi também havia raio, ele era de Zeus, mas havia sido roubado. Percy Jackson e os amigos estavam atrás. Eu não sabia que era possível roubar algo assim. Tinha um deus para tudo, e eles tinham filhos vivendo entre nós. Minha madrasta, Rose, disse que é apenas uma história, mas era interessante pensar sobre isso.

  — Sai da frente! — Max passou correndo por mim em um empurrão de ombro. O seu cabelo ruivo escondido em uma touca.

  Caminhei até o grupo de garotos, sentados em uma das mesas, pareciam interessados nos carrinhos coloridos. Todos rindo.

  — Posso brincar com vocês? — Perguntei curioso.

  — Não. — O de cabelos cacheados respondeu por todos. Robbie era o mais velho, nunca gostou de mim, disse que seu pai odiava o meu, e portanto, ele teria que me odiar.

  — Os brinquedos são para todos. — Debati.

  — Pegamos primeiro. — Dá de ombros com Max e Rodrick concordando.

  — São para todos! — Repito frustrado, avançando para pegar um carrinho azul, mas o moreno puxa primeiro.

  — Sai daqui. — O ruivo me encara irritado.

REDENÇÃO [rafe cameron]Onde histórias criam vida. Descubra agora